Homem de 35 anos foi preso no Pará após confessar morte da namorada, de 30, com família em Montes Claros. A Polícia Civil acaba de divulgar todos os detalhes, leia:
Segunda 23/09/24 - 16h14Divulgado pela Polícia Civil, às 15h25m:
Homem é preso por feminicídio da namorada no Pará
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Polícia Civil do Pará (PCPA), por meio do compartilhamento de informações, realizaram a prisão de um homem, de 35 anos, investigado pelo femicídio da namorada, de 30.
A família da vítima, que mora em Montes Claros, região Norte de Minas, registrou o desaparecimento dela no Pará, onde morava com o investigado.
O suspeito foi preso, e o corpo da jovem, localizado em uma mata.
Desaparecimento
No dia 9 de agosto deste ano, a família da vítima procurou a PCMG em Montes Claros e registrou o desaparecimento da mulher.
Os parentes contaram que ela residia no estado de Goiás há cerca de dez anos, mas em maio deste ano teria se mudado para o Pará com o namorado, com quem havia iniciado um relacionamento no início deste ano.
Conforme relato da família, desde o dia 7 de julho a vítima, que mantinha contato constante por ligações e áudio, passou a responder os familiares apenas por mensagem de texto, parando de atender as ligações.
A mudança repentina, bem como as expressões usadas nas mensagens enviadas por meio do telefone dela fez a família desconfiar.
Assim, eles ligaram para o suspeito que afirmou que após um desentendimento a vítima teria arrumado as malas e partido, sem dizer para onde.
Investigação
O delegado regional em Montes Claros, Bruno Rezende, pontuou que com as informações prestadas pela família da vítima a Polícia Civil realizou levantamentos qualificados de inteligências e descobriu que o último local em que a mulher havia estado era na cidade onde morava com o suspeito, Uruará, no Pará.
“Dessa forma, acionamos os policiais civis da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher do Pará, que nos direcionaram para a Delegacia de Uruará, onde iniciaram os trabalhos investigativos”, explicou o delegado.
Já o delegado da Polícia Civil de Uruará, Leandro Benício, afirmou que com os levantamentos realizados preliminarmente, o suspeito foi intimado e, inicialmente, negou qualquer envolvimento com o desaparecimento da vítima.
Ele disse à polícia que ela teria deixado o Pará e retornado para Goiás ou Minas Gerais.
O delegado ressaltou que foi possível confirmar que o telefone da vítima, que estava conectado à rede da casa vizinha a do suspeito, teria sido usado até um mês após o desaparecimento dela.
“Com as provas coletadas, representamos por medidas cautelares em desfavor do suspeito. No dia 18 de agosto ele foi preso na oficina mecânica onde trabalhava. Quando confrontado sobre as provas coletadas nos autos, ele confessou”, explicou Leandro.
Motivação e confissão
Após confessar o crime, o suspeito disse que executou a namorada motivado por ciúmes e um desentendimento entre eles, na madrugada do dia 7 de julho, após ingerir bebida alcoólica. Ele teria esganado a mulher até ela desmaiar e, depois, arrastou o corpo dela para um local menos movimentado.
O suspeito disse, ainda, que colocou o corpo da mulher em uma mala, amarrou a mala e cobriu com lençóis. Depois, usando uma moto, ele transportou o corpo dela para uma mata, situada a 40 km da cidade onde moravam. Após levantamentos, os policiais encontraram a mala e o cadáver da vítima no local em que ele indicou.
O suspeito permanece preso desde o dia 18 de julho no estado do Pará.
Alerta
O chefe do 11º Departamento de Polícia Civil em Montes Claros, delegado-geral Jurandir Rodrigues, fez um alerta para a população sobre como agir quando um familiar desaparece.
A autoridade explicou que não é necessário esperar 24 horas para registrar o boletim de ocorrência, o qual deve ser formalizado assim que se observar a quebra na rotina do ente. “Para o registro, é importante levar todas as informações disponíveis para que a investigação seja iniciada”, disse o delegado.
Ele disse, ainda, que em se tratando de casais que moram em outro estado é importante a interlocução familiar entre entes e amigos para que em caso de desaparecimento ele seja comunicado o quanto, viabilizando o início dos trabalhos investigativos através da interlocução entre as polícias de outros estados e até de outros países.
O delegado explicou também que em caso de reaparecimento da pessoa é necessário obrigatoriamente comunicar o encontro.
Acadepol
O delegado Leandro Benício agradeceu a parceria que culminou com a elucidação do feminicídio. Ele evidenciou também a importância do curso viabilizado pela Academia de Polícia Civil de Minas Gerais (Acadepol-MG), que capacitou os servidores da unidade a compreender e aplicar de maneira eficiente as ferramentas de inteligência policial.
O curso, segundo o delegado, aprimorou a investigação realizada que carecia de testemunhas. "A prática do que foi ensinado pela Acadepol é o resultado positivo da investigação, o que significa uma resposta para os familiares da vítima", declarou.
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