Grupo de Brasília que extorquia dinheiro usando sites de relacionamento e de acompanhantes teria ramificações em M. Claros. Prisões no Distrito Federal aconteceram hoje. (Veja imagens no @montesclaroscom, o Instagram da 98FM, no facebook Montesclaroscom Radiomoc e no whatsapp montesclaros.com)
Terça 02/09/25 - 7h36A organização criminosa utilizava falsos anúncios em sites de relacionamento e classificados, atraiam vítimas com promessas de encontros, cobrando valores iniciais e depois exigindo quantias adicionais sob ameaça de expor dados pessoais.
A investigação, conduzida pela 15ª Delegacia de Ceilândia com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais, identificou ao menos quatro vítimas apenas no Distrito Federal — o número total de vítimas ainda está sendo apurado.
Um dos casos investigados envolveu um homem que pagou R$ 600 via Pix por um encontro que não aconteceu e, sendo ameaçado, chegou a pagar mais R$ 1,5 mil para encerrar a chantagem.
Os criminosos chegaram a enviar fotos da família e do carro da vítima para intimidá-la.
As investigações mostraram que o grupo é estruturado, com divisão de tarefas: uma pessoa ficava responsável por criar os falsos anúncios, outras faziam as ameaças — algumas simulando ser integrantes de facções — e havia ainda quem movimentava o dinheiro, utilizando contas de “laranjas”.
5 suspeitos foram presos e responderão por extorsão e organização criminosa, podendo cumprir pena de até 18 anos de prisão.
A polícia segue investigando para dimensionar o alcance do golpe, que envolveu alta tecnicidade e mantinha as vítimas em condição de vulnerabilidade
MONTES CLAROS
Há informações, confirmadas, de que parte do dinheiro movimentado pela quadrilha também passou por contas bancárias ligadas à cidade de Montes Claros, no norte de Minas, o que amplia a investigação para a região.
A Polícia Civil do Distrito Federal cumpre, na manhã desta terça-feira (2), 10 mandados de prisão e 10 mandados de busca e apreensão.
Mandados também estariam sendo cumpridos em Montes Claros (MG).
O esquema seria ativo também em outros estados, como o Rio Grande do Sul e Piauí.
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16h40m, terça-feira, do jornal Estado de Minas, de BH:
Quadrilha usava perfil falso de garota de programa para extorquir clientes
Operação conjunta das polícias civis de Minas e do Distrito Federal desarticulou grupo criminoso que subtraiu cerca de R$ 15 milhões em cinco anos
Luiz Ribeiro
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em ação integrada, desarticularam nesta terça-feira (2/9), em Montes Claros, no Norte de Minas, uma organização criminosa especializada em extorsões pela internet, por meio do uso de perfil falso uma garota de programa em um site de acompanhantes. Sete pessoas foram presas. Três suspeitos ligados ao esquema criminoso estão foragidas.
A ação foi denominada de “Operação Black Window”. As investigações foram conduzidas ao longo de seis meses pela 18ª Delegacia de Polícia em Brazlândia (DF), juntamente com a Delegacia da Polícia Civil de Montes Claros.
Conforme os responsáveis pelas investigações, a estimativa é que a quadrilha causou prejuízos às vitimas de R$ 15 milhões em todo Brasil nos últimos cinco anos, fazendo cerca de 250 vítimas somente no Distrito Federal, das quais foram surrupiados R$ 1 milhão no mesmo período. Em 2025, os golpistas contabilizavam aproximadamente 80 vítimas, com o lucro de R$ 300 mil neste ano.
Além de Minas Gerais e do DF, foi apurado que a quadrilha fez vítimas em outros estados como Rio Grande do Sul e Piauí.
De acordo com o Delegado Diego Flávio Carvalho Pereira, da PCMG, que coordenou a operação em Montes Claros, os golpistas colocavam um perfil falso de uma suposta garota de programa, com um número de um aparelho celular, em um site de acompanhantes. Quando o “cliente” acessava o site e procurava pelo “serviço” era atendido por integrante da quadrilha. A partir daí, outros membros do mesmo grupo passavam a enviar mensagens com dados pessoais sigilosos, como endereço, local de trabalho e nome de familiares, por meios de ataques de phising (técnica de fraude eletrônica).
Com isso, eram cobradas diferentes quantias das vítimas como o “valor da garota”, “valor da agência” ou “valor da facção”. De acordo com os investigadoes, apenas em 2025, foram mais mais de 50 ocorrências semelhantes foram registradas, com suspeitos ligados à região de Montes Claros.
“Eles (os golpistas) chegavam a marcar encontros. Só que os encontros nunca ocorriam”, explica o delegado Diego Pereira. Ainda segundo ele, os criminosos passavam a extorquir as vítimas, das quais exigiam transferências bancárias e por meio de pix, mediante ameaças, inclusive com o envio de vídeos, mostrando armas de fogo. Ainda com o intuito de intimidar e amedrontar as vítimas, os golpistas se passavam por integrantes de facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Operação “ Black Window “ contou com 43 policiais civis de Montes Claros, 23 policiais civis do Distrito Federal e 16 integrantes da CORE – unidade de elite, especializada em operações de alto risco, da PCMG. Durante a ação, foram apreendidos carros, quantia em dinheiro, documentos e mais de 10 aparelhos celulares que eram usados pelos criminosos nos golpes da falsa garota de programa.