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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024

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Jornalismo exercido pela própria população

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Mensagem N°82926
De: Manoel Hygino Data: Sábado 2/12/2017 07:25:44
Cidade: Belo Horizonte

A hora em que vivemos

Manoel Hygino

É fim de ano, dezembro flui, as chuvas chegaram, as incertezas e desconfianças permanecem, avultam. Sente-se nas ruas, nas esquinas, no labor cotidiano, na troca doméstica de ideias, no que se ouve, se vê e se lê pelos meios de comunicação, nos semblantes.
Reconheço, com o poeta Emanuel Medeiros Vieira, que “tudo que não tem valor contábil parece repudiado, ou pelo menos sem significação, pela sociedade em que vivemos”. Assim com a amizade, o talento, o amor. E mais: nota-se um déficit de ternura no mundo, não só nas contas do governo.
Por falar nisso, observa-se uma generalizada descrença do brasileiro nos governantes, naqueles que receberam incumbência de gerir os negócios de Estado e da comunidade.
Embora sintomas positivos de retomada das atividades econômicas, verificamos em dados oficiais do IBGE, que o mercado de trabalho no Brasil perdeu 738 mil vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos formais no setor privado encolheu 2,25% no trimestre encerrado em outubro, relativamente ao mesmo período do exercício anterior.
A indústria fechou 85 mil vagas no trimestre terminado em outubro. Também houve demissões em transporte, armazenagem e correio, com 48 mil ocupados a menos, enquanto na agricultura, 139 mil vagas foram extintas. Houve setores, porém, que contrataram, como na construção e no comércio, além de 208 mil funcionários a mais. Dá o que pensar.
Em âmbito internacional, no chove não molha (felizmente) entre Estados Unidos e Coreia do Norte, ouviu-se a embaixadora de Tio Sam na ONU, Nikiki Haley, no dia 30 do penúltimo mês do ano. No Conselho de Segurança, ela declarou que o mais recente lançamento de um míssil internacional pelos norte-coreanos deixou o mundo muito próximo da guerra.
Que guerra seria? Lembro, ainda com Emanuel Medeiros Vieira, Hiroshima: Na manhã de 6 de agosto de 1945/ a bomba de Hiroshima,/ a bomba,/ tão clara,/ cirúrgica. Bomba geométrica, certeira. A bomba vem do céu,/ mas não é ave./ A bomba vem de cima,/ mas não é Deus./ Desce fumegante,/ a bomba não negocia,/ a bomba não conversa célere, impositiva,/ acerta o alvo, cai,/ a bomba queima, a bomba dissolve,/ a bomba dilacera./ Alguém nasce no ano que ela cai,/ e pensa naquele 6 de agosto de 1945:/ segunda-feira – 8h15 da manhã:/Surpresa daqueles milhares de olhos./ Na véspera, a espera do lúdico no matinal domingo,/ parques, igrejas, passeios, visitas familiares./ Dia seguinte:/sem tempo para a reflexão – a chegada da não-ave, emissária de Tanato,/que cai, cai,/na paisagem limpa (cogumelos atômicos).
As instituições sobrevivem, a despeito de tantos. As investigações da PF ou os processos da Lava Jato não têm término. Aos mais poderosos, não interessa. Vale a pena cozinhar em banho-maria, para protelar, apela-se a todos os meios que a ciência jurídica possibilita. Há prisões e solturas, faltam cadeados eletrônicos, o transporte de réus e acusados, por terra, mar e ar, exige fortunas dos cofres públicos. O cidadão paga, a sociedade suporta.
Cícero, o grande tribuno romano, é lembrado: Até quando, Catalina, abusará de nossa paciência? Mas ninguém sabe mais quem é Catalina.

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Mensagem N°82925
De: Prefeitura Data: Sábado 2/12/2017 07:23:40
Cidade: Minas Gerais

A Eurofarma, multinacional brasileira do ramo farmacêutico, concluiu na manhã desta sexta-feira, 1º de dezembro, a negociação para a compra do terreno para a construção de uma unidade em Montes Claros. O terreno, que pertencia à Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), possui 250 mil metros quadrados de área e fica localizado na Estrada da Produção, onde será Distrito Industrial II de Montes Claros. O investimento final da empresa na cidade deve chegar aos R$ 600 milhões, gerando mais de 500 empregos. O prefeito Humberto Souto se empenhou em facilitar a vinda da empresa, dando todo o suporte necessário. A previsão é que a construção seja iniciada no início de 2018.

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Mensagem N°82924
De: Manoel Hygino Data: Sexta 1/12/2017 07:36:48
Cidade: Belo Horizonte

O visgo que há em Portugal

Manoel Hygino

Brasileiros, descendentes ou não de lusitanos, estão fazendo a viagem de volta de Pedro Álvares Cabral – uso o nome completo do nauta para evitar confusão. Portugal cresce como destino de nossos turistas. Há os que vão pela primeira vez e se encantam, até porque encontram pessoas que, na Europa, usam língua semelhante à nossa. Não digo que seja rigorosamente igual.
Desiludidos do Brasil atual, acabrunhados por perceberem que a corrupção e os escândalos decorrentes continuam sem previsão de término, há os que arrumam a mala e fazem o retorno pelo Atlântico.
Lembro, por exemplo, o escritor Ronaldo Cagiano (ele é de Cataguases) e a esposa, Eltane, de mesmo ofício, que deixaram a gloriosa São Paulo depois de anos e se instalaram na santa terrinha. Desenganaram-se aqui de vez, após um sequestro de que foram vítimas na maior cidade do país. Escolheram um pedaço de mundo em que estão agora em paz, porque mais bem protegidos da ação permanente dos marginais.
Poderia citar outros casos e personagens. Por agora, lembro Ricardo Arnaldo Malheiros Fiuza, professor universitário de teoria do estado e de direito constitucional, jornalista, editor-adjunto da Del Rey, membro do Instituto dos Advogados de Minas Gerais e do Instituto Histórico e Geográfico, e com outros títulos que ocupariam toda esta coluna. Entre eles, membro das academias Mineira de Letras e Mineira de Letras Jurídicas.
Ele não se transfere para Portugal, terra do avô, que era Manoel – Bento Malheiros, natural de Ponte de Lima, na região do Minho. O ascendente veio para o Brasil no século XIX, estabeleceu-se em Ouro Preto, casou-se com a professora Francisca de Paula Penido Malheiros. Ali, integrou a Mesa Administrativa da Santa Casa e da Associação Comercial.
Visitou Portugal, pela primeira vez, em 1975, e desde então a pátria avoenga se inscreveu no roteiro de suas viagens. Fez cursos na Universidade de Évora, no Alentejo, na Universidade de Lisboa, de Formação de Magistrados no Centro de Estados Judiciários de Portugal, trazendo novos conhecimentos para a Escola Judicial do TJMG. Deu-se tão bem que decidiu residir em Lisboa e lá permaneceu um ano com a família, cuja esposa, Janice, fez história da arte na Fundação Gulbenkian, enquanto os filhos frequentavam escolas públicas de Lisboa. Nada mau.
Sua ligação com Portugal se estreitou. Já Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique, do Grêmio Literário de Lisboa, fundado pela rainha Dona Maria II, fez-se membro do Centro da Comunidade Luso-Brasileira, cá de Beagá. Não vou estender-me, pela razão enunciada: o espaço reduzido.
Com saudações luso-brasileiras, alegria e honra, Ricardo A. Malheiros Fiuza comunica que, desde 3 de novembro, é cidadão português de origem (jus sanguíneo), sem deixar, é claro, de ser brasileiro com esperança...”.
Português também, mas sem abandonar o Brasil, Minas, nossa cidade, Belo Horizonte, em segundo plano. É bom evocar Rosa: “Minas – atente, olha, se lembra, sente, pensa. Minas – a gente não sabe. Sei um pouco, seu facies, a natureza física – muros montes e ultramontes, vales escorregadios, os andantes belos rios, as linhas de cumeeiras, a aeroplanície ou cimos profundamente altos, azuis, que
já estão nos sonhos – a teoria dessa paisagem... Saberei que é muito Brasil, em ponto de dentro, Brasil conteúdo, a razão do assunto”.

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Mensagem N°82923
De: José Ponciano Neto Data: Quinta 30/11/2017 16:36:26
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

Novamente o Rio Congonhas.

Quando li a mensagem 82.917 do Thomas Jeferson (geólogo) pensei em não opinar a respeito. Mas, como já escrevi muito sobre este rio, inclusive, PARTE dos seus primeiros dados de monitoramento foi compilada por este escriba - achei melhor externar alguns dos sentimentos de anos idos. Desde 1987 (30 anos)

Sei que muitos “intelectuais” não aceitam opiniões e nem comentários a respeito do Rio Congonhas. Outros usam até tribunas e reuniões para falar e mentir a respeito sem nunca ter lidado com recursos hídricos, e ainda consegue iludir até a área jurídica.

– isto é outro caso. Trata-se de política! Estes são uns pobres coitados munidos com os eternos conflitos de interesses - não aceitam o Iluminismo..

Conhecer este rio é conhecer a nossa história.
Sr. Thomas Jeferson. Em 05 de Janeiro de 2003, portanto, há 14 anos escrevi um artigo com o titulo: “NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO ESTÃO SENDO AMEAÇADAS” – veja Fac-símile.

Na ocasião a Policia do Meio Ambiente e a Promotoria Pública foram na Serra do espinhaço visitar a empresa constataram que o Rio Canoas estava secando e vários barramentos foram levantados nas veredas das nascentes – até hoje estão lá para confirmar.

Na época, com a minha bucólica sabedoria de técnico campesino, proferir uma palestra na Câmara Municipal de Itacambira, onde alertei a população e os parlamentares, o que poderia acontecer com o Córrego Macuco - o “olho d’água” à beira da estrada de Tamanduá - Rio Congonhas - Do Onça; Macaúbas - Rio Juramento; Canoas e Saracura. Todos na mesma área de recarga.
Citei que, à rápida retirada de suas matas nativas para carvão; a má utilização do Solo e as grandes monoculturas de eucaliptos, a região estava fadada a sofrer com a queda de vazões nos seus cursos em caso de uma estiagem prolongada promovida pela natureza, iríamos passar dificuldades de consociar o consumo humano, agricultura e pecuária.

O resultado não foi outro. Apenas o Macuco que abastece Itacambira, o Juramento e Saracura ainda persistem com a pouquíssima vazão. É que estamos passando.

É como você citou! - Insistir em construir barragem onde não tem água, realmente é “Chover no Molhado”

– primeiro temos que adequar ecologicamente às plantações de eucaliptos existentes, fazer funcionar as fiscalizações; tomar efetivamente as decisões jurídicas cabíveis, aí sim! Posteriormente fazer um novo estudo do regime hidráulico da bacia hidrográfica, para depois pensar em barragens ilusórias.

Graças a DEUS temos o Rio Pacuí; o Rio São Francisco e a futura Barragem de Jequitai para nos salvar até a estiagem cíclica passar.

De indivíduo que vive à custa alheia, dizendo besteiras no “Zap-zap” e nas tribunas, estamos repelindo. Também cansados de noticias e promessas hipócritas acerca do combate a crise hídrica.

Como dizia o Índio Mário Juruna, ex-cacique e ex. Dep. Federal: “SE NOIS NÃO RAONI, A GENTE STING”. Uma referência aos seus amigos o Cacique RAONI e o ator e cantor inglês STING.

(*) José Ponciano Neto é Tec. Meio Ambiente e Recursos Hídricos

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Mensagem N°82922
De: Manoel Hygino Data: Quinta 30/11/2017 08:13:33
Cidade: Belo Horizonte

O riso que se perde

Manoel Hygino

Crescentemente me inquieto. Pelas folhas, tomo conhecimento de que Tiririca anuncia que não disputará reeleição ano que vem. “Totalmente decepcionado” com a política após dois mandatos, conquistados com votações recordes”, ele é peremptório: “Não volto”.
Acrescenta: “Esperava chegar aqui e aprovar projetos, mas a mecânica daqui é complicada”. Sem sequer um único discurso, promete só falar, no final do mandato, “despedindo-se da galera”.
Verdadeiramente, não acho qualquer graça de coisas que ora acontecem no pedaço de terra descoberto por Cabral, o Pedro Álvares, séculos depois território de que se apossou ou em que se empossou – outro Cabral, o Sérgio, ex-governador, preso em local muito próprio: Benfica.
Não é, sem embargo, para rir. No último dia 22, a humorista Cláudia Rodrigues foi internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, às pressas. Um excelente estabelecimento, por sinal. Ela sofreu um surto de esclerose múltipla, e – segundo sua empresária – não havia previsão de alta. Seu estado de saúde não era dos melhores, tanto que recolhida a isolamento, embora lúcida e respirando sem ajuda de aparelhos.
Pelos corredores, os indefectíveis comentários. O episódio resultaria de baixa imunidade, após contato com alguém com catapora. Nestas horas, apressa-se em opinar e dar palpites, provando a tese de que todos temos de médico e louco, um pouco. Alguém lembrou que a artista também sofrera de herpes zoster, “que estourara por dentro e por fora”. Acrescentava-se que corria o risco de ficar cega, como revelara a empresária. Tudo evidentemente a esclarecer pelos médicos, que procuravam definir um diagnóstico seguro.
Os humoristas não devem achar bons o capricho e as contingências da hora. Pois aconteceu na mesma data. O humorista, cantor e compositor Moacyr Franco, há 20 anos no programa “A Praça é Nossa”, do SBT, foi demitido pela emissora de Sílvio Santos. Ele já apresentara “A mulher é um show”, em 1986, voltando no ano seguinte para o “Concurso de Paródias”.
Não parou por aí o artista de Ituiutaba, pontal do Triângulo Mineiro, maior produtor de arroz do Brasil em determinada época. Naquela televisão, atuou nos seriados “Ô... Coitado” (1997–1999), com a também mineira Gorete Milagres. Em seguida, em “Meu Cunhado” (2004–2006) e, desde 2005, no “A Praça é Nossa”, interpretando o caipira Jeca Gay, que me perdoem a cacofonia.
Carlos Alberto de Nóbrega se disse bastante abalado. “Somos amigos há 62 anos. Quando soube que ele seria cortado, foi um choque. Eu disse à direção da casa que não conseguiria dar a notícia, porque iria começar a chorar na hora. Ele é um dos artistas mais injustiçados no nosso país. Ele é um gênio, tem uma versatilidade como poucos. É um ótimo ator, humorista, escreve muito bem, é um poeta, canta muito bem... Era um absurdo ele ter somente cinco minutos de participação na Praça. Mas a empresa não é minha, e a decisão também não foi minha. Estou muito triste”.
Os fatos os demonstram que a situação é séria, mesmo entre os que ganham para fazer as pessoas rirem. Ridendo castigat mores. Fica claro que vamos perdendo os ases dos que contam anedotas e fabricantes de risos e gargalhadas. É uma constatação profundamente desagradável nesta hora em que as más notícias prosperam.

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Mensagem N°82921
De: Luiz Ortiga Data: Quinta 30/11/2017 08:08:59
Cidade: Brasília/MG

"Fiquei muito alegre e sensibilizada com o comentário (abaixo). Agradeço ao remetente, cujo nome não consegui visualizar. Talvez possa se identificar para que lhe envie outras histórias da Montes Claros antiga, que é dos meus amores também..São todas elas boas e doces,e também já sou avó... Muito gata pelas lembranças dos tios e primos. (...)"

