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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 5 de novembro de 2024
 

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Mensagem: As barraquinhas Manoel Hygino Era por esta época do ano, no mês de junho, das noites mais belas do ano, como exaltava uma canção muito popular, que se realizavam nos bairros de Belo Horizonte, as barraquinhas, conservadas com saudades por sucessivas gerações. Nas proximidades das igrejas católicas, a comunidade, com incentivo da autoridade paroquial, erguia as tendas humildes, munidas de jogos diversos, para atrair principalmente os jovens para os inocentes divertimentos. Milhares se reuniam por ali, participando de múltiplos sorteios, enquanto o serviço de som tocava músicas alegres e os namorados se encontravam. Acontecia na Floresta, Renascença, Venda Nova e Santa Efigênia, por exemplo, este último formada a população com descendentes dos que vieram durante a construção da capital. No bairro do Quartel, como se apelidara a região que recebeu o primeiro batalhão da Policia Militar, tudo era festivo e amável. A ampliação do som era pela firma Ítalo & Andrade, proprietários. O primeiro descendente de italianos que se transferiram a Belo Horizonte desde a construção; o segundo de conhecida família de Ouro Preto, o Benedito, Bené, irmão do Delê, da Orquestra; e Francisco Andrade, homem culto e de teatro. Completava a equipe Maurício Gorle, o mais novo, de raízes libanesas. As músicas eram interpretadas, ao vivo, por uma jovem, Maura, que seria sucesso em exibições na Europa, e regressou a Belo Horizonte, onde estudou no Arnaldo, a primeira na época do sexo feminino. Tudo terminou. Os tempos são outros, as ideias, os costumes, as músicas, mas resta um profundo sentimento de reverência a um período feliz, que durou décadas. Permaneceu a Santa Casa, agora com 124 anos, que segue cumprindo sua histórica e solidária missão de servir. Dá o que pensar e sentir. As épocas não se repetem. As barraquinhas de bairros não existem mais, é apenas o que se pode lembrar neste junho que começa. No entanto, o passado, não tão distante assim, suscita o sonho de que deveriam voltar. Não fariam mal a ninguém, enfim. Lamentavelmente, as épocas não se repetem, por mais que se aproximem. A mentalidade é outra, os gostos e instrumentos de diversão não são mais aqueles que levavam horas de enlevo e alegria nas décadas do século XX. Todos nós transformamos, não se pode revogar esta constatação até dolorosa. Restaram a Praça, hoje Hugo Werneck, e a Santa Casa, com suas lições de altruísmo e solidariedade.

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