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Mensagem: A FUMAÇA DOS INCÊNDIOS DA SERRA DO MELO AFETA A TODOS. Incêndio na Serra do MELO (Ibituruna) é uma demonstração que alguma coisa está faltando na preservação do Parque Estadual Lapa Grande Nesta terça, 09 de setembro, Montes Claros assistiu a Serra do MELO (Ibituruna) arder sob intenso fogo. Época que este que vos escreve ainda ministrava palestras para alunos do primário ao superior, sempre os alertava acerca dos prejuízos ambientais – e o pior – os prejuízos na saúde. Prejuízos ambientais e saúde. foi o que aconteceu hoje terça 09/09 em Montes Claros – 50% da cidade enfumaçada. Moradores se reuniram em meio à fumaça densa para assistir os estragos que o incêndio no Parque Estadual Lapa Grande (PELG) que estava maltratando a população. A fumaça durante a noite cruzou a cidade provocou a evacuação das casas, obrigando moradores irem para o outro lado cidade, onde ainda poderia respirar um ar despoluído. Muitas pessoas com problema respiratório procuraram cuidados médicos, principalmente pediátricos, pois a fumaça causou até ferimentos nasais em crianças. No condomínio onde moro ficou insuportável, saímos, fechamos as janelas para evitar uma complicação maior. Aconselhei alguns vizinhos a irem para outros bairros menos afetados pela pluma de fumaça. A exposição à fumaça de incêndios florestais, mesmo por curtos períodos, pode deixar cicatrizes permanentes nas vias orais e agravar condições como asma; inflamação nos pulmões. Eu, como Técnico em Meio Ambiente e Recursos Hídricos, sempre dizia que não tenho conhecimento para mensurar os danos da fumaça no corpo humano – até porque, esta área de investigação científica eu não domino. Só mesmo os médicos Ph.D. Vale ressaltar, no entanto, que os danos potenciais dependem da idade, da distância do fogo, da quantidade de fumaça e até mesmo das características do fogo. O problema com incêndios florestais é que não é só a madeira que queima; tem gramíneas, capins e outros vegetais, que liberam os gases como: dióxido e monóxido de carbono - óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre; além das fuligens que chegam a 2,5 micrômetros, ou seja, 30 vezes menores que o diâmetro do fio de cabelo - conforme a literatura. É um verdadeiro atoleiro químico! Um dos meus professores de biologia e ciências, o prof. Lauro Dias Sá, dizia que as partículas que compõem a fumaça florestal entram no cérebro diretamente pelo trato olfatório e podem causar problemas nos pulmões, chegando ao cérebro pelo sangue oxigenado dos pulmões. Não formei em medicina! Mas, guardo com muita gratidão o que foi ensinado pelos os meus professores de biologia e técnicos e Corpo de Bombeiros nos Cursos de Brigadista. Trabalhei 43 anos em áreas de preservação ambiental e sempre tomei cuidado no que tange a fumaça florestal. Precisamos educar a população de Montes Claros sobre o fato de que a fumaça de incêndios da Serra do Melo e no Parque Lapa Grande podem ter efeitos de longo prazo. O IEF - Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade Norte pode fornecer alertas claros de saúde pública, quão a fumaça pode afetar a saúde, orientar as pessoas possam tomar medidas para evitar a exposição à fumaça o máximo possível. Passar um ou dois dias sob um céu alaranjado apocalíptico pode não ter repercussões a longo prazo, mas à medida que a frequência e a extensão geográfica da fumaça que invade a cidade de Montes Claros - aumentam, esses episódios de céu esfumaçado provavelmente durarão mais do que alguns dias e se tornarão mais recorrentes. No entanto, quanto mais estudamos a poluição do ar e a fumaça de incêndios das matas dos parques e serras, mais fica claro que mesmo pequenas quantidades de fumaça podem ter efeitos tóxicos. De modo geral, quanto menor a exposição, melhor. Por isso, hoje 09 de setembro de 2025 as 16:00hs , fui obrigado a me precaver! A reincidência de fogo no Parque Estadual Lapa Grande, não obstante as reclamações - todo ano, está lá, o fogo ardendo os olhos, e fumaça ardendo os narizes e as gargantas do povo de Montes Claros. Postscriptum: Já são 01:15 do dia 10/09/25 e a fumaça ainda está estacionada na cidade. IX-IX-XXV (*) José Ponciano Neto é Técnico em Recursos Hídricos /Meio Ambiente – Ex Supervisor de Gestão de Barragens e supervisor de Estação Climatológica com tanques Classe A – Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros -IHGMC e da Academia Maçônica de letras do Norte de Minas – Colunista Literário do Site: montesclaros.com / 98,0 FM – Colaborador Novo Jornal de Notícias

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