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Mensagem: O palacete da avenida Manoel Hygino Jornal belo-horizontino vem focalizando lugares especiais do cenário urbano da metrópole. Um deles foi a Funeral House, erguida na Afonso Pena, em local privilegiado. A população que passa pelas imediações a conhece suficientemente, pela imponência das linhas e pela beleza arquitetônica. O que não ficou dito é que ali residiu o médico Antônio Pimenta, de alta competência profissional, e de tradicional família dedicada principalmente às atividades pecuárias. Eram quatro irmãos: ele, Antônio; João; que cuidou principalmente da produção de gado, mas entrou pela política, elegendo-se prefeito de Juramento e de Montes Claros; Lourdes, formada em Direito, em cujo escritório trabalhava João Chaves, homem das leis, mas também poeta de excelente qualidade e seresteiro; Neném, diplomada em Farmácia, casada com o médico Plínio Ribeiro, enciclopédia viva e atuante em todas as áreas a que fosse chamado. Gente muito mineira, muito sertão, séria, e confiável. Em Montes Claros, Antônio gozava de alto prestígio. Cuidava de sua extensa clientela, sobretudo no seu consultório, mas também na Santa Casa, e no Sanatório Santa Terezinha, de que foi um dos fundadores e diretores. Nas proximidades da residência da mãe, construiu uma residência do mais alto nível. Ao lado, o consultório a que recorriam homens, mulheres e crianças, confiando ao seu carinho e competência. Dos ferimentos, cuidava pessoalmente, pois não existiam enfermeiros, auxiliares ou técnicos de enfermagem. Sem pensar em política, a ela se integrou. Elegeu-se folgadamente deputado estadual, no velho PSD, partido do governo, já casado em Nhanhá (naquela época, todos tinham apelidos), ela dos Alcântaras, de Grão Mogol – Dagmar Alcântara Pimenta. Não geraram filhos, fazendo de cada cliente tratado no consultório ou nos hospitais um seu afilhado. Era assim e a cidade sentia-se grata. Antônio Pimenta e esposa (que gostava de tango argentino) resolveram construir a sua residência, fazendo-o na Avenida Afonso Pena, 2.158. Jeito e maneira dos mineiros, discreta e silenciosamente, o prédio com duas imponentes colunas gregas de frente para a principal via pública da capital. O prédio deixou de ser residência para os viventes, mas transformado em abrigo temporário para os mortos nos velórios.
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