Ref. Mensagem 82.916 - esta mensagem, sem remetente, também deixou-me com a pulga atrás da orelha: quem teria escrito a mensagem? Só sei que deve ter sido um colega de turma do Diocesano. Fui contemporâneo das pessoas citadas. de repente, a saudade baixou e aqui estou enviando um abraço a todos e expressando o meu querer bem a Montes Claros querida e aos amigos do meu coração. Que Deus esteja com todos. Que os colegas que já se foram, peçam a Deus por nós que aqui estamos e nos lembrando com saudades infinitas daquela época da Montes Claros campeã, produto dos esportes que praticávamos. Com o meu abraço. Luiz Ortiga

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Mensagem N°82920
De: Alberto Sena Data: Quinta 30/11/2017 08:06:54
Cidade: Grão Mogol

O povo quer é a duplicação da estrada e não “mel de coruja”

Alberto Sena

Pode até parecer piada pronta, mas não é. Trata-se da mais cruel realidade. A empresa que vem fazendo o recapeamento do asfalto na BR 251 descobriu uma mina d’água na altura de Francisco Sá, onde o asfalto recém capeado regurgitou com os primeiros chuviscos. O asfalto antigo lá estava há anos e nunca se teve notícia de mina d’água. Mas foi só recapear para o asfalto subir em um trecho de cerca de dois quilômetros.
O mais incrível em tudo isso é que as autoridades do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) acreditam nessa versão estapafúrdia e a vida continua daquele jeito, com paradas prolongadas para a empresa que prestou o desserviço refazer a obra. Pior: uma coisa dessa acontece justamente quando as empreiteiras estão envolvidas com a Operação Lava Jato.
Quem passa pela BR 251 e sofre com aquele montueiro de carretas, caminhões, cegonheiras e tudo mais vê que pela espessura do asfalto, o recapeamento não durará muito tempo porque buracos na pista recapeadas já estão surgindo.
Será que o Dnit não fiscaliza? Fiscaliza, porque carro do departamento é visto por lá. Mas será que o asfalto colocado está compatível com a grana investida ali? Pelo jeito há algo de errado ali e é preciso ser averiguado. Todo o Brasil sabe que as empreiteiras costumam oferecer asfalto de qualidade duvidosa incompatível com o montante da grana recebida.
Não é possível acreditar no trabalho de uma empresa que não dura nem um mês. Se as chuvas vierem para valer, será o caos definitivo. Ademais, numa hora dessas, os pais e as mães da obra somem. São pais e mães desalmados, porque não aparecem para falar do desastre da obra.
Em verdade, esse recapeamento funciona como o “bode russo”. Quem conhece sabe, estão fazendo o recapeamento, quando o Dnit tinha que partir para a duplicação da BR. Ou pelo menos construir a “terceira pista” em determinados pontos. Colocaram o “bode russo” para calar a boca dos que reclamavam. Em verdade, o que todos querem é a duplicação da estrada. O mais é falácia.

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Mensagem N°82919
De: Cemig Data: Quarta 29/11/2017 13:55:33
Cidade: Montes Claros Mg  País: Brasil

Cemig lança edital para preenchimento de mais de 100 vagas em nível médio e superior A Cemig publicou, nesta terça-feira (28/11), o Edital de Concurso Público 03/2017, para provimento de 109 vagas para funções de nível médio, técnico profissionalizante e de nível universitário para contratação pela Empresa sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. As inscrições poderão ser realizadas a partir de 5 de fevereiro a 12 de março do ano que vem, pelo site da Fumarc. O valor da taxa de inscrição varia de R$ 50 a R$ 130, de acordo com a função para a qual o candidato irá concorrer. Os salários variam de R$ 2.498,30 a R$ 7.965,00.O edital completo está disponível no site da Cemig: www.cemig.com.br

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Mensagem N°82918
De: Manoel Hygino Data: Quarta 29/11/2017 07:39:16
Cidade: Belo Horizonte

O submarino que não voltou

Manoel Hygino

Os jornais de sábado – 25 de novembro de 2017 – davam informações sobre o submarino argentino ARA San Juan, desaparecido então há dez dias no Atlântico Sul, com 44 tripulantes. O presidente Maurício Macri assegurou que as buscas continuavam, contando com o apoio total da comunidade internacional e avanços tecnológicos. A embarcação dera sua última mensagem no dia 15 de novembro, quando navegava em direção à sua base no porto de Mar del Plata, a 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires.
Esse tipo de tragédia já inspirou mais de um filme. Assim, se repetem os acontecimentos de 2000, na Rússia, quando um submarino nuclear daquele país “estava afundando no Mar de Barents, levando consigo 118 tripulantes, para usar as palavras da jornalista Masha Gessen. Ela confessa: “De todas as histórias dolorosas que precisei cobrir e que o povo da Rússia teve de testemunhar, o desastre do Kursk foi provavelmente a mais devastadora.
Durante nove dias, as mães, as esposas e os filhos dos homens que estavam a bordo – e, junto com eles, a Rússia inteira – conservavam a esperança de que alguns deles ainda estivessem vivos. Todo o país se manteve em vigilância enquanto a Marinha e o governo se atarantavam em tentativas de resgate. Equipes da Noruega e da Grã-Bretanha se puseram à disposição, mas foram rejeitadas, supostamente em virtude de cuidados relativos à segurança. E o pior foi que o novo presidente (Putin) ficou calado: estava de férias no Mar Negro”.
O Kursk era uma metáfora da Rússia pós-soviética. Começara a ser construído em 1990, quando a União Soviética estava prestes a extinguir-se. Ficou pronto em 1994, “enquanto o império ruía”. O submarino nuclear era imenso, mas não passara por manutenção desde que lançado. Participara de sua primeira missão no verão de 1999, quando Putin subiu ao poder e participaria da primeira operação importante de treinamento exatamente em agosto de 2000.
Gessen conta uma história dolorosa: o submarino e a própria Frota Russa do Norte não estavam preparados para o exercício. Os navios e os homens não preenchiam as exigências técnicas e legais para um exercício militar convencional.
Eis parte do texto original: “O submarino havia sido equipado com torpedos de treinamento, alguns dos quais com a data de validade vencida e o resto sem uma verificação adequada. Alguns tinham furos de ferrugem visíveis: os anéis de conexão de borracha de outros já tinham sido usados inúmeras vezes, numa nítida violação aos regulamentos de segurança. A morte está conosco aqui a bordo”, disse um dos tripulantes à sua mãe, referindo-se aos torpedos, seis dias antes do acidente”.
Temeridade e falta de respeito à vida. Os depoimentos são dramáticos. Foi um dos projeteis que pegou fogo e explodiu. Houve duas explosões dentro do submarino e a maioria da tripulação teve morte instantânea. Vinte e seis sobreviventes correram para uma área não afetada no interior da embarcação e esperaram socorro. Dispunham de equipamento para sobrevivência por algum tempo e confiavam ser salvos porque participavam de um exercício militar.Os tremores da explosão foram captados por uma estação sísmica da Noruega, mas transcorreram nove horas para se iniciar o resgate frustrado. Era tarde, muito tarde, mesmo com os sobreviventes batendo o SOS pelo Código Morse.

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Mensagem N°82917
De: Thomas Jefferson Castro B. Furtado Data: Quarta 29/11/2017 10:07:19
Cidade: Montes Claros MG/ Recife - PE

Indo ontem para Itacambira, quando passei pela Comunidade de Tamanduá fiquei surpreso com uma chuva que caia pelas redondezas. Não choveu nada onde estamos pesquisando a formação geológica. --Com a interferência dos eucaliptos e pouca chuva na região. Construir Barragem no Rio Congonhas, será como “chover no molhado”. Não tem como! As nascentes estão todas detonadas. Thomas Geólogo

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Mensagem N°82916
De: Iara Tribuzzi Data: Quarta 29/11/2017 09:59:16
Cidade: Belo Horizonte/MG

Fiquei muito alegre e sensibilizada com o comentário (abaixo). Agradeço ao remetente, cujo nome não consegui visualizar. Talvez possa se identificar para que lhe envie outras histórias da Montes Claros antiga, que é dos meus amores também..São todas elas boas e doces,e também já sou avó... Muito gata pelas lembranças dos tios e primos. O senhor leu "A caixa de Bisa"?

***


A Sra.Iara Tribuzi, em sua crônica de ontem, citou nomes que me tocaram o coração. Fui estudante do Colégio Diocesano nos melhores tempos da minha juventude e por que não dizer e de Montes Claros também? Montes Claros era o nosso sonho: Colégio bom com colegas excepcionais, Praça de Esportes com a sua piscina formadora de campeões, quadras de vôlei e basquete, sempre muito e por todos disputadas, o desfile das garotas mais bonitas de Minas Gerais. Não citarei nomes, muitas já senhoras e avós, quando não já falecidas. Mas como eram bonitas nas suas juventudes respectivas. O Mário Velosos, nosso colega de turma, infelizmente já falecido, ficava vermelho quando o Reynaldo Artur(filho do Dr. Dárcio) e eu elogiávamos a sua irmã, linda e loura a Bisa.Era normal, nos finais de semana, bailecos na residência de cada um. Afastavam-se os móveis, um toca-disco que chamávamos de ´pick-up), discos de 78 rotações, mas sempre com músicas recém lançadas. As meninas mais lindas da cidade eram avisadas e compareciam. Afinal,éramos os meninos, metidos a rapazes mais conhecidos delas e atletas,muitos com medalhas de campeões de natação ou futebol . Os bailes mais frequentes eram na casa do Gilberto Veloso, do Marco Antonio e do Pedrinho, filhos da d.Palmira e ´seu´Benjamin dos Anjos.Pais e filhos de uma camaradagem ímpar. Amigos inesquecíveis, enquanto vivermos ainda. Esta família não era deste mundo, tanto é que Deus os levou, a todos. Ficou uma saudade imensa. Meu Deus, como Montes Claros era uma cidade amistosa. A nossa juventude foi de dar pena nos jovens atuais. Éramos realmente felizes, bons alunos no Colégio, atletas campeões no campeonato mineiro de natação, e o Joválcio Maurício batendo o recorde brasileiro dos 100m rasos da época. Como tínhamos grande nadadores. Não os citarei. Poderia cometer injustiça omitindo nomes. Quanta coisa importante ocorreu nesta cidade na minha época. Houvbe até eclipse em que o melhor lugar do continente para ser observado era aqui. A cidade nunca recebeu tantos astrônomos como naquela época, creio que no ano de 46. Já faz tempo. Ficaria uma dia inteiro recordando as boas e doces coisas. As amargas não. Ah Montwes Claros dos meus amores...

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Mensagem N°82915
De: Guimarães Data: Terça 28/11/2017 21:16:25
Cidade: Montes Claros/MG

Patrimônio histórico de Montes Claros - Muitos imóveis antigos de Montes Claros, de rara beleza e representativos da história da cidade, vêm sendo demolidos, dando lugar a edifícios e outros tipos de imóveis novos. Mas nós, montesclarenses, principalmente os mais antigos e os descendentes dos antepassados de gerações já longínquas e que participaram intensamente do desenvolvimento desta cidade, temos que comemorar e muito a decisão da restauração de um imóvel construído ainda no Brasil Império, símbolo histórico precioso de um período inesquecível. O Procon de Montes Claros comprará o sobrado nr 93, da Rua Justino Câmara, Centro, construido em 1885 pelo Cel. Celestino Soares da Cruz (3/5/1844 - 21/9/1918), para sua residência e casa comercial. O imóvel, que faz parte do Patrimônio Histórico de Montes Claros, será restaurado e a sede do Procon será lá instalada. Preservar as construções antigas é manter vivas a história e a cultura de um povo. Referência: mensagem 78463, de 15/8/2014.

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Mensagem N°82914
De: Junior Barbosa Data: Terça 28/11/2017 10:38:52
Cidade: Cuiabá/mt

Muito bom ouvir as noticias de Moc atraves deste canal. Faz me sentir em casa. Estou em contagem regressiva para ir curtir o natal com minha familia ai no bairro Edgar Pereira. Abraços a todos e obrigado pelo excelente trabalho

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Mensagem N°82913
De: O Tempo Data: Terça 28/11/2017 12:28:28
Cidade: Belo Horizonte

Médico estupra adolescente de 16 anos durante consulta dermatológica - 28/11/17 - 12h11 – José Vítor Camilo - Ao procurar atendimento para tratar uma dermatite na Policlínica Municipal de Francisco Sá, no Norte de Minas Gerais, uma adolescente de 16 anos acabou sendo estuprada pelo médico durante a consulta na tarde de segunda-feira (28).De acordo com a Polícia Militar (PM), a corporação foi acionada pela vítima por volta de 12h15 na unidade de saúde, localizada na avenida Getúlio Vargas. Ela relatou que entrou para a consulta e o dermatologista de 40 anos conversou a princípio sobre a dermatite mas, em seguida, passou a fazer outras perguntas sobre assuntos estranhos, como depilação e, até mesmo, o ciclo menstrual dela. Após isso, o profissional passou a apalpá-la na altura da cintura e removeu sua roupa sem a autorização da mesma, introduzindo o dedo no órgão sexual da vítima. Neste momento a adolescente afirmou que estaria constrangida com a situação, momento em que o médico prontamente respondeu que tratava-se de um procedimento padrão. Entretanto, a menor estranhou a conduta e resolveu conversar com uma funcionária do hospital e contou o que ocorreu, momento em que elas decidiram acionar a PM. O médico foi preso ainda na unidade de saúde e encaminhado para a Delegacia de Plantão de Montes Claros. A adolescente foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exames para comprovar o estupro. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil (PC), o médico foi autuado em flagrante por violência sexual mediante fraude, crime que tem pena de 2 a 6 meses de prisão. Ele já foi encaminhado ao Presídio de Montes Claros.

