Polícia Civil de Minas: "4 homens e 3 mulheres foram presos (em M. Claros) e encaminhados ao sistema prisional; 3 investigados seguem sendo procurados. Foram apreendidos dinheiro, um veículo e ..."
Terça 02/09/25 - 10h52
PCMG e PCDF desarticulam organização criminosa envolvida em extorsões virtuais
Na manhã desta terça-feira (2/9), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em Montes Claros, no Norte do estado, participou da operação Black Window, deflagrada em apoio à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
A ação resultou na desarticulação de uma organização criminosa especializada em extorsões pela internet e na prisão de sete suspeitos ligados ao esquema criminoso.
As investigações, conduzidas pela 18ª Delegacia de Polícia em Brazlândia (DF) ao longo de aproximadamente seis meses, identificaram um grupo estruturado, com divisão de funções, que utilizava anúncios falsos em sites de acompanhantes e massagistas para atrair as vítimas.
Após marcarem o suposto encontro, os criminosos iniciavam as extorsões quando havia desistência, alegando vínculo com facções criminosas e passando a exigir dinheiro mediante graves ameaças.
Para intimidar as vítimas, os suspeitos enviavam informações pessoais delas e de familiares, além de vídeos exibindo armas de fogo. O pagamento inicial, chamado de “valor da garota”, era seguido de novas exigências, justificadas como “valor da agência” ou “valor da facção”.
Apenas em 2025, mais de 50 ocorrências semelhantes já foram registradas, com suspeitos ligados à região de Montes Claros.
De acordo com o Delegado Diego Flávio Carvalho Pereira, que coordenou a operação pela PCMG em Montes Claros, a atuação conjunta evidencia a importância da integração entre instituições no combate ao crime organizado.
“A união de esforços entre as polícias é fundamental para proteger a sociedade e enfraquecer grupos que se aproveitam do ambiente virtual para praticar delitos”, destacou.
Apreensões
Ao todo, foram decretados dez mandados de prisão temporária e dez de busca e apreensão.
Quatro homens e três mulheres foram presos e encaminhados ao sistema prisional; três investigados seguem sendo procurados.
Foram apreendidos dinheiro, um veículo e aparelhos celulares, que passarão por perícia.
A ação contou com 61 policiais civis da PCMG, incluindo 16 integrantes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), além de 20 policiais civis do Distrito Federal, com apoio de 28 viaturas.
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8h43m, terça-feira, da Polícia Civil do Distrito Federal:
PCDF prende dez pessoas e desarticula organização criminosa interestadual especializada em extorsões virtuais
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por intermédio da 18ª Delegacia de Polícia de Brazlândia, deflagrou nesta terça-feira (2), a Operação Black Widow, que resultou na prisão de dez integrantes de uma organização criminosa, baseada em Montes Claros/MG, especializada em extorsões praticadas pela internet.
As investigações, conduzidas ao longo de seis meses, apontaram a existência de uma organização criminosa especializada em extorsão de clientes de sites de relacionamento e de acompanhantes, com atuação interestadual.
O grupo alvo da operação é formado por dez integrantes e descrito como célula criminosa que aprendeu com as antigas centrais do golpe, passando a atuar de maneira descentralizada. Montes Claros/MG é apontada como um dos polos de formação desse tipo de grupo criminoso, sendo alvo recorrente de operações policiais de diferentes estados.
O modus operandi demonstra sofisticação e uso de técnicas de engenharia social. A abordagem começa quando a vítima acessa sites de acompanhantes ou serviços similares. O primeiro contato é feito por alguém que se apresenta como prestadora de serviço, mas que, na verdade, integra a organização. A partir daí, outros membros do grupo passam a enviar mensagens com dados pessoais sigilosos, como endereço, local de trabalho e nomes de familiares, obtidos por meio de ataques de phishing.
A atuação do grupo envolvia escalada de ameaças, pois, no início, os criminosos cobram valores sob a justificativa do “tempo da acompanhante”, mesmo sem que o serviço tenha sido prestado. Em seguida, passam a exigir o chamado “valor da facção”, acompanhado de graves ameaças à integridade da vítima e de seus familiares. Mensagens de áudio e vídeo mostram criminosos armados e detalham locais frequentados pelas vítimas, em verdadeira intimidação psicológica.
Nos últimos cinco anos, o grupo fez cerca de 250 vítimas somente no Distrito Federal, seis delas em Brazlândia/DF. O prejuízo estimado às vítimas do DF chega a R$ 1 milhão nesse período.
Em 2025, o grupo já contabilizava aproximadamente 80 vítimas no DF e lucro de R$ 300 mil.
A investigação também apurou que o esquema opera em outros estados, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Piauí, sempre utilizando o mesmo “modus operandi” de extorsões virtuais. Estima-se que o grupo tenha causado prejuízo superior a R$ 15 milhões em todo o Brasil nos últimos cinco anos.
A atuação interestadual evidencia a complexidade e a capilaridade da rede criminosa, que se valia de contas bancárias e chaves PIX em diferentes regiões para movimentar valores ilícitos.
Operação Black Widow - O nome da operação faz referência à aranha viúva-negra e simboliza a forma de atuação do grupo: seduzir a vítima e, em seguida, aplicar ataque por meio de extorsão.
A operação contou com o emprego de 79 policiais civis, sendo 20 policiais da PCDF (18ª DP); 43 policiais da PCMG, incluindo equipes da cidade de Montes Claros e 16 policiais da CORE/MG, especializados em operações de alto risco.
Foram cumpridos dez mandados judiciais de busca e apreensão e dez mandados de prisão temporária, expedidos pelo Juízo de Garantias do Distrito Federal. O objetivo foi a localização de aparelhos celulares, eletrônicos, armas, veículos e documentos relacionados à prática criminosa, além da coleta de provas que evidenciem a movimentação financeira ilícita e a prática de lavagem de dinheiro.
Os dez alvos principais da investigação foram capturados durante a operação. Eles ocupavam funções de liderança, logística e suporte financeiro dentro da organização criminosa, sendo responsáveis tanto pelo contato direto com as vítimas quanto pela movimentação dos valores ilícitos.
A Operação Black Widow é mais uma resposta ao enfrentamento às organizações criminosas digitais, demonstrando a efetividade da cooperação interestadual entre PCDF e PCMG. O trabalho conjunto permitiu não apenas a prisão dos envolvidos, mas também a apreensão de bens e a coleta de provas que irão subsidiar as próximas fases da investigação.
A PCDF reafirma seu compromisso no combate ao crime organizado e às fraudes cibernéticas, protegendo a sociedade brasiliense e ampliando a segurança pública por meio da integração com outras forças policiais.
? Balanço da Operação Black Widow:
79 policiais envolvidos (DF e MG);
20 mandados judiciais cumpridos;
10 presos;
Apoio estratégico da CORE/PCMG;
Mais de 250 ocorrências registradas no DF relacionadas ao grupo criminoso.