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Mensagem: Guerra e eleição Manoel Hygino Transcorridos dois anos, Rússia e Ucrânia continuam numa guerra que apenas acrescentou número de mortos e problemas financeiros para ambas. O presidente da primeira jamais quis empregar a palavra guerra. Tratava-se, em seu entendimento, de “uma operação militar especial para defender repúblicas separatistas pró-Rússia”. Ninguém ganhou ou o que quer que seja nesse conflito, já considerado o maior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de que ninguém conserva boas memórias. Antes pelo contrário. O Kremlin, agora, pode contar como vantagem unicamente a ocupação de territórios antes independentes. A situação das populações se torna mais difícil dia a dia, mas isso é apenas um detalhe na maneira de Putin considerar os acontecimentos. Cerca de 1,3 milhão de ucranianos, de um total de 6,5 milhões deslocados do país, se refugiaram. Problemas aumentam mais e mais em ambos os lados do conflito, sem perspectivas de paz. Os jornais de todo o mundo são unânimes em suas opiniões, assim como os mandatários dos países, europeus principalmente: “Do ponto de vista econômico, os prejuízos são consideráveis para ambos os países. Na Ucrânia, as perdas passam de US$ 137 bilhões, segundo cálculos da Kyiev School of Economics, e os gastos militares projetados para este ano somam US$ 40 bilhões. Do lado russo, Moscou sente os efeitos de dois anos de sanções financeiras e contabiliza US$ 300 bilhões em reservas congeladas no exterior. Embora a situação interna na Ucrânia se torne mais difícil, o mesmo se poderá avaliar do quadro interno na Rússia, inclusive pela morte, na Sibéria distante, do principal líder da oposição a Putin. As centenas de prisões realizadas o demonstram à suficiência, embora o natural silêncio do Kremlin. Pesa, ademais, no caso russo, o fato de faltarem apenas semanas para a eleição de um novo presidente, o que põe Putin com as barbas de molho. Não deixa de pesar também o vultoso número de baixas já registradas em seus contingentes bélicos. Segundo os ucranianos, até agora foram 315 mil baixas do lado russo, o que influencia no psicológico da imensa população que ainda apoia a campanha na Ucrânia, ou que não encontra razões para se sacrificar em um conflito que não diz de perto à sociedade nacional. Se depender de Putin, a guerra continuará até a vitória da Rússia. Mas o irredutível presidente da Ucrânia, Zelenski, acha que o triunfo poderá transferir-se a Kiev.
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