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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Hora de ação Manoel Hygino Não é de hoje que se conhece a situação dramática das populações indígenas da Amazônia. Fazemos de conta que ignoramos o que acontece, a existência de cenários dolorosos, trágicos, que a mídia vem oferecendo à nação, ao vivo pelas televisões. Também as demais nações ficam sabendo o que há por aqui. Aprofundo-me no assunto, recorrendo sempre que necessário ao jornalista Aylé-Salassié Filgueiras Quintão, mineiro lá do Leste, das linhas divisórias da Zona da Mata, com uma experiência muito maior do que a minha na matéria. Ele tem percorrido terras brasílicas, há anos, mantendo contato com autoridades que tratam das questões indigenistas e com os próprios índios, para sentir de perto as vicissitudes com que se deparam os donos da terra, na época de Cabral. Mas hoje os problemas são inteiramente outros, tribos enfrentam dificuldades e problemas que lhes foram trazidos pelos invasores, que lhes querem tomar as áreas que ocupam, roubando-lhes o sossego a que tinham direito. As promessas e compromissos assumidos pelas autoridades não funcionam e o que se assiste pelas telas das TVs são um testemunho incontestável. A população, a esta altura, preocupa-se mais em conseguir reais para gastar no período mesmo que se aproxima. Tudo isso leva, automaticamente, ao registro do publicado pelo companheiro de ofício na capital federal, como transcrevo, literalmente: “Ao desembarcar em Boa Vista, Roraima, um dos territórios brasileiros com maior concentração de cidadãos indígenas, em sua maioria, da nação Yanomami, ao mesmo tempo um dos mais depredados pelas frentes de garimpo, de desmatamento e da agricultura ilegais do País, o presidente Luís Inácio da Silva surpreendeu-se com o estado de abandono da população e enxergou uma calamidade pública, uma tragédia no campo da saúde, segundo ele mesmo. (...) Não bastasse, concomitante, o Covid, levado pelos brancos garimpeiros, havia matado 1.207 índios e contaminado 59.234 outros, conforme dados do Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena. A malária, endêmica, infecta a região e já há registros dos dois últimos anos de 11.500 casos. Mais gritante ainda era a morte de 507 crianças, sobretudo por falta de alimentação e de atendimento médico. Por recomendação do Presidente, a nova ministra da Saúde, a sanitarista Nísia Trindade, participando da comitiva, declarou “Emergência sanitária no estado”. Para o governo brasileiro, como para cada um de nós, é um grave dever humano e cristão. Num primeiro instante, iremos medir o que Brasília diz e como age. E com prioridade e dignidade.

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