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Mensagem: Passado imperdível Manoel Hygino Não se pensaria que a posse de Conceição Evaristo na Academia Mineira de Letras arrefeceria o ânimo que transborda no palacete Borges da Costa, após ingresso da antiga moradora do Pindura Saia no caso do celebrado (com todos os méritos) médico. Antes pelo contrário, pode-se afiançar. Já nos últimos dias de fevereiro bissexto, o presidente da Academia Mineira de Letras, Jacyntho Lins Brandão, anunciava o início da série “Encontro com os Clássicos – Viagens e Literatura”, que ele ministrará na Universidade Livre da entidade. O primeiro módulo do curso, intitulado “Literaturas Antigas e Medievais”, será realizado no formato híbrido (presencial e virtual) desde este março até junho, com encontros nas noites de terça-feira ou pela plataforma Zoom. Neste espaço de jornal, escreve-se sobre tudo, porque há campo para todos os temas e preferência de leitores. Mas não posso deixar de realçar que, no dia 12, programou-se a Descida de Inana, um poema sumério do século XVII antes de Cristo e a Descida de Ishtar, um poema babilônico do século XII antes de Cristo. Não há algo mais atraente, mas em junho será a vez da vida de Apolônio de Tiana e Pseudo-Calitene, romance de Alexandre, ambos do século III d.C., e de Marco Polo, com o Livro das Maravilhas, do século XIII, e de Dante Alighieri, “A Divina Comédia”, do século XIV. Algo maravilhoso, para quem aprecia. Segundo ponto: Não posso deixar de registrar, embora de passagem, a Semana de Arte de 1922, que constituiu um marco importante na vida cultural, artística e mesmo histórica e política do Brasil. Haverá ocasiões em próximas edições para estender comentários, porque ainda estamos no terceiro mês deste 2024, que celebra o centenário da visita que nos fizeram artistas brasileiros e não brasileiros, que se exponenciaram no movimento modernista e, a partir de Minas, deram nova significação à arte nacional. Os visitantes que vieram conhecer cidades históricas, monumentos e artistas como o Aleijadinho descobriram nas coisas antigas o Brasil que desconheciam. O acadêmico Ângelo Oswaldo tem excelentes contribuições sobre o tema, inclusive na Revista da Academia Mineira de Letras. Não se deve, tampouco, deixar de consultar “Uma tristeza mineira numa capa de garoa”, belo livro de Ivana Ferrante Rebello e Fabiano Lopes de Paula, resgatando o papel de Agenor Barbosa, um poeta mineiro que brilhou na Semana de Arte Moderna, em 1922, em São Paulo. Pelo que se apreende, pois, há muito de que podemos e devemos aproveitar: no passado distante, ou mesmo entre as montanhas de Minas.
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