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Mensagem N°82912
De: Iara Tribuzi Data: Terça 28/11/2017 08:10:51
Cidade: Belo Horizonte/MG

Mangaritos e araruta

Iara Tribuzi


A noite gelada me obriga a ler na cama, e encontro a notícia da programação do Globo Rural, a que sempre assisto - falarão de mangaritos e araruta. As palavras fazem emergir mundos antigos, que me pareciam para sempre perdidos. Tio Cyro dos Anjos descreve em "A menina do Sobrado" a mesa de pereiro branco do Vovô Antoninho - Coronel Antônio dos Anjos, e as refeições muito frugais de Sá Rosinha, naquela época de soberbos assados e leitões pururucas, rodeados de riquíssimas farofas e frituras. O medo da friagem foi maior que o impulso de ir ao outro quarto buscar o meu exemplar do livro. Na manhã seguinte liguei para o primo João Carlos, que mora no Rio. -Ô, João, você se lembra de mangaritos? - Lembro e tenho saudades deles, cozidos na calda queimada ... Prosseguimos, mergulhados em sobremesas antigas - ovos nevados, creme de cálice, mandioca cozida com melado. Prometo um almoço de lembranças, quando ele vier a BH. O programa abordou a cultura dos mangaritos, araruta e "cará de moela", que estão plantando em Pindamonhangaba /SP. Voltaram à moda nestes tempos de abstenção do glúten. Ensinou apenas uma receita com os mangaritos, um risoto bem diferente. Não faz mal. Minha avó paterna fazia uma delicadíssima brevidade de araruta, que depois de assada era cortada em losangos e torrada no forno para o desjejum do meu pai, seu único filho. Também fazia pão de Ló, que levava farto caldo de limões. Gosto das cozinhas antigas - do fogo, do leite que fervia nos tachos e emanava um cheiro adocicado, da água enfumaçada da chaleira, das bananas que assávamos na chapa quente, dos beijus, e até das beldroegas, brotadas no quintal com as primeiras chuvas. As espigas de milho verde eram espetadas num ferro e assadas nas brasas, e miolos dos marmelos postos na chocolateira imensa, para virar geléia. - Tem de ser no fogo manso, ponderava Vó Milota. Havia um grande buião de barro, para aquecer a água dos banhos e prover a grande jarra de louça da sala de visitas. São minhas lembranças mais preciosas. Aprendi a cozinhar sem dificuldade alguma. Sinto imensa saudade dos quintais e da chácara da fazenda. De repente a jabuticabeira avistada da janela se cobria de uma névoa branca- era a floração. Aos domingos vejo o Globo Rural. No domingo anterior apareceu uma mula que foi passar uns tempos noutra fazenda, voltou amojada e pariu um burrinho preto - não é coisa de fim do mundo? Cruzes! Iara Tribuzzi Final do Outono de 2017
Telefone: (31) 32212619

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Mensagem N°82911
De: Estado de Minas Data: Terça 28/11/2017 07:46:27
Cidade: Belo Horizonte

Depois de ataque de vândalos que mataram jacaré, zoológico sera desativado em Montes Claros - Luiz Ribeiro - 27/11/2017 - 23h05 - O Zoológico de Montes Claros, no Norte de Minas, será desativado definitivamente, depois que um jacaré foi morto. O espaço já estava fechado para a visitação publica desde janeiro. Os cerca de 140 animais de diversas espécies mantidos no local serão transferidos para outros zoológicos. A decisão foi anunciada pela Secretaria de Meio Ambiente do Município no final da tarde desta segunda-feira, depois de reunião com os outros órgãos ambientais – o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e uma Organização não Governamental (ONG).O zoológico da cidade foi criado há mais de 30 anos e ultimamente vinha enfrentando problemas estruturais e atos de vandalismo. No fim de semana, um jacaré do papo amarelo foi morto por vândalos que invadiram o zoológico, situado em área anexa ao Parque Municipal Milton Prates, entre os bairros Major Prates e Morada do Parque. Na noite desta segunda-feira, a diretora da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Anildes Lopes, confirmou a opção pela desativação da área. O jacaré de papo amarelo foi encontrado morto na manhã do sábado, por funcionários do zoológico. De acordo com ocorrência da Policia Militar, o animal, que teria mais de 30 anos foi morto com um “instrumento perfuro cortante”, possivelmente, um arpão. Na ocorrência também consta que um dos problemas do logradouro é a falta de vigilância. “A solicitante, bem como testemunhas, relatou que o zoológico se encontra sem vigias, estando presentes funcionários e guardas municipais em horário de expediente, estando desprovidos de vigilância pelo resto do dia e da noite, motivo pelo qual, em outras oportunidades, indivíduos invadiram o local e lesionaram outros animais, arrombaram portas e levaram materiais, realizaram pesca sem autorização e desta vez, ceifaram a vida do jacaré de papo amarelo”, diz o boletim da PM. Recentemente, uma macaquinha ficou ferida após ser atacada por vândalos. O animal recebeu tratamento veterinário e ainda se recupera dos ferimentos. A diretora da Secretaria de Meio Ambiente, no entanto, negou a falta de vigilância. Segundo ela, o ataque ao jacaré ocorreu em período noturno, em horário em que os vândalos aproveitaram que estava ocorrendo a troca dos guardas. Anildes Lopes salientou que o zoológico da cidade necessita de uma série de reformas para se adequar às normas exigidas, previstas em Termos de Ajustamento de Condutas (TACs) firmados com o Ibama. Devido à falta de estrutura, o local foi fechado para visitações públicas logo que a atual administração tomou posse, em janeiro deste ano. A prefeitura continuou garantindo a alimentação e o acondicionamento dos animais. A diretora da Secretaria de Meio Ambiente disse que somente zoológicos fiscalizados e credenciados pelo Ibama poderão receber os animais de Montes Claros. Os cerca de 140 animais do zoo são, na maioria, espécies da fauna brasileira. Entre eles estão mamíferos (como macacos e jaguatirica), repteis e diversas espécies de aves. Ainda, de acordo com Anildes Lopes, o processo de doação dos animais será demorado, pois inicialmente será feito o cadastramento dos exemplares para a oferta aos outros zoológicos. Durante o procedimento, a prefeitura vai garantir a manutenção dos bichos. A diretora de Meio Ambiente explicou que a decisão do fechamento em definitivo do zoológico somente poderá ser revista se aparecer alguma proposta de entidade interessada em assumir o espaço e bancar os custos dos cuidados com os animais, e a proteção deles contra atos de vandalismos, além de fazer as reformas estruturais necessárias exigidas pelo Ibama.

***

Prefeitura - 16h37m - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, comunica o fechamento do Zoológico de Montes Claros, uma vez que o espaço daquele logradouro não é mais adequado para o bem-estar dos seus animais, além do alto custo para sua manutenção. A área do zoológico será incorporada ao Parque Municipal Milton Prates.Os representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), além de membros da ONG AVE, foram comunicados e cientificados que os animais serão transferidos para outros zoológicos credenciados.

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Mensagem N°82910
De: Maria Luiza Silveira Teles Data: Segunda 27/11/2017 13:20:06
Cidade: Montes Claros  País: Btsdil

O INCRÍVEL ARISTÔNIO CANELA

Os gênios são raros. A história cultural de Montes Claros tem registrado uma série de homens fenomenais no campo das Letras. Entretanto, conheci poucos que classificaria como gênios.
Os gênios são criaturas fora do comum, cujo cérebro trabalha de uma forma extraordinária como que num plano diferente daquele em que transita a média dos seres humanos. Por isso, inclusive, é difícil para eles se adaptarem a um mundo tão estranho àquilo que ele pode captar da realidade e imaginar. Sua leitura e interpretação nos escapam, pois estamos longe de alcançá-los.
Muitos pensam que o mérito de um escritor está no número de obras que produz. Isso, entretanto, não é verdadeiro. Ele pode escrever uma única obra e, no entanto, ser genial e seu nome ficar para a posteridade. A História está aí para comprovar isso. Margaret Mitchell, escritora americana, escreveu uma única obra que a imortalizou: “E o Vento levou...”.
Cyro dos Anjos é outro exemplo de escritor que produziu relativamete pouco, mas que é excepcional. Nunca a literatura brasileira haverá de esquecer “O Amanuense Belmiro”.
Estou tendo, na atualidade, a chance de conviver com um gênio, ainda pouco conhecido no meio cultural de Montes Claros. Isso porque ele não tenta aparecer. Como todo gênio, produz no silêncio, na solidão, no anonimato e sem necessidade de fazer propaganda de si, pois, fatalmente, sua genialidade há de se mostrar em sua obra.
Seu cérebro é febril e ele, uma criatura multifacetada, produz no campo da literatura, da música, do teatro. Poeta, compositor, contista, novelista, romancista e, ainda por cima, um excelente ortopedista.
Sobre o espetáculo produzido, dirigido e atuado por ele em “O Feitiço do Tempo”, espetáculo esse apresentado pela Academia Montes-clarense de Letras para mostrar a qualidade de seus membros, disse a doutora em Literatura, Ivana Rebello: “E por tal essência fui tomada (...) numa noite de um dos mais belos espetáculos que a cidade de Montes Claros conheceu. Música bem executada, teatralidade, cenário, luz e voz... E eu, amante confessa da arte, olhava para Lara, de apenas 9 anos, que assistiu a tudo inebriada. Falo do espetáculo O feitiço do Tempo, concebido e dirigido por Aristônio Canela”.

Tenho, desde muito nova, vivido num meio cultural bastante elevado e li os clássicos assim como os grandes escritores da atualidade. Varei noites de minha vida, desde a infância, lendo. Ultimamente, já não leio tanto por causa da baixa visão, mas, mesmo assim, me esforço e lanço mão de tudo que posso para não abandonar meu hobbie favorito. E sei bem, não apenas pela minha formação em Psicologia, mas por minha experiência com a literatura e como consultora editorial que fui durante muitos anos, distinguir quando me deparo com um gênio. E estou certa em afirmar que Aristônio Canela é um gênio.
Dono de uma sensibilidade e sensualidade incomuns, Aristônio derrama em sua obra, seja musical, seja literária, todo o seu talento, realismo fantástico, romantismo e sensualidade. E tem a prosa característica de sua mineiridade, ou melhor ainda, mineiridade sertaneja.
Com apenas doze anos, escreveu uma obra inesquecível, que publicaria anos depois: “O Guerreiro”.
Imaginem uma criança de doze anos escrevendo: “ Era uma vez um caminho. Desses pequenos, quase sem caminheiros. Valente, permanecia tenaz, bamboleante rasgando gerais. No seu solilóquio, apenas florinhas do campo lhes eram fiéis companheiras.”.
Ele mesmo se descreve na obra citada:
“Alma impetuosa, trigueira,
(...) Sou música,
Encanto da alegria.
(...) Do poema, sou angústia.
(...) Passageiro de chuvoso verão.
(...) Sou brisa terna.
(...) Chama viva,
Imortal.
Reverso do amor pagão,
Sou.
E sou você de cabelos brancos”.

Como pode uma criança já se descrever de maneira tão incrível? Acho que posso dizer que o conheço bem, hoje já na terceira idade, e posso afirmar que ele é como se descreve nesse poema da infância. Capaz de gestos extremos de ternura e explosões de raiva.
Sua mente é fervilhante. Não descansa. Ele escreve três obras, ao mesmo tempo em que compôe novas músicas e imagina outras peças teatrais. E, no campo da Medicina, opera com maestria como me relatou um seu colega de profissão.
Sua cultura em todos os campos é também algo fora do normal. Não entendo como um médico é capaz de falar, com profundidade, sobre os filósofos e suas teorias, os grandes mestres da Psicologia, os autores expoentes da Literaturta Brasileira e Mundial e sobre Música. Mas, também, ele tem a genética de outro gênio que foi seu professor: Cândido Canela.
Assim como eu, ainda jovem, já tinha o hábito de visitar Cândido para sorver de seu talento e cultura, hoje Aristônio me visita em tardes memoráveis de conversa. E, nessas tardes, tão alegres, em que posso gozar de sua genialidade, eu me sinto bem pequena! Hoje é ele, como seu tio,o meu mestre. Posso perceber que Aristônio foi uma bela herança que o meu amigo Cândido me deixou para que minha velhice não fosse tão triste.
Anotem esse nome porque, com certeza, ele, por seu talento, marcará a história cultural de nossa terra.

Maria Luiza Silveira Teles (presidente da Academia Motes-clarense de Letras)




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Mensagem N°82909
De: Pesquisador Data: Sábado 25/11/2017 22:20:06
Cidade: Moc/MG

Alguns parágrafos do livro "Aspectos do Desenvolvimento de Montes Claros", publicado em 1975, de autoria do Dr. Luiz de Paula Ferreira: entre as páginas 9 e 11..."O Norte de Minas, distanciado dos centros de decisão do Estado e mal servido de meios de comunicação, tornara-se, com o correr do tempo, a região menos conhecida e mais atrasada do Estado. A decantada prosperidade de Minas encontrava no setentrião mineiro uma área de exceção. Outras regiões do Estado, situadas mais próximas da Capital ou do Rio e São Paulo prosperavam e constituíam a Minas Gerais conhecida, a Minas Gerais dos políticos, dos banqueiros, da propalada prosperidade..."; "...No ano de 1959, no dia 15 de dezembro, era assinada a Lei nr 3692, que criava a SUDENE, em cuja área de jurisdição foram incluídos 42 Municípios do Norte de Minas Gerais, inclusive Montes Claros. A SUDENE, a energia elétrica da CEMIG, as estradas asfaltadas e a estrutura de apoio criada pelo Estado, aliadas a outros fatores positivos, já existentes ou posteriormente agregados ao processo, impulsionaram Montes Claros em seu vigoroso salto para o futuro."..."Vejamos alguns dados estatísticos, a fim de podermos melhor dimensionar, através dos números, a nova realidade que se implanta no setentrião mineiro. Comecemos pela população da cidade. O número de habitantes da cidade, que era de 23.000 em 1950, dobrou nos 10 anos seguintes, atingindo 46.531 habitantes em 1960 e quase triplicou nos últimos 14 anos, alcançando hoje (ano de 1975) cerca de 110.000 habitantes. O crescimento populacional da cidade se fez nos anos mais recentes à taxa de 9,26% ao ano, uma das mais altas do País. A estimativa da UPLAN, da população do município em 1990, ou seja, daqui a 15 anos, é de cerca de meio milhão de habitantes."... Depois que o autor apresenta outros dados estatísticos e aspectos mais relevantes do desenvolvimento de Montes Claros, ele diz, na página 23: "Antes de finalizarmos, uma resposta, ou pelo menos uma tentativa de resposta, se impõe sobre o por que de ter sido Montes Claros, entre tantas outras comunidades que se formaram nestes sertões, aquela que polarizou mais intensivamente os interesses regionais. A localização geográfica é o fator primeiro que se apresenta ao ser tentada análise dessa natureza. Encontrando-se relativamente próxima dos garimpos de Grão Mogol, de Minas Novas, do Tejuco e de outras áreas eminentemente consumidoras, e servida por estradas de tropas em todas as direções, Montes Claros teve adequadas condições locacionais para tornar-se um entreposto regional, onde o sertão podia concentrar a maior parte de sua produção disponível e abastecer-se do que necessitasse...; a salubridade do local, afastado das vazantes malarígenas dos grandes rios - São Francisco, Verde Grande e Rio das Velhas; proximidade das matas ubertosas do Verde Grande, produtoras de milho e ricas em pastagens, responsáveis pelo crescimento dos rebanhos. E por último, mas não o último, um fator altamente decisivo - o homem que aqui se localizou. Destaco em especial a vocação comercial dos montesclarenses, o talento para comprar e vender e para motivar a produção, daqueles que vieram do Nordeste, da Bahia, do Sul ou que nasceram no próprio sertão e aqui se fixaram para exercer a nobre e progressista profissão do comércio. Foi o talento do comerciante de Montes Claros que superou as dificuldades e soube aproveitar os fatores positivos, consolidando-os em favor do crescimento da comunidade. Somos os continuadores desses gigantes do passado. Não importa onde tenhamos nascido, pois Montes Claros não pede ao que chega o seu batistério."

