Hoje em Dia
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Por Hoje em Dia - 12/5/2017 09:35:10 |
Em plena revolução... a de 1930 Manoel Hygino O volume descreve a luta entre os soldados do antigo 12 RI, Décimo Segundo Regimento de Infantaria do Exército, em 1930. Resume e detalha episódios que marcaram outubro daquele ano, em Belo Horizonte. “A Odisséia do 12º Regimento” é um relato que deve ser lido até porque há fatos ainda hoje – decorridos mais de oitenta anos – não suficientemente esclarecidos. Em termos de tempo, ainda estamos bem perto dos acontecimentos que marcaram mais de uma geração. O texto central foi redigido pelo capitão Josué Justiniano Freire, que viveu a tragédia dos componentes do Regimento, desde 3 de outubro, quando eclodiu a revolução. A edição, que tenho em mão, se deve a João de Souza Armani, idealizador da Associação dos Reservistas do Brasil, AREB, e seu presidente desde 2000. A entidade participa anualmente dos desfiles do Dia da Independência e se incumbiu de programar a tiragem ora comentada, inclusive à guisa de homenagem ao capitão Justiniano, oficial presente no quartel durante o cerco que lhe moveu a Força Pública do Estado. Com adendos, o livro focaliza um momento difícil para o país, concluindo com a deposição do presidente Washington Luís e com a ascensão de Getúlio Vargas, presidente do Rio Grande do Sul, à chefia dos destinos nacionais. Eis uma época de efervescência que culminou na eclosão do movimento revolucionário. Era a Aliança Liberal contra o estabelecido e a contestada eleição de Júlio Prestes à sucessão. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, que indicara seu presidente, João Pessoa, à vice-presidência da República, opuseram-se ao resultado das urnas. O centro mais acirrado da reação armada foi Belo Horizonte. Os detalhes são descritos em pormenores neste livro, que pode ganhar mais dimensões, à medida que novas informações forem colhidas. No que está até aqui, há a descrição minuciosa do que se apurou, a prisão de oficiais que se encontravam em suas casas em 3 de outubro, seus nomes, onde residiam, como foram detidos e para onde e como foram transportados, inclusive o comandante do Regimento, Cel. Joaquim José de Andrade. Também se conhecerá a importância fundamental de Cristiano Machado, secretário do Interior de Minas e coordenador das operações. Identificam-se oficiais do Regimento, e o sacrifício do tenente Rui, na defesa do quartel, transformado em alvo principal da Força Pública. O tenente empresta, hoje, seu nome à rua Brito Melo, nas proximidades do centro dos acontecimentos. Para vencer a resistência do Regimento, chega-se a cortar a energia elétrica e a envenenar a água com creolina. O mau cheiro emanado do quartel pela decomposição dos corpos dos animais mortos nos ataques da Força Pública, principalmente cavalos, chegava longe. A população próxima sentia tudo e temia as rajadas de tiros que faziam a cidade tremer. Em hora grave, entre os oficiais que morreram, o major Bragança, cujo mistério de execução jamais foi desvendado e divulgado. De todo modo, o volume merece ser lido. |
Por Hoje em Dia - 30/11/2013 08:10:25 |
A morte espreita nas estradas Manoel Hygino Evidentemente, não se suporia que a simples vinda de médicos estrangeiros para cá, como consta de programa oficial, resolveria o problema da doença no Brasil. Porque, como se disse, a nossa questão não é de saúde, mas de sua falta, isto é, de doença.Aliás, o recrutamento desses profissionais lá fora demonstrou inequivocadamente como falta planejamento neste país, grande mas bobo, como diz o acadêmico Eduardo de Almeida Reis. Além de bobo, pretensioso. Se fosse de outro modo, talvez estivéssemos com menos problemas e mais felizes.Soube-se, há poucos dias, do terrível acidente de ônibus de Rubelita, transportando pacientes com câncer e para tratamento de insuficiência renal do vale do Jequitinhonha para Montes Claros, onde há serviço de hemodiálise. Resultado, 14 mortos e 11 feridos.Temos milhares de municípios, no país, com numerosos distritos, vilas, povoados. As dimensões do território são enormes e só Minas Gerais é maior do que a França. Os deslocamentos são difíceis e o sistema rodoviário inseguro. O atendimento médico é precário e, se nas grandes cidades, é o caos a que se assiste por televisão, imagine-se o que acontece nas regiões distantes. Morre-se, assim, por falta de assistência ou em sua busca, como no lamentável caso do final de novembro, na BR-251.O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o sempre referido Dnit, sabe do problema da estrada. Há inúmeras carretas circulando por ali, e uma delas foi envolvida do trágico desastre. O trecho até Montes Claros, a cidade mais importante do Norte mineiro, não é duplicado, e no mesmo trecho já houve dois acidentes neste mês.O Departamento explica que o projeto de engenharia para melhorias na BR se acha em fase final de aprovação, devendo a intervenção ser dividida em dois lotes. O custo previsto é de R$ 800 milhões, com prazo para término de 36 meses. Somente nos próximos três anos, isto é, após a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016, que exigiram valores fabulosos dos cofres públicos, a obra estará concluída.Confira-se: A propósito, os hospitais mais requisitados daquela extensa região passam por dificuldades, como o Aroldo Tourinho, o da Fundação Hospitalar de Montes Claros, o Gilson Godinho e o Hospital Universitário, sem repasses do poder público municipal para realização de atendimentos pelo SUS. Nem falo da Santa Casa de Misericórdia, tradicional referência na assistência ao atendimento do Norte de Minas. A situação chega a ser dramática, segundo a direção dos estabelecimentos. Que temem não poder pagar sequer o 13º salário, que é apenas uma conta no rosário de necessidades e demandas. |