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Mensagem: Um lugar ao Sul Manoel Hygino Começou por São Paulo. O Brasil inteiro julgava que o progresso tinha ponto fixo, instalado historicamente no Sudeste. Populações expressivas do Nordeste, do Oeste, do Norte e mesmo do Rio Grande do Sul se deslocavam para ali se realizar. No período colonial, coube a um mineiro, Antônio Gonçalves Chaves, assumir o cabresto do Executivo catarinense. Era de Montes Claros, cidade do sertão mineiro que tinha fama de gente decidida, capaz de vencer as dificuldades e desafios daquele período penoso. De Santa Catarina, lia eu a prosa de Enéas Athanázio, lá do aprazível Balneário de Camboriú, magistrado a quem se devem excelentes livros, que somam dezenas e que a todos agrada; e Emanoel Medeiros Vieira, e com a grave responsabilidade de relatar suas ideias e experiências, perseguido pela ditadura, e agora descansando prematuramente de sua tortuosa aventura humana. Agora, pela Editora Caminho de Dentro, de Florianópolis, Alcides Buss, publica “Em nome da poesia”, já aplaudido no estado do autor e que nos premia com 350 páginas de memórias, cuja narrativa se estende do ciclo da vida nacional que vai da queda de Getúlio Vargas ao governo Lula, novamente à frente dos destinos nacionais. É missão extensa, mas agradável e, até, didática. O relato parte de Trombudo Central, no Vale do Itajaí, percorrendo imenso território, passado por Medianeira, na tríplice fronteira de Foz do Iguaçu, alargando-se em Joinville, para desemborcar-se finalmente na bela ilha de Santa Catarina. Uma avenida feliz. Uma biografia, aventura sim, mas diferente. Vazado o texto em segunda pessoa, a narrativa da vida do poeta se torna numa espécie de pando de fundo e serve de fio condutor dos atos sociais, culturais e poéticos, como o diz o próprio poeta. Essencial é que o leitor se torna conhecedor de extensas regiões e cidades de um estado riquíssimo em atrações da natureza, de pedaços do território brasileiro, até hoje ainda menos conhecido que deveria e das cativantes gentes que o conhecem. Buss, enfim, ajuda-nos a apreciar o que Santa Catarina tem e que pela leitura, nos revela de modo esplêndido. Um belo presente, enfim, de Natal, válido para um novo ano, que se deseja mais propiciador de realizações e alegrias do que o que fica perdido no calendário pretérito. Estes são os votos que brasileiros se desejam.
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