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Mensagem N°82908
De: Alberto Sena Data: Segunda 27/11/2017 09:19:22
Cidade: Grão Mogol

Silêncio e Caminhar *

Alberto Sena -

Nós, montes-clarenses, nós brasileiros de modo geral estamos assistindo o País descer celeremente a ladeira. Estamos como o cão correndo atrás do próprio rabo.
O problema brasileiro e da Humanidade não se resolve porque a raiz é de egoísmo, ódio, rancor, mágoa e outros sentimentos negativos. Creio que quem se dispuser a tomar o poder à base de ações violentas, acaso seja bem-sucedido, não oferecerá um cenário de paz e harmonia; jamais.
REVOLUÇÃO
Nesse quesito, fico com o pensamento e a prática do Marátma Gandhi – “A Grande Alma” – quando ele diz: “A única revolução possível é dentro de nós”. Qualquer outra é mais do mesmo e se não fosse, tudo já estaria resolvido, e, no entanto, nada está solucionado aqui nem no mundo onde a oferta de qualidade de vida deteriora a cada dia.
Penso que para enfrentarmos os nossos problemas devemos utilizar o silêncio e o caminhar como forma de protesto. Em vez de sairmos às ruas gritando frases de efeito, esbravejando, cuspindo sentimentos os mais negativos, vamos, todos juntos, em silêncio, caminhar.
Não vejo maneira melhor para vencermos essa batalha árdua travada diariamente. Não vejo luz no final desse túnel. As eleições para presidente da República estão às portas e para muitos de nós não há nenhum candidato capaz de promover as mudanças que o povo quer.
PROTESTO
Protestar caminhando e em silêncio tem muito mais eficácia porque ajuda a encontrar solução sóbria para esse impasse. Estamos entre a cruz e a caldeirinha. E não sobreviveremos como nação espargindo os já conhecidos maus sentimentos.
Ao oferecer esse caminho comungo com a opinião do pensador francês David Le Breton, autor de livros como “El silencio e Elogio del Caminar”. Ele defende a abertura de espaços na nossa vida diária para o silêncio, para meditar, para nos encontrarmos conosco mesmos. E, com a disciplina adequada, fazermos esses espaços cada vez maiores.
Muito antes de ler alguma coisa dele, eu percebi isso depois de fazer duas vezes a pé o Caminho de Santiago de Compostela, na França/Espanha, em 2001 e 2002, motivo desta reunião para lançamento do correspondente livro “Nos Pirineus Da Alma”.
Nada melhor do que o silêncio e o caminhar para encontrarmos nós mesmos e em seguida participarmos da única revolução possível, conforme dizer de Gandhi.
MELHOR EXPERIÊNCIA
O pensador francês fez recentemente a caminhada e disse (abre aspas), “A minha melhor experiência nesse sentido, a definitiva, foi no Caminho de Santiago: quando cheguei, enfim, a Compostela, compreendi que eu havia me transformado completamente, depois de numerosos dias em marcha e em absoluto silêncio. Foi um renascimento.” Fecha aspas.
Ele é do nosso tempo. Mas, antes dele, Marátma Gandhi pôde provar a eficácia da caminhada em silêncio por meio da “Marcha do Sal”, um ato de protesto contra a proibição da extração do sal na Índia colonial imposta pelos ingleses.
Gandhi percorreu a pé 400 quilômetros para pegar um pouco de sal para si. Um número muito grande de indianos o seguiu.
Os ingleses nada puderam fazer contra porque ele não havia incitado os outros a seguirem-no. A marcha ocorreu de 12 de março até 6 de abril de 1930.
ENCONTRAR PAZ
O silêncio e sua prática nos leva a esta possibilidade de encontro profundo. É fortificante. Em silêncio é possível encontrar paz e o amor incondicional vem com toda a força transformadora, como já dizia Gandhi naquela época: “O amor é a força mais sutil do mundo. O mundo está farto de ódio”. E é justamente isso que, no momento destrói, corrompe e ensurdece os seres chamados humanos.
Jesus Cristo nos ensinou que, para falarmos com Deus não há necessidade do uso de muitas palavras. O silêncio já diz quase tudo. Este pode ser um passo. Ninguém deve ter medo de si mesmo. Andemos, pois, e pratiquemos o silêncio diariamente. Vamos ajudar a transformar a Humanidade.

(* Discurso proferido na solenidade de lançamento do livro “Nos Pirineus Da Alma”, no Elos Clube Montes Claros)

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Mensagem N°82907
De: Manoel Hygino Data: Segunda 27/11/2017 07:46:36
Cidade: Belo Horizonte

A Rússia e suas datas antigas

Manoel Hygino

Quando se lê ou se escreve sobre a Rússia, tem-se de armar de todo cuidado quanto às datas, que podem parecer confusas. Até 1918, lá se usava o velho calendário Juliano. No século 19, estava com doze dias a menos em relação ao calendário Gregoriano, adotado praticamente em quase todos os outros países. No século 20, a folhinha russa revelava treze dias de atraso.
Quem poderia esclarecer esse problema é J.P.Lozar, mas não posso me omitir. Outro aspecto a ser lembrado: “O russo, o cidadão, tem três nomes: o primeiro é o de batismo; depois, vem o nome do pai acrescentado de vich ou vitch, ou seja, filho de; e, finalmente, o nome da família. Assim, o último czar era Nicolau Alexandrovitch Romanov. No caso de mulheres, o segundo nome é o do pai com Evna ou Ovna, no finalzinho da palavra, que quer dizer filha de”.
Tudo para contar que a Revolução de Outubro, que levou ao poder os sovietes se deu em 7 de novembro de 1917. No prefácio de “Dez dias que abalaram o mundo”, Crupscaia, mulher de Lênin, indica outubro para situar a revolução. Conta que o autor da obra, John Reed, norte-americano, “está ligado indissoluvelmente à “Revolução Russa”, e seu corpo “repousa na base do Muro Vermelho do Kremlin”. No entanto, o próprio Reed, no prefácio, adverte que “é preciso ter-se em conta que foi, não em 25 de outubro, mas em 7 de novembro de 1917, que o império dos tzares ruiu”. Em todo caso, o jornalista de Oregon, EUA, foi prudente – usou as duas datas para registrar esta observação no posfácio da edição soviética.
Realmente, a revolução de 1917 não seria factivamente de outubro ou novembro, porque começou em fevereiro–março, a partir de quando ganhou terreno e adeptos. Constituía a explosão dos sentimentos populares represados ao longo de séculos, aguçados pela ininterrupta propaganda e ação de grupos que ansiavam o poder. “Assim, muito tempo antes do socialismo marxista ter sido sequer sonhado”, escreveu Bertran Wolfe, em ‘Three Who Made a Revolution’, “o Estado russo tornara-se o maior proprietário de terras, o maior industrial, o maior empregador de mão de obra, o maior comerciante, o maior proprietário de capital, na Rússia ou no mundo... Sendo isso transformado no maior aparelhamento burocrático do mundo”.
É tema fascinante para todos os que pretendem saber sobre a história, e a história da Rússia, com proposto por Falcionelli, catedrático argentino da Universidade de Mendoza.
O mundo estava atrasado. O avô do último soberano, Nicolau II, Alexandre II, percebeu a situação e, em 1861, contra monumental oposição, libertou os escravos, mas surgiu um sistema de servidão de outra espécie, até em condições piores em vários aspectos. Allan Moorehead alerta: O que o rei soberano achava importante era apenas um princípio de coisa. Mas a escravidão não era peculiar à Rússia, pois também produziria a guerra civil nos Estados Unidos.
Sob Alexandre, começou-se a definir um plano para uma Constituição. Em 31 de março de 1881, contudo, o tzar foi vitimado por uma bomba, que o deixou mutilado e levado ao Palácio de Inverno para morrer.
Em outubro–novembro de 1917, o órgão oficial dos socialistas moderados escreveu: “O drama da revolução tem dois atos: no primeiro, destrói-se o velho regime; no segundo, cria-se o novo. O primeiro ato já durou muito tempo. Chegou o momento de passarmos, quanto antes, ao segundo”.

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Mensagem N°82906
De: Wemerson Mendes Data: Domingo 26/11/2017 16:13:54
Cidade: Montes Claros/MG

Apesar da escassez de chuva na nossa cidade e em todo o norte de Minas, o site Climatempo tem informado que irá cair 255 milímetros entre os dias 29/11 e 10/12. Cabe a nós, torcermos para que esta previsão se materialize e que o "período das águas", seja de muita abundância para o sertanejo, que há muitos anos vem sofrendo com a maior seca da região.

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Mensagem N°82905
De: Luís Data: Sábado 25/11/2017 15:57:53
Cidade: M. Claros

Nas atuais “águas”, isto é, nas chuvas que começaram depois do último período seco de maio a setembro, há um acumulado de 132 milímetros na área central de M. Claros. Os dados são de meticuloso observador e pesquisador dos fenômenos climáticos da cidade. Na barragem de Juramento, que abastece M. Claros, choveu pouco menos, o que não altera a aflitiva situação de racionamento que dura já quase um ano. Contudo, há estudos dizendo que o mês de dezembro será de chuvas compensadoras na região. Oxalá. Ainda sobre a chuva na barragem - o que caiu já desceu para o consumo.Neste momento, 16h20m de sábado, o céu está azul em M. Claros, tarde ensolarada, com poucas visitantes nuvens brancas, brancas e altas, como ilhas.

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Mensagem N°82904
De: Manoel Hygino Data: Sábado 25/11/2017 07:41:17
Cidade: Belo Horizonte

O fim do caminho

Manoel Hygino

Na escola primária, ouvi o conto daquele aluno que devolvera o “dever de casa” com numerosos e graves erros. A professora, experimentada na diária lida com seus infantes, perguntou se ele fizera o trabalho sozinho ou se alguém o ajudara. Embora receoso, explicou à distinta mestra que seus pais o tinham auxiliado na missão. A professora observou, incontinenti: “Bem que eu desconfiava. Não seria possível apenas a uma pessoa cometer tantos e tão sérios erros”.
A historieta se presta ao Brasil de hoje. Não se trata de crise criada por uma única autoridade, sequer por um só grupo de pessoas, por um partido político. Os fatos equívocos, suspeitos ou flagrados, os desvios, as ilicitudes, os escândalos são tantos e tão escabrosos, que não resultam de ações solitárias, embora estes casos possam existir. É perfeitamente admissível que, aproveitando as circunstâncias favoráveis, inclusive a possível impunidade por seus atos, alguém se disponha a também enfiar a mão na cumbuca com objetivos escusos.
A impunidade produz exemplos e gera adeptos. E como tem sido perniciosa à vida nacional! O grande desencanto e a decepção resultam da falta de expectativas concretas com relação ao futuro do país, aquele previsto por Stefan Zweig, que, cônscio das grandes potencialidades nacionais e de perspectivas saudáveis, confiava em que seríamos uma grande nação. O Brasil, de fato, cresceu muito, principalmente em problemas e no número daqueles que se enriquecem com o dinheiro desviado dos cofres públicos, de obras pagas, mas não realizadas, dos superfaturamentos de empreendimentos de todas as dimensões, em todos os rincões e em todas as áreas de atuação oficial.
Mudam-se os nomes dos que assinam os atos oficiais, mas permanecem as suspeições, as investigações, as condenações e prisões, seguidas da libertação permitidas pela legislação por falhas nas respectivas disposições.
Deles se servem competentes escritórios de advocacia, que defendem causas indefensáveis, porque escusas e em detrimento do interesse superior da nação, do cidadão, das instituições.
Repito aqui trechos de artigo de Fernando Gabeira, em março do ano passado, com o título “É o fim do caminho”: Na semana passada escrevi, “O processo de morrer”. Não tenho mais saída exceto apelar para “O livro tibetano dos mortos”, que dá conselhos aos que já não estão entre nós. O conselho é seguir em frente, não se apegar, não ficar rondando o mundo que deixam.
Simplesmente não dá para continuar neste pesadelo de um país em crise, epidemia de zika, desemprego, desastres ambientais, é preciso desatar o nó, encontrar um governo provisório que nos leve a 2018.
De todas as frentes da crise, a que mais depende da vontade das pessoas é a política. Se o Congresso apoiado por um movimento popular não resolver, o TSE acabará resolvendo. Com isso que está aí o Brasil chegará a 2018 como um caco, não só pela exaustão material, mas também por não ter punido um governo que se elegeu com dinheiro da Petrobras.
É hora de o país pegar o impulso da lava-jato: carro limpo, governo derrubado, de novo na estrada. É uma estrada dura, contenções, recuperação de credibilidade, quebradeira nos estados e cidades. É pau, é pedra, é o fim do caminho”.

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Mensagem N°82903
De: Wanderlino Arruda Data: Sexta 24/11/2017 10:27:49
Cidade: M. Claros

Luiz de Paula Ferreira (1968)

Wanderlino Arruda

Luiz de Paula é, sobretudo, um homem de sorte. Sua origem humilde tem sido um grande trunfo na sua vida, pois que desde pequeno, aprendeu a lutar. Escolas não lhe faltaram, mesmo que sob pesado fardo de sacrifícios. O trabalho foi contínuo, sem folgas, como uma grande oficina que forja poderosa vontade. Assim, a têmpera do seu caráter foi modelada na própria experiência, com um princípio filosófico adquirido no aconchego de um lar simples e genuinamente cristão. Otimista, inteligente, persuasivo, sempre acreditou em sua boa estrela. De grande versatilidade mental, excelente memória e com grande capacidade de ocupar-se de muitas coisas diferentes, sabe perceber a ocasião oportuna para agir, sem cada situação. E o entusiasmo é uma espécie de bússola aponta-lhe os motivos e as possibilidades de brilho, tornando-se capaz de sair-se bem de todas as situações difíceis e inesperadas. Vem daí, talvez, o seu sucesso na política. Tem imenso gosto pelas viagens e apreciação das novas cenas e situações diferentes. Eterno estudante, quer estar sempre impulsionado a aprender algo de novo, obter novas experiências, de conhecer mais e mais, intrigado e fascinado por tudo que é diferente. Conservador, mão hesita diante das dificuldades, sabendo descobrir bem as soluções práticas e efetivas para cada problema. Tem uma grande qualidade para os amigos e um defeito para os adversários, principalmente no campo político: sabe considerar sempre os dois lados de uma questão e tem aptidão para servir em emergências que exijam ação pronta e decisiva. Facilmente adquire amigos, não perdendo tempo com desilusões. Mais do que ninguém sabe dar certo ar romântico aos assuntos comuns de sua vida. Aí estão a sua alma de verdadeiro artista e talvez do herói que todos nós temos dentro de nós mesmos. Outro ponto interessante: Luiz de Paula é uma espécie de conservador e aventureiro, ao mesmo tempo. Ama o passado, vive o presente e não sabe como temer o futuro. Sem deixar de pensar em si mesmo, tem propósito definido pelas coordenadas do seu caráter, em trabalhar sempre de modo útil aos seus semelhantes, com uma admiração sem par pela humanidade inteira. Luiz de Paula é um homem feliz, repito. Imaginem os Senhores que aquele solteirão, conquanto a alegre, bem-humorado, bem situado, artista, menestrel da boa vida, precisava ter muita sorte para dar-se e ser dado em casamento a uma moça tão admirável como Isabel, possuidora das boas qualidades que ele tinha e de mais de um milhão de outras que ele não chega a ter. O casamento para Luiz foi ouro sobre o azul, nada melhor para construir um castelo de felicidades a um respeitável e sério trovador, um nobre medieval do nosso século. Os filhos adorados aumentaram a alegria do casal e esse andarilho motorizado, quando não está na estrada, tem de estar gozando a tranquilidade e harmonia do seu lar. E não venha dizer depois que não foi Deus que inventou a mulher! Que o amor não é a maior riqueza! Vou terminar sem fazer biografia, apenas como um psicólogo à moda da casa. Aos que pensaram que iria eu fazer um discurso político, delineando programas, lançando plataformas, aplaudindo o homem público que viver um momento positivo em sua carreira de Deputado Federal, devo ter desiludido, enganado até. Procurei traçar um retrato, surpreender o próprio homenageado, com ângulos e sua vida que ele talvez não tenha prestado ou mesmo não preste atenção. Mas antes de as Senhoras e os Senhores baterem palmas, mais por força de uma convenção social do que pelos méritos da oração, quero dizer que também entrevistei D. Isabel sobre o seu ilustre consorte. O resultado foi interessante e posso bem imaginar as suas intenções, as implicações psicológicas mais recônditas. Os Senhores e as Senhoras vão decidir se ela falou como simples cidadã, como esposa, como política, pois sempre existe e contágio, ou como simplesmente mulher. Eis a resposta: "Luiz é o único deputado que sai semanalmente de Brasília para fazer uma visita a sua base eleitoral, em Montes Claros, e eu, como sua eleitora, gosto demais disso".

