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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 5 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O mineiro José Murilo Manoel Hygino No agosto que logo seria passado neste 2023, os jornais de Minas Gerais, sobretudo os da capital, deram ampla cobertura ao falecimento, no dia 13(não era sexta-feira!), de José Murilo de Carvalho. Ressaltavam que, entre outros títulos, era ele membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Ciências. “Foi um grande pensador do Brasil, está entre os maiores historiadores de qualquer tempo”, defini-o Heloísa Starling, que bem poderia tecer o elogio do ilustre brasileiro. Lilia Moritz Schwarcz, também historiadora e antropóloga, professora da USP, acrescenta: “Com sua formação interdisciplinar, José Murilo, foi um historiador que revolucionou o estudo sobre o Império brasileiro, até então considerado sem importância”. Mas ele mostrou como muito das bases da estrutura institucional brasileira veio no contexto imperial, sobretudo a partir do Segundo Reinado. No entanto, José Murilo não foi o mais “badalado” historiador do Brasil, inclusive por ter nascido em Minas Gerais, um estado que não tem merecido a melhor atenção e o elogio dos intelectuais da pátria, nem me perguntem por quê. Recolhido ao convívio da ABL, contudo, não se eximiu de emitir opiniões; tanto do tempo pretérito, que muito exigiu de seus esforços, mas da nação de nossos dias. Acrescentou anos à idade, mas não envelheceu. Teve o cuidado e a coragem, inclusive, de manifestar-se sobre os acontecimentos de 1964 e anos seguintes. Leia-se, por exemplo, o que escreveu: “Quando veio 1964, a sensação que eu tive foi de perplexidade”. Eu me lembro de a gente andar por Belo Horizonte no dia primeiro de abril, perplexo. Não é que as pessoas não esperassem o golpe. Havia uma expectativa. Expectativa havia. Pessoas que falavam na viabilidade do golpe. Mas ninguém previu o tipo de golpe que foi dado. Isso é... Os militares tomaram o poder e ficaram no poder. Isso era inédito no Brasil”. Poderia parecer uma anedota, não fosse José Murilo um cidadão cônscio, da maior responsabilidade intelectual e cívica. Nesta hora, é convidativo falar de Murilo. E Rogério Faria Tavares, presidente emérito da Academia Mineira de Letras, constitui bela proposta, pois já tem excelente livro publicado sobre o escritor nascido em Andrelândia. O antecessor de Jacyntho Lins Brandão na Academia foi muito feliz em suas considerações pelos jornais.

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