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Mensagem: A cabeça do herói Manoel Hygino Decidira a capital mineira erguer uma estátua em honra e louvor a Joaquim José da Silva Xavier, em local a se escolher que fizesse justiça ao protomártir. O tempo era curto e o prefeito, nascido em Divino de Carangola, na Zona da Mata, incumbiu o seu chefe de gabinete de adotar as medidas próprias. O titular do cargo era o signatário deste comentário e o então alcaide, o advogado Amintas de Barros, alvo de permanentes críticas. Após consultas à vereança, definiu-se o local: avenida Afonso Pena com avenida Brasil, cruzamento de várias vias. Saiu-se em busca de um escultor que projetasse a estátua e, como Amintas tinha interesses junto aos sacerdotes do alto do Carlos Prates, vi-me na contingência de ouvir os sacerdotes da Igreja Padre Eustáquio, reverência compreensível. Indicou-se um artista de Mogi, SP, holandês é claro, com quem se fixaram pormenores sobre a missão. Aí demos conta de que não bastava o corpo propriamente dito, porque era imprescindível construir a cabeça do herói. Em primeiro lugar, teria obrigatoriamente de ser consentânea, em termos de dimensões, com as demais peças de bronze. E mais: com barba ou sem barba? Buscou-se um modelo, mas se sabia que a cabeça do herói, levada do Rio de Janeiro, no final do século XVIII, para a então Vila Rica e afixada num poste de praça, simplesmente desaparecera. Dever-se-ia apelar para outro meio. Um deles foi o protótipo existente em frente à Câmara dos Deputados na antiga capital. Assim se fez: enquanto se construía a base do monumento por aqui, o escultor desenvolvia o esboço da cabeça em São Paulo. Depois se uniram as partes, para se chegar ao que hoje está exposto em Beagá. O dever estava cumprido, mas se reconhecem as imensas dificuldades para se alcançar o objetivo. Ao estudioso incansável do tema, Ricardo Giannetti, muito presentemente de crédito seu há a atribuir, porque a cabeça de Joaquim José está cercada de enigma. Um artista se destaca: Leopoldino de Faria, nascido em Campos, RJ. Giannetti registra que foi ele o artista que idealizou e compôs, pela primeira vez, a figura de Tiradentes, em pequeno estudo que figurou na Exposição Geral de Belas Artes, em 1876, no Rio, em pleno curso do Segundo Reinado. Leopoldo o anotou: “Foi muito difícil improvisar na minha palheta as tintas para patentear a vossos olhos a triste verdade histórica. Fiquem, pois, gravados em vossa memória os mártires de 1792, e transmita aos vindouros como dívida sagrada, que no pó dos anos existia olvidada”. O mesmo dirá com relação a Ricardo Giannetti, que muito fez para recuperar a figura do herói, como nós vemos em praças, museus e exposições. A ele se atribuem outros importantes estudos.
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