( Discurso pronunciado durante as homenagens prestadas pelos amigos ao Deputado Federal Luiz de Paula Ferreira, em jantar no Automóvel Clube de Montes Claros, em 12 de setembro de 1968.)

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Mensagem N°82902
De: Manoel Hygino Data: Sexta 24/11/2017 07:26:06
Cidade: Montes Claros

Morte macabra na Califórnia

Manoel Hygino

Completou 83 anos no dia 12 de novembro e, dois dias depois, no dia 14, morreu. O óbito foi às 20h13 locais, em um hospital, cujo nome não acompanhou a informação. Refiro-me a Charles Manson, um dos personagens do meu livro “Hippies, protesto ou modismo”, por sinal recebido elogiosamente por A. A. Mello Cançado, que assinava crônica no antigo “O Diário”, de Belo Horizonte. Professor de Direito Romano, o mestre sempre foi generoso comigo e meus escritos.
Na data de aniversário, Manson pediu liberdade condicional, rejeitada como em outras vezes, após condenado a prisão perpétua pela morte de várias pessoas na Califórnia, em agosto de 1969. Entre elas, a da atriz Sharon Tate, então com 26 anos, grávida de oito meses e meio. Era esposa do cineasta Roman Polanski, diretor de filmes de sucesso internacional, e ainda com relativa popularidade.
O boletim do Departamento de Correção e Reabilitação da Califórnia, CDCR, foi econômico em palavras. Esclareceu que o preso “morreu de causas naturais”, aquelas não permitidas por ele pelo menos a sete pessoas, há quase cinco décadas. Para seu macabro desiderato, Charles Manson reuniu pessoas, de que era guru, formando uma “família”, como aliás o grupo era conhecido. À guisa de curiosidade, lembro que do laudo da execução de Tiradentes constava que ele falecera também “por morte natural”, na forca.
Pela mídia, fiquei agora sabendo que o “caso” continua despertando interesse na sociedade norte-americana. Não só Tio Sam, contudo. Todo o mundo conhece a trajetória mórbido-criminosa de Manson, no decorrer dos 40 anos de cadeia, que o livraram da pena de morte a que fora inicialmente condenado. O mesmo acontecera com discípulas envolvidas na trama e no ato final. A mão fatal foi de Susan Atkins, que esfaqueou a atriz de Hollywood. Para marcar mais profundamente a cena, ainda escreveu com o sangue da vítima, na porta de entrada da casa, a palavra “pig”, porco.
Por envolver gente conhecida na sociedade, mesmo artistas de Hollywood, comentou-se enormemente o plano macabro de Manson, uma figura rara. Nascido em 12 de novembro de 1934, em Cincinnati, no norte dos Estados Unidos, filho de uma jovem de 16 anos, o menino sequer conheceu o pai e da mãe nem se fala. Adulto, começou a formar a sua grei, com mulheres ingênuas e perdidas, que viviam à margem. Então instalou o seu harém familiar, que gerou muitos bebês. Cuidou de ter ao menos um filho com cada uma de suas adeptas e, para maior enlevo de todos, a droga circulava naturalmente na vivência coletiva.
Segundo versões fidedignas, Charles Manson incentivava os assassinatos para provocar a explosão de descontentamento entre brancos e negros, batizando o programa de “Helter Skelter”, título de uma das músicas de sucesso dos Beatles. Daí, o liame de ideias na época, que incentivavam mais do que “paz e amor”, pelo que se depreende.
Entrevistado na prisão, ao ser perguntado que conselho daria aos jovens, ensinava, por detrás da sua barba grande e revolta: “deixem uma marca para que o mundo saiba que estiveram aqui”. No caso de Sharon, quando já se dizia a reencarnação de Cristo, a inscrição foi de um vocábulo único: “Pig”. Identificava-se?

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Mensagem N°82901
De: Amanda France Data: Quinta 23/11/2017 12:30:03
Cidade: Montes claros-mg  País: Brasil

Boa tarde moro no centro da cidade e aqui no centro esta infestado de gafanhotos gostaria de saber se tem mais algum bairro da cidade que esta infestado ?

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Mensagem N°82900
De: Wanderlino Arruda Data: Quinta 23/11/2017 10:50:21
Cidade: Montes Claros/MG

Chegada a hora de despedida. Deixou-nos hoje o nosso confrade, companheiro, irmão e amigo Luiz de Paula Ferreira, seis meses depois dos cem anos bem vividos.Certeza de uma recepção bem luminosa no Mundo Maior.

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Mensagem N°82899
De: José Ponciano Neto Data: Quinta 23/11/2017 10:48:11
Cidade: Montes Claros-MG  País: Brasil

O passamento pelas as colunas do oriente eterno, de um grande empreendedor. Nós perdemos um grande homem, nascido em Várzea da Palma, começou a trabalhar em Juramento-MG e Glaucilândia-MG, um aprendizado! Mas, foi aqui em Montes Claros, que se tornou um grande empresário na indústria do algodão – têxtil e fazendeiro. Podemos considerar um filho da terra cuja grandeza na sua família e em Montes Claros, estava na simplicidade de sua natureza no meio de nós. Luiz de Paula Ferreira sempre esteve presente nos momentos mais importantes de Montes Claros, e ao longo desses anos era o companheiro inseparável da sua esposa Dona Izabel Rebello de Paula Um homem que definia metas para alcançar o sucesso, jamais recuava diante dos empecilhos da vida – assim dizia todos os seus amigos. Sem sombra de dúvidas é uma grande perca para a sociedade montesclarense. Foi encontrar com seus cunhados Jaime; Toninho Rebello, Yvonne Silveira e os padrinhos Bertulino P. Ribeiro e Alzira Ponciano. Que DEUS o receba na sua infinita glória e lhe conceda paz eterna! A família enlutada. Nossos pêsames. PS: Leia na mensagem nº 82505 de 03/07/2017 um pouco sobre sua vida. - Pena que me encontro em BH.

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Mensagem N°82898
De: Paulo Narciso Data: Quinta 23/11/2017 09:59:43
Cidade: M. Claros

Uma triste notícia para M. Claros na manhã nublada (mas ainda sem as muitas chuvas que esperamos todos): partiu nesta madrugada, aos 100 anos, o poeta, compositor, memorialista e industrial Luiz de Paula, também autor da música que eternizou o centenário de M. Claros. Em 27 de junho último, ascendeu ao restrito grupo de centenários e, ainda que acamado nos últimos tempos, manteve-se alerta e laborioso. Muito se falará da sua carreira profissional e de líder rotariano, entre outras coisas. Muito. Seguirá, em tantos outros, a lembrança do humanista reservado e cauteloso, prudente, que manteve olhar profundo para desventrar a natureza, e seus mistérios, e que preservou oculta ternura para penetrar o clarão rebuçado da vida. Ao morrer, Sócrates concluiu que os cisnes eram caluniados. Não cantam pela iminência da morte. Cantam pelo rebroto da vida. (O velório foi transferido da Santa Casa para o anexo da Câmara Municipal, a partir das 10h30m, com sepultamento às 17h).

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Mensagem N°82897
De: CLEIDIANE CARMEN TORINO ANDRADE Data: Terça 21/11/2017 23:16:40
Cidade: Pará de Minas-MG

Li, e, fiz meus filhotes lerem a crônica do Senhor José Ponciano numero 82876 neste mural.
Belíssima! O descaso leva a desordem. Precisamos reagir. Não com violência, mas, não podemos ficar observando tudo como uns incompetentes. A outra sobre o dia da Consciência Negra me esclareceu totalmente. Este mural é chique demais! Minha mãe mora em Montes Claros. CLEIDIANE CARMEN TORINO ANDRADE de Pará de Minas

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Mensagem N°82896
De: Manoel Hygino Data: Quinta 23/11/2017 07:49:06
Cidade: Belo Horizonte

Magistratura: Liturgia do cargo

Manoel Hygino

Eugênio José Guilherme de Aragão é professor-adjunto da Faculdade de Direito na Universidade de Brasília e recentemente se aposentou como procurador da República. Em entrevista ao jornal “Nossa Ciência”, há poucos dias, ele fez declarações corajosas sobre o Brasil em que vivemos, inclusive no que tange à formação acadêmica jurídica, classificando-a como “distante da realidade”.
O espaço, por curto, não permite transcrever integralmente. Perguntado se o processo, pelo qual o Brasil passou, quebrou a liturgia dos cargos na Justiça e se há concerto quando se rompe a liturgia, ele esclareceu:
“A liturgia do cargo é uma garantia para os atores da Justiça de uma certa intangibilidade. Essa liturgia irradia ao ator da Justiça uma credibilidade, uma certa majestade que, automaticamente, afasta as partes do conflito da pretensão de querer incluir esse ator dentro de seu conflito. O problema é um juiz lidar anualmente com milhares de processos e sempre em cada um desses processos vai haver um frustrado. O magistrado tem a tendência de acumular com o passar do tempo, cada vez mais desafetos, que são aqueles que foram frustrados nas suas pretensões em juízo e, se o magistrado não tiver essa aura de majestade, de responsabilidade que a liturgia do cargo transmite, ele se equiparará às partes em conflito, ele descerá de seu pódio. Então é natural que ele se exponha a ser alvo de violência, porque se ele se comporta feito um moleque, feito um litigante raivoso, ele vai ser tratado como tal e aí acaba levando um tiro na testa, ele arrisca sua integridade física”.
Diante disso, a natural pergunta ao magistrado aposentado é: como deve ser a atuação do juiz? A resposta, que também se publica na íntegra, pode ser analisada: “A liturgia é algo profundamente democrático, porque é um respeito às instituições do Estado de Direito. O magistrado não deve dar opiniões polêmicas, nunca deve falar de público sobre suas causas, porque ele acirra os conflitos, não deve expor as partes, deve cultivar um baixo perfil, a discrição, a tranquilidade, a serenidade. Só assim ele será levado a sério como um juiz imparcial. Infelizmente, no Brasil, o judiciário brasileiro tem uma coisa muito curiosa. Ao mesmo tempo em que ele é, como poder, provido de enormes poderes, muito mais do que qualquer um, comparado com outros juízes, ele é um poder hierarquizado e os juízes são extremamente moderados, se tem um bicho medroso é o tal de juiz, tem medo de desagradar os superiores. Para baixo, ele pisa: para cima, ele faz o salamaleque”.
Medo por que? Não se trata de uma carreira absolutamente respeitável? Eis o que pensa o magistrado:
“É porque todo juiz, em última análise, almeja subir, e subir depende dos seus pares na instância superior; então ele tem que agradar a esses pares; eles, os juízes, acabam sendo permanentemente subalternos. Ao mesmo tempo aqueles que estão no topo da carreira, para chegarem lá, fizeram tanto salamaleque ao longo de sua vida que acabam tendo a coluna vertebral extremamente elástica. Em que eles se miram para lhes dar segurança? Na mídia. É a mídia que faz hoje a imagem do juiz, do magistrado, principalmente em sua cúpula e isso destrói completamente essa ideia de magistrado imparcial. Isso faz com que o magistrado se afaste de sua liturgia para deturpar, deformar essa liturgia em puro autoritarismo, em prepotência, arrogância”. São opiniões severas em nossa época. E são meia dúzia de laudas. Havendo novo espaço. O leitor merece conhecê-las.

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Mensagem N°82895
De: Hoje em Dia Data: Quarta 22/11/2017 08:07:52
Cidade: Belo Horizonte

Copasa dará descontos em contas com tarifa social por causa de cobranças indevidas em Montes Claros - 21/11/2017 - 17h28 - Um acordo entre a 13ª Promotoria de Justiça de Montes Claros, a regional do Procon-MG no Norte do Estado e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) vai beneficiar moradores da cidade com descontos na conta a partir de dezembro. A Copasa ficou de conceder descontos mensais de R$ 320mil, ao longo dos próximos 25 meses, nas contas de consumidores beneficiários da tarifa social. O acordo foi fechado em ação civil coletiva aforada pela Promotoria de Defesa do Consumidor do município. De acordo com Ministério Público, a empresa cobrou tarifa mínima (consumo de até 6m³ mensais) superior ao máximo previsto por lei municipal (5% do salário mínimo) durante cerca de sete anos e por isso foi determinada a devolução dos valores recebidos a mais no período. O coordenador regional do Procon-MG no Norte de Minas, promotor de Justiça Felipe Caires, explica que, como não é mais possível identificar todos os consumidores lesados pela prática, foi feito acordo para que R$ 18 milhões de reais sejam devolvidos sob a forma de obras públicas e descontos tarifários do interesse dos consumidores. Por meio do acordo, a empresa financiará ainda a construção e o mobiliamento da sede própria do Procon Municipal, da Escola Municipal de Educação para o Consumo e da sede própria da regional do Procon-MG no Norte de Minas. “Os investimentos em educação para o consumo, como a construção da escola para atendimento de crianças do ensino fundamental, aliados à estruturação dos órgãos de defesa do consumidor na região (Procon Municipal e regional do Procon-MG) e ao desconto tarifário nas contas de milhares de consumidores humildes, fazem deste acordo uma enorme conquista da sociedade de Montes Claros e região”, informou o coordenador do Procon.

