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Mensagem: Fim do tempo Manoel Hygino Falam mal da Imprensa. Mas se não fosse ela, estaríamos muito pior sob múltiplos aspectos, seja na convenção partidária na Venezuela, por exemplo, seja na movimentação política visando ao pleito municipal de outubro no Brasil, em qualquer parte do mundo, e em todas as conjunturas. Sem ela, democracia não existe, o tão comentado estado democrático de Direito não passaria de uma frase... ou de um sonho e esperança. Faço a observação por ter nascida este ano a Revista da Academia Urucuiana de Letras, sob presidência do advogado e escritor Napoleão Valadares, sempre atento a bem servir aos municípios banhados pelo rio Urucuia, em Minas Gerais, como “um monumento às gerações extintas, uma página sempre aberta de um poema que não foi escrito, mas que referve na mente de cada um dos filhos desta terra”, como registrou Afonso Arinos em escrita imperecível. Ainda sem chuvas praticamente no ano, amplia-se e se aprofunda o medo de um período triste e mais pobre, como em tempos pretéritos e não esquecidos. Jornal de Belo Horizonte, com reportagens em série, evocando o verbo e a frase perene de Guimarães Rosa, conta a epopeia da resistência da terra e do homem à inclemência da natureza e de desvairada devastação de veredas e campos, antes férteis de riquezas e bondades. Os repórteres viveram e ouviram sobre a mata e os campos que viraram cinza e ameaçam miséria pelos lados de Paracatu, do Urucuia, do rio das Velhas, do próprio São Francisco, que perde santidade diante de descalabro. Toda a região periga, a todos ameaça e, mais do que tudo, põe em perigo o que sustentou gerações, até a água que menos flui pelos córregos e demais correntes. O Rio das Velhas, e dos Velhos conheço-o um pouco, e sem suas águas a capital mineira não chegaria ao que chegou e a região metropolitana seria menor e passaria sede, das maiores. O São Francisco, idos períodos, já os vapores encalhavam porque a areia parecia subir do fundo das águas, diminuídas a cada ano e entulhadas de tudo de sujo que vinha das margens, despejo dos que não medem consequências. O rio maior escorrendo em busca do Atlântico, seus afluentes estão minguados. Corremos riscos a olhos vistos. Tudo padece. Se o poder público não acordar e agir, o porvir será desastroso, pois, até a água agora carrega veneno. Está provado.
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