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Mensagem: Candidata do Pendura Saia Manoel Hygino A Maternidade Hilda Brandão, da Santa Casa de Belo Horizonte, hoje inserida no Instituto Materno-Infantil, é um precioso repositório de interessantes histórias, além da sua própria. Em 1916, graças ao pessoal empenho de seu idealizador, o médico Hugo Werneck, após passar pela Suíça e Inglaterra, a inaugurou festivamente. Pois conto mais um caso para atualizar “a biografia” da primeira maternidade de Minas Gerais, daquele tempo em que os recém-nascidos cujos pais não tinham condições de mantê-los, preferiam ocultar o nome através de artifícios. Lembro um episódio que bem serve a tornar mais evidente o sentido social do belo casarão da rua Álvares Maciel, 511, em Santa Efigênia. Ao falecer a ocupante da cadeira 40, da Academia Mineira de Letras, em 2023, escritora Maria José de Queiroz, sucessora de Afonso Pena Júnior, abriu-se inscrição para ocupar a vaga. Esperavam-se vários candidatos, considerando o prestígio e a saudade que Maria José, referência magna pelo que produzira nas letras e em cátedras também no exterior. Para suceder a excelente professora, inscreveram-se seis autores sobremodo conhecidos. Entre os candidatos estava Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida em 29 de novembro de 1946, na favela do Pendura Saia, na jovem capital. A mãe era a lavadeira Joana Josefina Evaristo e o pai o pedreiro Aníbal Vitorino, sendo filhas Maria Inês, María Angélica e Maria de Lourdes, e filhos, Adair, Ademir, Altair, Altemir e Almir, todos com o sobrenome Evaristo. A escritora não esquece nunca que é a mãe também de Ainá Evaristo de Brito, menina muito especial de 42 anos, filha de seu falecido esposo, Oswaldo Santos de Brito, a seu lado em todas as horas. Primeira na cédula de votação da AML é, pois, Conceição Evaristo, com 77 anos, nascida na Maternidade Hilda Brandão, uma das mais prestigiosas autoras brasileiras no campo literário. Sua produção é constituída de poemas e ensaios, em grande parte traduzida para inglês, francês, árabe, espanhol, eslovaco e italiano. Em 2014, recebeu ampla cobertura da imprensa no Salão do Livro, em Paris, quando integrou a comitiva de escritores brasileiros. Em 15 de fevereiro, Conceição foi eleita por 30 dos 34 votantes. Imortalizou-se. Encontrava-se em Havana, no cumprimento de missão literária.
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