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Mensagem N°82894
De: Manoel Hygino Data: Quarta 22/11/2017 07:42:34
Cidade: Belo Horizonte

Em tempo de Alphonsus

Manoel Hygino

O rompimento da barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, há dois anos, tem inspirado os que conhecem Mariana ou lá nasceram, desfrutando inesquecíveis lembranças. A primeira vila e cidade de Minas é fonte de ricas reminiscências carinhosamente preservadas no coração de sucessivas gerações mineiras.
Há poucos dias, Aristóteles Atheniense fez publicar um belo relato da vida de um celebrado juiz-poeta, apresentado em sessão da Academia Campinense de Letras. Aparece agora em opúsculo que traz como título somente “Alphonsus de Guimarens”, nascido em Ouro Preto, no dia 24 de julho de 1870, para falecer ali bem perto, no antigo Ribeirão do Carmo, no mês também de julho, no dia 15 em 1921.
O poeta Afonso Henrique da Costa Guimarães fez estudos no Liceu Mineiro, na cidade natal, e, em 1887, dez anos antes da inauguração de Belo Horizonte como sede do Governo de Minas, já fazia versos e amava a prima Constança, filha de Bernardo Guimarães. Um grande amor, não fora tão curta a vida, já que ela morreu prematuramente, aos 17 anos, passando a tema e forte referência na poesia do namorado.
Aristóteles, ex-presidente da IAB-MG por dois períodos, do IAB- Nacional e do Instituto dos Advogados Brasileiros, dentre outros títulos, hoje preside a Academia Mineira de Letras Jurídicas e colabora na imprensa, com frequência.
Lembra a pacata vida de Alphonsus em Mariana e o sofrimento consequente da perda irreparável. “Era de tarde. O sol no poente/Baixava lento. A noite vinha/ Ela tossia, estava doente.../Meu Deus, que olhar o que ela tinha!”.
Iniciando o curso de Direito em São Paulo, colou grau na Faculdade Livre de Direito de Ouro Preto, em 15 de julho de 1894 – o mês o marca sobremaneira. Promotor de Justiça em Conceição do Serro, onde já se encontrava o primo, Antônio Augusto de Ataíde, juiz da comarca, não fez “nenhuma acusação no júri, absolutamente avesso a falar em público e ainda mais avesso a acusar...”, como observou o filho João Alphonsus.
Dias difíceis, com a esposa Zenaide dividindo a dor pela sua dificuldade no exercício da atividade ministerial, até vê-lo “empalidecer, escorregar na cadeira, abandonar o corpo sem forças, como sem vida: desfalecer”. E mais: juiz substituto da comarca, viu o cargo ser extinto, largando-o desprovido de recursos para manutenção da família. A filha, que teve o nome da amada falecida, Constança, antecedeu-lhe à morte em dois meses.
Barrado no projeto de juiz municipal por adversários políticos do dono do jornal “Conceição do Serro”, foi nomeado para Mariana, de que há um registro do filho João Alphonsus:
“Fora transportado numa viagem de doze dias, acompanhado a remoção do pai, magistrado pobre, entre duas comarcas longínquas, em dois caixotes do tamanho de leitos infantis, ao fundo colchões e travesseiros, pendurados na cangalha, de um burro lerdo e passante, um preto, a pé, puxando o cabresto de sol a sol...”.
O comentário final de Atheniense: “Numa madrugada, em 1959, então acadêmico de Direito, indo visitar meu pai, Lafayette, à época Juiz de Direito em Ponte Nova, detive-me no caminho que passava por Mariana, saltei o muro e penetrei no Cemitério Municipal. Ali estava escrito o verso que Alphonsus escolhera para o jazigo: “A mih’alma é uma cruz enterrada no céu”.

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Mensagem N°82893
De: Geraldo Mauricio Data: Terça 21/11/2017 18:44:14
Cidade: Brasília DF  País: Brasil

Moderadamente

Geraldo Mauricio


Contava o Juiz de Direito aposentado, Augusto José Vieira Neto, no seu primeiro livro, " Estórias do Bala", que ao presidir um juri no Fórum da cidade mineira de Jequitinhonha, por volta de 1983, interrogava o réu:
-O senhor bebe?
Respondeu o réu: - Bebo sim dotô, ingualzinho o sinhô, umazinha todo dia, no bar da beira do rio, em frente ao fórum.
Para manter a respeitabilidade, o Juiz fechou a cara e, praticamente aos gritos, determinou ao escrivão:
- Registre-se: que o réu bebe, mo-de-ra-da-men-te!!!
A plateia conteve o riso, para satisfação de todos.
Augusto sempre levou a vida intensamente e o que nunca fez foi vive-la moderadamente.
Tudo nele era superlativo: alto, mais de 1metro e oitenta; sempre acima de 100 quilos; bebia muito; comia muito; falava muito alto e sorria mais alto ainda.
Dono de uma memória e inteligência acima do normal, era detentor de um poder de convencimento admirável, daí sua competência como professor.
Bala Doce sempre foi muito sensível com relação às artes, principalmente a música e o cinema. Sobretudo amava profundamente sua terra, sua gente e seus costumes, como diria o historiador Hermes de Paula.
Amava muito a vida e as mulheres, muitas mulheres. Idolatrava os pais, seus familiares e seus mestres que lhe ensinaram os caminhos da vida e principalmente os amigos.
Sempre muito fiel aos amigos, exaltava-os nas qualidades, porém implacável nas críticas de seus erros e vacilos. A sua grandeza d´alma e generosidade, entretanto, corrigiam os estragos provocados nas relações em razão da sua franqueza ferina.
Muito vaidoso, irreverente e libertário, atropelava a vida, as pessoas, as convenções, as instituições, a moral e os costumes, à medida em que elas conflitavam com suas opiniões, coerência e maneira de ver o mundo. Era acometido de arrobos de grandeza, coragem e ousadia nos desafios que enfrentava.
Fino contador de casos, se firmou como um perspicaz cronista do cotidiano, mestre no uso do humor fino ou mordaz. Sempre muito engraçado, porém com intervalos de melancolia e solidão, provavelmente nos períodos de ressaca etílica ou arrependimento.
Augusto Jose Vieira Neto, foi meu professor de Ciências Políticas no ano de 1972, quando cursava o Bacharelado em Sociologia e Ciências Sociais, pela Fundação Norte Mineira de Ensino Superior - UNIMONTES. Além da admiração que sempre nutri pelo filho de uma vizinha, Maria Helena Vieira, companheira inseparável de minha mãe, Augustão foi sempre um grande amigo.
O tempo passou e Augustão Bala Doce mudou-se para Belo Horizonte e nos vimos muito pouco a partir de então. Após concluir a faculdade fui morar e trabalhar em Brasília, Distrito Federal.
Em 2008, trinta e poucos anos depois, um grupo de amigos nascidos em Montes Claros em 1948, ou seja, comemorando 60 anos, resolveu reunirem-se em uma festa para lembrar dos velhos tempos do interior de Minas. Bala Doce foi convidado e de pronto aderiu ao grupo, mas lembrou-nos logo que era mais velho, entretanto por admirar a todos, ficava honrado com o convite.
O encontro aconteceu, em Montes Claros e durou 3 dias, como toda boa festa naquela terra. Augustão se encantou com as comemorações, bebeu pinga, comeu pequi, cantou, dançou e escreveu várias crônicas publicando-as na imprensa local e nas redes sociais, encantado com a meninada, com dizia sempre.
Após a festa, comprou a ideia de colecionar e publicar uns livros de casos escritos pelos participantes do grupo, inclusive incluindo alguns dos seus escritos já editados e nos ajudou também na revisão dos textos dos autores menos experientes.
Estas historias após 6 meses se transformaram no Livro " Éramos felizes e sabíamos", que foi lançado em animadas noites de autógrafos, em Brasília, Belo Horizonte e Montes Claros. Histórias de casos verídicos e engraçados, realmente acontecidos com os membros do grupo.
Augustão foi um dos 18 autores que autografaram a obra e ajudou a vender muitos exemplares com o maior orgulho. Como sempre, o Bala lembrava que, apesar de ser bem mais velho que a turma de 1948. Esta era sua vaidosa forma de lembra-nos que era de outra turma, curiosamente só 3 anos a mais; ele nasceu em 1945. Todos éramos contemporâneos em uma época de ouro do interior das Minas Gerais.
A empreitada bem-sucedida de transformar-nos em" escritores", motivou-nos a repeti-la com outro livro, utilizando os mesmos autores, os mesmos métodos de produção e edição porem com outro tema mais desafiante.
Assim, nasceu o livro, "Amor na Zona", relato de experiências verídicas, contendo uma forte dose apimentada de bom humor, acontecidas com alguns adolescentes e suas histórias bem ou malsucedidas.
O livro foi um sucesso ainda maior e mereceu um lançamento especial que aconteceu no sábado dia 2 de junho de 2012, numa tarde de autógrafos na livraria Mineiriana em Belo Horizonte, durante as comemorações do Dia Internacional das Prostitutas.
No dia anterior, no Hotel Liberdade, um bordel 5 estrelas da capital, havia acontecido um evento festivo que promoveu o encontro entre os autores e a imprensa, com o fim de promover o livro. Foram convidadas as famílias dos autores do livro uma vez que, teoricamente, suas esposas e mães, nunca haviam frequentado uma zona boemia e a curiosidade em saber o que acontecia em tais lugares era imensa...
Como destaque especial, contou-se com a participação da professora pesquisadora, Leticia Cardoso Barreto, Mestre em Psicologia e Ph.D. em Ciências Humanas do Núcleo de Identidade de Gênero e Subjetividades da Universidade Federal de Minas Gerais, cuja tese é focada no estudo de casos sobre a prostituição em Belo Horizonte.
Participaram também da festa, as diretoras do sindicato prostitutas mineiras e algumas profissionais filiadas. Um grande "happening" profano, mas com raro componente intelectual...
Fechando a lista de convidados, veio de São Paulo a escritora e ex prostituta Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, que já tinha publicado vários livros sobre sua própria vida de garota de programa. Ela foi a maiores atrações do lançamento do livro “Amor na Zona”, principalmente pelo sucesso alcançado com o filme "Bruna Surfistinha", estrelado por Débora Secco, no circuito nacional e visto por mais de 1,5 milhão de espectadores.
Lotação máxima do salão, casa fechada exclusivamente para os convidados, só mesmo Augusto Jose Vieira Neto, conseguiria o local sem custos para os organizadores com a interferência de seu amigo, Paulo Boechat, manager do Hotel, localizado a pouco mais de 500 metros do Palácio da Liberdade, sede do governo do Estado.
Raquel Pacheco foi a rainha da noite. Autografou conjuntamente com os autores o livro Amor na Zona e os seus próprios títulos.
No dia seguinte esteve também no lançamento oficial da obra na Livraria Mineiriana, eventos de grande impacto na mídia da capital mineira,
Como resultado até o "Blog do Anselmo" do Jornal o Globo, noticiou o evento e a produtora do Programa do Jô Soares, Anne Porlan, sondou-nos da possibilidade de entrevistar o ex Juiz e o organizador do livro. Augustão não topou ir ao Jô e a ideia morreu no nascedouro.
Partiu só, no dia 22 de outubro de 2017, aos 72 anos, sendo encontrado morto em seu apartamento, na sua cidade natal, para onde havia se mudado nos últimos tempos.
Agora, não o teremos mais para uma segunda festa dos 70 anos e nem na produção do provável terceiro livro da turma.
Que pena Bala, sentiremos sua falta companheirão.

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Mensagem N°82892
De: Carlos Antonio Data: Terça 21/11/2017 15:41:14
Cidade: Montes Claros

Em que cidade estamos vivendo, acabaram de matar uma pessoa aqui na avenida do São Judas, perto do Sinal da Ponte preta, dois individuos de moto, chegaram e atiraram no rapaz, alguns comentários foi que foram oito tiros, o rapaz saiu correndo pela avenida do São Judas e um carro acabou batendo nele. Aonde iremos parar com tanta violência...

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Mensagem N°82891
De: Nivea Almeida Data: Terça 21/11/2017 10:16:03
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

[Na passagem do dia da Consciência Negra, a minha singela homenagem aos tantos anjos lindos e negros da nossa querida Montes Claros, representados aqui pelo menino Joãozinho.]


* Os dentes de Joãozinho *

Joãozinho apareceu no primeiro dia de trabalho com um par de sapatos maior que o seu pé. As roupas, bem largas, dançavam em seu corpo delgado. Ainda não havia recebido o uniforme azul para a labuta, e por isso precisou improvisar. Todo mundo reparou o seu jeito meio desconjuntado, mas ninguém comentou patavina.

No outro dia, já de uniforme e sapatos luzentes do seu tamanho, veio de cabelos bem penteados e unhas cortadas. Apresentava-se sempre sorridente e cortês, assim como havia aprendido em seu treinamento para ser um jovem aprendiz, e assim também como, decerto, ditava a sua própria natureza.

Os dias foram passando e todo mundo se afeiçoou ao Joãozinho. Um garoto de costumes simples e jeito humilde, mostrava-se sempre prestativo, educado, gentil e bem humorado.

Pele negra, estatura pequena, bastante magro, cabeça ovalada enfeitada de madeixas negras encaracoladas, mãos, pés e orelhas desproporcionais, Joãozinho no auge de sua adolescência, tinha os dentes grandes e brancos sempre ostentados em um sorriso.

– Joãozinho, você cuida muito bem desses seus dentes, hein? – Disse como forma de encômio, no intervalo do café.

– Sim, senhora, cuido sim. Na verdade a mamãe faz uma fileira conosco todas as manhãs e no fim do dia. Ela mesma escova nossos dentes.

Sem entender muito bem aquela resposta, continuei meus questionamentos:

– Como assim João? Você já tem 15 anos de idade, já sabe escovar seus dentes sozinho. Sua mãe não precisa mais te ajudar.

– Sabe, dona, lá em casa a água é difícil. E não temos escova de dente. Mamãe pegou alguns sabugos de milho, cortou assim ó (mostrou com as mãos vários longos cortes na vertical) e cada um de nós tem uma “lasca”. Somos doze, né…

Eu continuei ouvindo estarrecida, não imaginava que era aquela a realidade de Joãozinho.

– Dos doze, dona, dez já tem dentes, dois são muito bebês ainda. Daí mamãe guarda nossas “escovas” bem organizadas na beira da prateleira e cobre com um paninho bem limpo. De manhã e à noitinha ela nos coloca enfileirados por ordem de tamanho, e começa o trabalho do menor para o maior. Os pequenos, que não tem dentes, ela limpa direitinho a boca e as gengivas com um rasgo de fralda umedecida na água. Na sequência, ela vai pegando as nossas “escovas”, passando um pouco de sabão de coco na ponta e esperamos todos de boca bem aberta. Mamãe é muito inteligente, dona, ela nunca confunde nossas “escovas” para não correr o risco de pegarmos bactérias da boca um do outro.

Joãozinho descrevia aquele rito com uma absurda riqueza de detalhes, e com os olhos tremeluzindo de orgulho da sua tutora esmerada. E ainda teve mais:

– Ela escova nossos dentes, dona, pois pela manhã, por exemplo, só temos um balde grande de água para tudo. E mamãe, para não desperdiçar, faz o trabalho ela mesma, evitando que entornemos ou que um de nós use mais água que o outro. Ela pega o copo de ferver a água do café, enche, e faz com que aquela porção dê conta de todos os nossos dentes. Sabe, dona, sabão de coco não é muito gostoso não, mas olha o resultado (e arreganhou os dentões todo soberbo). Como sou o maior e mais velho, sempre fico por último, e às vezes saio de casa com gosto de sabão na boca, pois o que sobra de água para mim para retirá-lo às vezes é bem pouquinho.

Joãozinho relatou sua higiene bucal e a de seus irmãos com muito empolgamento e a mesma alegria estampada na cara, do começo ao fim. Pelo que se podia perceber, era um momento ímpar de união familiar e partilha, promovido pela mãe daquela trupe.

Após o seu relato, engasgada, não consegui falar muita coisa. Terminei o meu café, já frio, agradeci pela história em murmurejo e saí dali de volta para o meu gabinete de trabalho. Mas não consegui ficar sentada por muito tempo. Peguei a minha bolsa e avisei a minha secretaria que iria rapidamente a um supermercado nas redondezas.

No final do expediente, como era de costume, Joãozinho foi até a minha sala perguntar se existia mais alguma demanda para aquele dia, e, em caso de minha negativa, sempre se despedia com o mesmo mantra “deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona”.

Estendi a mão com uma sacola plástica com as compras recém-adquiridas e entreguei ao Joãozinho. Lá dentro quinze escovas de dente de tamanhos e cores variados, alguns pacotes de algodão, dois pacotes grandes de lenços umedecidos, cinco tubos de pasta de dente com sabores diversos, um vidro grande de enxaguante bucal e duas embalagens de fita dental.

– Toma João, coloca na prateleira da sua mãe.

João recebeu a sacola com uma interrogação na fronte. Abriu e espiou, matreiro. João não sabia o que fazer de tanta satisfação. Abriu, vislumbrou e fechou aquela sacola plástica um milhão de vezes, como se ali escondesse uma grande e reluzente barra de ouro. Ele não acreditava no que via. Não sabia se agradecia, se me abraçava ou se saía correndo dali para encontrar logo a mãe.

– Dona, isso é pra nós mesmo? É sério? – Perguntou, com os olhos marejados.

– Corre, João, sua mãe precisa se organizar para o ritual da tarde. – Respondi.

Joãozinho, se não bastasse, deixou a sacola sobre a mesa, e subitamente, ajoelhou aos meus pés principiando um Pai Nosso bem alto, com as mãos para cima. Tentei retirá-lo dali puxando-o pelo braço, constrangida, mas foi em vão levantá-lo. Deixei-o terminar a sua oração. Era o seu jeito de agradecer por aquele gesto tão ínfimo da minha parte.

– Deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona.

E aconteceu. Naquela mesma noite eu sonhei que estava no Céu. Doze anjos negros e lindos, cabelos pretos encaracolados, vestidos de branco, asas enormes, suspensos do chão, cantando divinamente em uníssono, alinhados, mostrando os seus sorrisos com dentes tão brilhantes que ofuscavam o meu olhar…

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Mensagem N°82890
De: Eurípedes Data: Terça 21/11/2017 09:12:19
Cidade: M. Claros

Enfim, uma boa notícia: 140 pessoas serão contratadas e, em fevereiro, um novo supermercado funcionará no local onde fechou o Makro em M. Claros, há cerca de 2 anos, perto do aeroporto, na Cidade Alta. O atacarejo Villefort instalará no local a sua quarta loja em M. Claros. A rede holandesa Makro fechou abruptamente a loja na cidade, sem qualquer aviso até para os funcionários graduados locais. Emissários chegaram da matriz e simplesmente disseram - "fecha, agora", encerrando melancolicamente o atendimento. Não se sabe se o terreno e as instalações foram adquiridos pela rede Villefort, que manterá o posto de gasolina que atende no privilegiadolocal, saída para Francisco Sá e para todo o Norte de Minas. Os novos funcionários já estão sendo cadastrados na loja pioneira do grupo, na Avenida Dulce Sarmento. A notícia sinaliza que a roda da economia dá sinais de que volta a funcionar.

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Mensagem N°82889
De: Manoel Hygino Data: Terça 21/11/2017 07:23:02
Cidade: Belo Horizonte

Uma guerra sem fim previsto

Manoel Hygino

Aconteceu no Rio de Janeiro. Bandidos ligados ao tráfico, em meados de outubro, sequestraram um médico e o levaram para socorrer um criminoso. Após tiroteio na avenida Brasil, um policial e um criminoso se feriram. Levados a uma UPA; informou-se que o caso era grave e impunha cirurgia. Para segurança do marginal- vítima, apreendeu-se ali mesmo um discípulo de Hipócrates, transferido a uma clínica clandestina na Baixada Fluminense para procedimentos.
Este apenas um fato entre tantos que enodoam ou estigmatizam a crônica da cidade e do Estado do Rio. Uma pena para os que lá moraram em dias difíceis, mas menos marcados pela violência e pela corrupção, que enfim é uma espécie de demonstração prática daquela.
Um ex-governador carioca preso desde princípio do ano. Uma vergonha. Os negócios escusos em todas as atividades oficiais, com empresas evidentemente envolvidas. Deputados à Assembleia, inclusive seu presidente, presos por ordem judicial em 16 de novembro. Horas depois, foram soltos.
Além de outras personagens, envolvidas em escândalos pelo mau uso de com recursos públicos, isto é, do povo.
Na periferia, uma guerra sem fronteiras. Funcionalismo em atraso, falta de material farmacêutico nos postos de saúde, revolta dos barnabés, sucessivos tiroteios nas comunidades – antes favelas. Balas matam os coitados, infantes, mulheres e idosos. Sangue, gritos e lágrimas, mais feridos e mortos.
Sem embargo, o Rio de Janeiro é a única cidade brasileira incluída entre as 100 mais visitadas do mundo, embora em 85ª colocação. Em primeiro lugar e pelo oitavo ano consecutivo, Hong Kong. Nas Américas, só Nova York aparece entre as dez mais.
O Rio reflete o Brasil, infelizmente. Tivemos 61.619 mortes violentas no país, no ano passado, o maior índice de aumento da história, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Só homicídios foram sete a cada dia e, no total, se matou em 2016 mais do que a bomba atômica de Nagasaki, em 1945. Mas era época de guerra mundial.
A violência não é terrível privilégio carioca, quando se sabe, por exemplo, que ela praticamente se comprovou em dobro nos registros da dengue e zika. Esta apresentou 719 casos possíveis, com 86 confirmados pelo critério laboratorial.
Em Minas, há violência, como não poderia deixar de ser. Nó dia 6 de novembro, trinta homens armados invadiram Uberaba. Roubaram empresa de valores. Usando explosivos, atiraram uma bomba perto do quartel da PM, amarraram correntes em postes, metralhadoras foram expostas pelos bandidos, com população em pânico.
No dia 8, sertão adentro, três agências dos Correios assaltadas em ação com bananas de dinamite, provocando danos à estrutura de prédios, em Padre Carvalho, Varzelândia e Manga. Em Almenara e Rubim, no Jequitinhonha, um bando especializado em assaltos quis cumprir mais um projeto, mas quatro marginais foram mortos pela polícia. Pelo menos, estes darão sossego à população. Sabemos perfeitamente, todavia, que esta guerra não terminou, estamos apenas dando sequência, como se lerá nos jornais de hoje.

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Mensagem N°82888
De: André Data: Segunda 20/11/2017 10:25:11
Cidade: M. Claros

Na próxima quinta-feira, 23, a partir das 20h, o jornalista Alberto Sena lançará o seu livro – “Nos Pirineus Da Alma” – na sede do Elos Clube Montes Claros, na Rua São Paulo, 190, Bairro Todos os Santos. O livro contém momentos de espiritualidade, emoção e aventura vividos nas duas experiências dele e da esposa, Sílvia Batista, no milenar Caminho de Santiago de Compostela, na França e Espanha, até a Catedral onde se encontram os restos mortais do apóstolo Tiago Maior.
Na primeira experiência, o casal andou 500 quilômetros, de Burgos, na Espanha, até Santiago, em 17 dias. Na segunda vez, partiram de San-Jean-de-Pied-de-Port, na França, subindo os Pirineus, perfazendo mais de 800 quilômetros a pé, até Santiago, em 25 dias.
O livro tem 192 páginas, sendo 32 de fotos coloridas, legendadas, de vários momentos do casal pelas trilhas por onde supostamente o apóstolo Tiago transitou em seu trabalho de evangelização.

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Mensagem N°82887
De: Manoel Hygino Data: Segunda 20/11/2017 08:22:31
Cidade: Belo Horizonte

O ano de 1968 e o AI-5

Manoel Hygino

Zé Torres, ou melhor José Antônio Breyner Torres, lançou em 2013 seu livro “Mineiríades – Cantos de Minas”, com versos muito irônicos sobre a gente de Belo Horizonte ou que aqui viveu. Eis o sexteto inicial: “Quando eu nasci, aquele anjo me olhou de soslaio e disse: – Seja o que Deus quiser! Amém”.
O registro vale para Márcio Moreira Alves, de ilustre família de minha cidade natal, com forte atividade política e social. À porta da casa de um deles, do médico João Alves e D. Tiburtina – se deu o famoso tiroteio de 6 de fevereiro de 1930, com mortos e feridos.
Pois bem. Márcio Moreira Alves se tornou o principal protagonista da batalha que resultou no Ato Institucional nº 5, em 1968. O ano que já bate à porta do calendário, o 2018, assinala o cinquentenário do AI-5, de temida lembrança, e de tantos outros fatos de repercussão internacional. Sobre o tema, Márcio escreveu “68 mudou o mundo”, lançado pela Nova Fronteira em 1993, com prefácio de Gilberto Dimenstein. O volume conduz um subtítulo: “A explosão dos sonhos libertários e a guinada conservadora num ano que valeu por décadas”.
Efetivamente assim é. Pode-se, assim, evocar Marx que, ao ensejo da Comuna de Paris, escreveu: “Há dias que valem por séculos na história dos povos”. A propósito, John Reed também lembrará a revolução russa de 1917 em “Dez dias que abalaram o mundo”.
Neste tempo em que se recorda com ênfase a Jornada contra a Fome, liderada pelo mineiro Betinho, Herbert José de Souza, gente do Norte de Minas, sociólogo e hemofílico, nada mais próprio do que advertir sobre 1968, quando se deram fatos dignos de menção. Há meio século, um discurso do deputado Márcio foi considerado
ofensivo às Forças Armadas, contestadas veementemente, inclusive porque renovava denúncia de torturas.
Os estudantes ficaram ao lado do Márcio Alves, até porque ainda estava muito vívido o assassinato de Martin Luther King, líder da luta dos negros norte-americanos por seus plenos direitos civis. Executado em um hotel de Memphis, no Tennessee, sua morte foi um rastilho de pólvora pelos bairros pobres das grandes cidades de Tio Sam, com extensão pelo mundo. No Brasil, os grupos radicais defendiam a luta armada, embora Márcio sustentasse que os jovens não se moviam pelo sonho socialista, mas pelo sonho “pequeno burguês”. Queriam entrar na faculdade (como até hoje), conseguir uma vaga de trabalho, aumentar a competitividade no mercado, algo muito pragmático.
Enfim, um sonho de mudança, com a lei acima dos homens. O deputado se defendeu na Câmara, com o país tenso. Resultado: o AI-5 foi assinado em 13 de dezembro de 1968, embora se afirmasse que a decisão fora tomada em 27 de junho, quando um atentado a bomba matou um sentinela do QG do III Exército, em São Paulo. Com a invasão da Universidade de Brasília pelas forças de segurança, os ministros militares exigiram do Parlamento licença para processar Márcio, abrindo uma grave crise institucional.
Márcio foi cassado. Depois, veio o que se sabe e que o autor do livro, o próprio Márcio, conta em minúcias muito valiosas para visão mais aprofundada da questão.
Em resumo, estamos ingressando no cinquentenário de um ciclo da história que até hoje nos influencia.

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Mensagem N°82886
De: José Ponciano Neto Data: Domingo 19/11/2017 22:49:50
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

- Dia Nacional da Consciência Negra -

20 de NOVEMBRO: Que dia é este? O que constitui?

O Dia Nacional da Consciência Negra! Algumas pessoas estão confundindo com Treze de Maio, ou Dia da Negritude (dia que não existe).

O Dia Nacional da Consciência Negra é o dia de reafirmar os propósitos de continuar a luta pela libertação integral do povo negro.

Confiamos em nosso futuro motivados pelo sentimento de vida e libertação.

Após a Abolição da Escravatura (13/05/1888), não foi e não é fácil sobreviver ao racismo e a marginalização imposta aos negros por algumas pessoas, essas, muitas vezes por FALTA DE CONSCIÊNCIA, pois não sabem avaliar seus atos.

A identidade racial e cultural é nossa herança, construídas pelos nossos irmãos negros, numa história de lutas. E cada gota de suor, de sangue, há uma afirmação: “Viver é preciso – como povo, como cultura”

Falam em “Democracia Social”. Será que existe mesmo? Por que criticam tanto as COTAS dos negros, pardos e índios nas UNIVERSIDADES?

Os negros construíram cada pedaço deste nosso país. O que há de civilização no Brasil de domínio do homem sobre a natureza, é fruto do trabalho humano, obras efetivadas por mãos negras, das plantações aos abrigos, jardins, as fábricas e seus produtos.
Vinte de novembro faz-nos conscientizar do que foi o Quilombo dos Palmares.

Palmares com 322 anos de luta pela dignidade humana, pela liberdade e pela independência, onde negros – em sua maioria – brancos e índios irmanaram-se na luta contra a escravidão, o genocídio e a opressão.

Entre os lideres de palmares, Zumbi foi o mais fiel na defesa das aspirações do povo negro, em sua luta pela justiça e igualdade.

Zumbi ainda é o grande símbolo da liberdade brasileira, comparado a Nelson Mandela na sua luta contra o regime de segregação racial --“Apartheid”- na áfrica do Sul ou Tiradentes na Conjuração Mineira, época que liderou um dos mais importante movimentos sociais a favor da liberdade e contra a opressão portuguesa.

Em 20 de novembro de 1695, traidores a serviço do governador de Pernambuco, e outros de influências, assassinaram Zumbi. Mas não apagaram o fogo da libertação. Esta é a Consciência Negra.

Dia 20 de novembro relembramos em Zumbi, a luta de libertação do povo negro do Brasil, das Américas e da áfrica.

No dia Nacional da Consciência Negra, chamamos nossos irmãos negros e a todos brasileiros para nos unirmos e conquistarmos, no presente, condições dignas de existência, e para construir uma sociedade justa e igualitária, livre do racismo, livre da miséria. Sociedade onde todos tenham direito à vida e à dignidade da pessoa humana.

(*) José Ponciano Neto é Articulista; Cronista e Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e da Academia Maçônica de letras do Norte de Minas.

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Mensagem N°82885
De: Manoel Hygino Data: Sexta 17/11/2017 07:03:06
Cidade: Belo Horizonte

Um dia como outro qualquer

Manoel Hygino

Quinze de novembro, Proclamação da República, todo mundo sabe, principalmente porque é feriado em meio de semana, propício para feriazinha, antes do Natal. No Brasil, são imperdíveis as interrupções mais longas no trabalho diário. Quem tiver oportunidade, porém, de encontrar e recorrer aos jornais de 1889, encontrará notícias muito especiais.
Sabe-se que, logo após as primeiras horas da manhã, no velho Rio de Janeiro, os empregados que se dirigiram para a jornada não deixaram de estranhar o tropel dos soldados de cavalaria. Devidamente armados, cruzavam as ruas do centro, enquanto se ouvia o som de clarins, o rufar dos tambores e o rodar das carretas do Batalhão Naval, que – por ordem do governo – havia desembarcado.
Ninguém sabia exatamente do que se tratava, mas os transeuntes se mostravam espantados e temerosos. O que acontecia? Perguntas por todos os lados, respostas imprecisas, não muito confiáveis. O Exército se revoltou? Por quê? Os militares querem depor o governo. Os caixeiros espalhavam a notícia de que o comércio fechava as portas, com receio de quebradeira.
Mas haveria também um 14 de novembro, em 1921. Telegrama enviado de Paris pelo Conde D’Eu informava à baronesa de Loreto, no Rio, que a princesa Isabel morrera aos 75 anos, com fraqueza cardíaca agravada por congestão pulmonar. No Brasil, pouco se comentou a respeito e assim continua.
A princesa Isabel, herdeira do imperador Pedro II, ficara conhecida como a Redentora, por ter assinado a Lei Áurea, que pôs fim a três séculos de escravidão. Ela sabia que, ao sancionar a lei, corria o risco de perder o trono, já que os republicanos planejavam um golpe, apoiados pelos escravocratas. Ela, contudo, não se intimidou, inclusive comparecendo a todas as festas pela libertação dos servos realizadas pelo povo. O centro carioca foi enfeitado com flores e a população saiu às ruas para comemorar.
A princesa, é bom lembrar, foi a primeira chefe de Estado das Américas e uma das nove mulheres a governar uma nação na região durante boa parte do século 19. Isabel substituiu o pai, o imperador, nas três vezes em que se ausentou do país. A primeira de 1871 a 1872; a segunda, de 1876 a 1877; e a última, de 1887 a 1888.
Em 1871, em 28 de setembro, ela exarou a Lei do Ventre Livre, estabelecendo que todos os filhos de escravos que nascessem a partir de então estariam libertos. Em 1888, foi a Lei Áurea, que liquidou com a escravidão, embora tardiamente, e também com a monarquia.
Registremos: em 1889, com a deposição do imperador e o banimento da família real, ela partiu ara exílio na França, montando ali uma espécie de embaixada informal, no castelo em que morava, na Normandia. De lá, procurava ajudar os patrícios e, lá também, recebeu Santos Dumont.
Foi ainda a primeira senadora do Brasil, cargo a que tinha direito como herdeira do trono a partir dos 25 anos de idade nos termos da Constituição do Império, de 1824. Por ter acabado com a escravidão, (a palavra tem surgido no noticiário político recentemente), libertando 12 milhões de escravos, o papa Leão XIII lhe ofereceu a comenda da Rosa de Ouro – título que parece servir agora a uma escola de samba.
Afora isso, quem dela se recordará no 14 de novembro?

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Mensagem N°82884
De: Manoel Hygino Data: Sábado 18/11/2017 07:35:14
Cidade: Belo Horizonte

Risco na caixa d’água

Manoel Hygino

Haja espaço nos meios de comunicação, porque assuntos não faltam. Felizmente, existem boas notícias a divulgar e comentar, mas não se nega que as letras graúdas das manchetes ficam por conta das más, que não são poucas neste país abençoado por Deus. Imagine-se se não fosse.
O preponderante agora, quando as chuvas chegaram, é com relação às barragens construídas nas montanhas e possivelmente transformadas em risco para a população. É tema muito sério, muito grave, a que as autoridades não podem ficar alheias e, certamente, não estão, como se depreende das informações pela imprensa.
Depois do catastrófico rompimento da Barragem do Fundão, no município de Mariana, causando 19 vítimas fatais e destruindo localidades a jusante, até a avalanche fatal alcançar o Atlântico, novas denúncias são feitas: outras poderão ter a mesma sorte – ou falta de sorte –, ameaçando extensas regiões. Muitos milhares de mineiros estão aterrorizados. E não é para menos.
O ex-governador José Francisco Bias Fortes, do poderoso clã de Barbacena, com sua voz grave, sentenciava que Minas Gerais é a caixa d’água do Brasil. Bela síntese, que reflete a destinação de grandes extensões de nosso território para formação de represas, algumas com usinas produtoras de energia elétrica. Aí estão, por exemplo, Três Marias, no São Francisco, e Furnas, dentre várias outras no Rio Grande. Servem ao Brasil depois de perdermos ricas áreas agricultáveis.
O rompimento da Barragem de Fundão, há exatamente dois anos, com danos que se sentirão ao longo de décadas, talvez séculos, se tornou símbolo dramático. A partir de agora se dirá – antes e depois do Fundão –, e presentemente todos que vivem à margem ou abaixo de barragens sofrem os intermináveis pesadelos de situação semelhante.
Mais se comenta e se discute, em termos técnicos e políticos, o caso da Barragem Casa de Pedra, localizada na cidade histórica de Congonhas. Por aqui, se atinge a história de Minas e do Brasil. Outro dia foi Mariana, primeira vila, cidade e capital. Agora é Congonhas, do santuário de Bom Jesus do Matozinhos, em que o Aleijadinho deixou belíssimos exemplares de sua estatuária. Poderia até recordar José Arigó, que ali viveu e a quem recorreram personalidades brasileiras em momentos de doença e sofrimento.
Mas a dor e sofrimento agora é dos moradores de Congonhas, em cujo município a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) construiu mencionada represa “propensa a rompimento”, segundo um oficial do Corpo de Bombeiros. Nova calamidade?
A estrutura da obra se eleva em um maciço de 80 metros de altura, 9,2 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, e a apenas 250 metros da vizinhança. Desde o ano passado, a CSN luta para estabilizá-la, mediante obras emergenciais contra infiltrações na base do Dique de Sela. É o que leio e me assusta, embora mais tangidos pelo medo sejam os habitantes dali.
Mal redigira o texto acima, fico sabendo que também há ameaça de rompimento em dois outros empreendimentos: as barragens de Vigia e Auxiliar de Vigia, ambas num recanto histórico que preferiria ser apenas bucólico.

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Mensagem N°82883
De: Engenheiro Data: Sexta 17/11/2017 20:38:54
Cidade: Montes Claros/MG

O Uai/EM de hoje trouxe uma matéria sobre um acidente fatal com uma menina de 14 anos, do Vietnã, que dormiu junto a um carregador de IPhone, com parte do cabo com defeito no isolamento. O certo é não usar o cabo do carregador sem o isolamento em perfeito estado. E não deve ser ligado sobre cama, sofá ou algum outro material inflamável, mas sobre vidro, piso vitrificado, ou pedra de pia, por exemplo, para evitar eventual incêndio provocado por curto-circuito nesse dispositivo. O meu carregador, por exemplo, fornece 1 Ampere, 5 volts na saída, sendo que 17 miliamperes podem matar uma pessoa (17 milésimos do Ampere), por isto são necessários os cuidados acima.
https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2017/11/17/interna_internacional,917555/adolescente-morre-eletrocutada-por-carregador-de-iphone-desencapado.shtml

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Mensagem N°82882
De: Afonso Data: Quinta 16/11/2017 16:49:34
Cidade: Montes Claros/MG

"O Brasil - e não só nossa cidade - nunca viveu uma situação tão absurda, e que não começou agora.Sair de casa, a qualquer hora, virou uma operação de risco. A esperança de alguém ser responsabilizado é nula. Caos generalizado, barbárie insuportável."
Sobre a mensagem 82879, de hoje, que nos permite ler as palavras acima, relembro duas ocorrências policiais na mesma rua, a Gentil Dias:
- há 7 ou 8 anos atrás, atiradores de elite, do GATE, executaram 3 bandidos que haviam invadido uma casa na Rua Gentil Dias, por volta das 11h, tomaram uma mulher como refém e ousaram atirar nos policiais que cercaram a casa.
- "Seg 13/11/17 - 10h - 20h de domingo, área central de M. Claros: assaltante ataca PM, com arma falsa, e recebe 2 tiros no pescoço. Assaltante, garupa numa moto, tentou assaltar PM à paisana e foi ferido, à bala, no pescoço. Foi ontem, por volta das 20h, na Rua Gentil Dias, no Bairro Cidade Santa Maria, área central de Montes Claros."
- Moro próximo dessa Rua Gentil Dias, mas não é só nela que acontecem cenas de criminalidade, como as descritas acima. Nós, contribuintes de impostos, trabalhadores e que respeitamos a todos, estamos encurralados em casa, nos locais de trabalho, nas escolas etc. com cercas elétricas, concertinas, sistemas de alarme, pagando empresas privadas de segurança e os bandidos aterrorizando a população. As gloriosas Polícias Militar e Civil tentam cumprir suas obrigações institucionais, mas a quantidade de criminosos é tão grande que elas ficam "enxugando gelo" e a população à mercê da violência generalizada. Enquanto não forem extintas ou minimizadas as causas fundamentais (tráfico de drogas e de armas, leis muito brandas, desestruturação das famílias, falta de amor ao próximo, impunidade, corrupção, por exemplo) não haverá segurança pública de qualidade aceitável no Brasil, infelizmente. Que nossas orações ajudem ao nosso país encontrar os caminhos da paz.

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Mensagem N°82881
De: Manoel Hygino Data: Sexta 17/11/2017 07:05:52
Cidade: Belo Horizonte

Para mudar a bandeira

Manoel Hygino

O assunto não foi explorado como pareceria legítimo. Um alemão naturalizado brasileiro, responsável pelas aberturas de novelas da TV Globo, apresentou um projeto para modificar a Bandeira do Brasil. Hans Donner propõe, além do uso de tons de verde e amarelo em degradê, a modificação da faixa, que hoje forma um arco com pontas direcionadas para baixo e cuja direção seria invertida.
Mais do que isso: antes do lema, “Ordem e Progresso”, do positivismo, se acrescentaria a palavra “amor”, um sentimento não praticado em plenitude nos dias de hoje, nos costumes do país.
O proponente se explica e se justifica: “quando comecei a fazer design em Viena, uma das primeiras coisas que aprendi foi que uma frase que sobe para o alto (aliás, só poderia subir para cima, digo-o eu) tem poder. Queremos sinalizar esse poder, essa mudança que é necessária. Como está, a frase indica inferioridade, e isso acaba passando para o povo”.
O assunto vem a propósito. O Dia da Bandeira é comemorado em 19 de novembro, quando foi adotada como símbolo, atualizado mais recentemente em 11 de maio de 1992 com as atuais 27 estrelas representativas das unidades da federação.
Significa dizer que a bandeira não corresponderia mais à conveniência nacional, por não estar em consonância com as ideias do filósofo e matemático que a inspirou Raimundo Teixeira Mendes (1855–1927) e Miguel Lemos (1854–1917), com orientação do astrônomo do Imperial Observatório do Rio de Janeiro, Manuel Pereira Reis (1837–1922).
O positivismo foi forte no Brasil e não está esquecido. No entanto, o lema no auriverde pendão “Ordem e Progresso” não seria tão importante, ou pelo menos não conteria o essencial, como discutido na época da confecção. Críticas não faltaram e muitas mudanças foram sugeridas, sem êxito. A mais significativa foi a do senador Carlos Rodrigues, em 1896, quando a República já fazia seus sete aninhos e ele pretendia o dístico “lei e liberdade”.
Naqueles ermos dias, o lema positivista refletia a inclinação política de que a ciência era a única forma de conhecimento verdadeiro. O tempo flui, transformaram-se as cabeças e os anseios. Não mais os ramos de café e tabaco, colocados como suporte da bandeira, que representavam as duas culturas que se destacavam na produção brasileira. Hoje, tabaco desperta o cuidado contra os riscos do fumo na vida das pessoas, causador de milhões de mortes anualmente.
Li, nas folhas, que a proposta apresentada no Fórum do Amanhã, em Tiradentes no último dia 9, tem inspirado memes (aprendi que a palavra, não encontrada nos dicionários, significa chiste, anedota, piada), mas o assunto é de relevância. Não se brinca com a história e com os símbolos.
A inclusão de “amor” é algo a se considerar nesta época em que o número de homicídios no Brasil supera o dos mortos na guerra civil da Síria.
Pretende-se amor e paz para viver, meditar, trabalhar, ajudar o Brasil a alcançar ordem visando o progresso. Admito, contudo, que se faça um plebiscito, com outras propostas: chega de corrupção, segurança e educação, menos promessa e mais ação.

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Mensagem N°82880
De: Prefeitura Data: Quinta 16/11/2017 13:36:26
Cidade: M. Claros

Comunicado - Tendo em vista normas técnicas exigidas para o asfaltamento de ruas e considerando o dever de proteger a população, além da falta de lei especifica que permita ao prefeito autorizar parcerias para a realização de serviços na cidade pelos próprios moradores, a prefeitura decidiu embargar o asfaltamento de ruas no bairro Augusta Mota, por estar sendo feito sem a devida autorização formal da prefeitura.
Para atender os moradores interessados na realização de asfalto comunitário de boa qualidade e preços justos, o prefeito Humberto Souto determinou aos setores competentes a elaboração de Projeto de Lei, que a prefeitura de Montes Claros vai encaminhar à Câmara Municipal, pedindo autorização para celebração de convênios neste sentido. Tais medidas legais são necessárias para oferecer garantias aos interessados na pavimentação comunitária de vias públicas.

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Mensagem N°82879
De: Marisa Data: Quinta 16/11/2017 08:42:18
Cidade: Montes Claros

O caos generalizado, em todos os setores e por toda parte, parece estar longe do fim. Veja isto: um motorista, da cidade baiana de Feira de Santana, foi ferido no rosto, perdeu 4 dentes e cortou a língua ao entrar dirigindo seu caminhão em M. Claros. Foi na BR 135, altura da Vila Telma, segunda-feira última. As pedras foram atiradas do mato. Outros cinco carros também foram atingidos. O Brasil - e não só nossa cidade - nunca viveu uma situação tão absurda, e que não comeu agora.Sair de caso, a qualquer hora, virou uma operação de risco. A esperança de alguém ser responsabilizado é nula. Caos generalizado, barbárie insuportável.

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Mensagem N°82878
De: Saul Data: Quarta 15/11/2017 08:04:14
Cidade: M. Claros

A chuva de ontem à noite foi daquelas, estrepitosa - explico, chuva, aparatosa, barulhenta, ostentosa, ruidosa. Grossas nuvens escuras, ventos, raios, alguns trovões. Muito barulho para pouca chuva - resume a sabedoria popular. Durou menos que meia-hora na área central de M Claros, onde o acumulado foi de 5 milímetros. Em outras partes, provavelmente choveu mais. Vou aos registros meteorológicos e lá sou informado de que agora chove em Glaucilandia, quando em M. Claros há nuvens e sol. No demais derredor, não chove não, diz a meteorologia. Assunto. Pelos prognósticos, pode chover hoje em M. Claros, em especial depois do meio-dia, pela tarde, chance de 40%. Quinta, sexta e sábado, a chance cai, para retornar domingo - e pela semana entrante. Oxalá.

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Mensagem N°82877
De: Nozinho Data: Terça 14/11/2017 19:46:43
Cidade: M. Claros

Chove forte em M. Claros, cidade, neste momento. Nuvens escuras penetraram pela parte nordeste, com ventos e trovões, e a água desceu, desce, já há cerca de quinze minutos. Esperamos que está chuva, Deus esteja, também caia na barragem de Juramento. Consulto a meteorologia: vejo lá que chove em Glaucilandia, Janauba,, Corinto e Pirapora. E, para grande espanto, vejo que também lá, no serviço meteorológico, consta que o céu em M. Claros está ..."predominantemente limpo". Estarei sonhando? Vou lá fora tomar a chuva que cai, abundante. A meteorologia, sempre ela, acertou de manhã, vendo trovoadas à noite, mas erra agora, quando a chuva de fato cai. Na cidade.

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