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Mensagem: CHUVA COM RAIOS SEGUIDOS DE TROVÕES ASSUSTA MONTES-CLARENSES E GLAUCILANDENCES. Hoje por volta das vinte horas e dez minutos uma forte chuva partiu de Montes Claros rumo às comunidades de “Me livre” – Riachinho - Mimoso e Borá; seguindo rumo a Glaucilândia e São José de Alto Belo. São chuvas que o clima mais quente traz em forma de tempestades rolando em nossa direção. Enquanto algumas crianças podem apreciar o espetáculo das tempestades, para outras pode ser uma experiência muito assustadora. Os cães ficam assustados, os pássaros agarram com mais firmeza aos galhos para não serem tocados pelos fortes ventos. As tempestades atingem quase todos os nossos sistemas sensoriais - visão, olfato, som e até o tato. Desde o clarão brilhante de um raio, trovão alto, chuva forte e rajadas de vento, até luzes piscando com a oscilação da corrente elétrica, além das sirenes estridentes dos bombeiros. Somados, podem ser opressores para as crianças e alguns adultos. Fotografei – com muita sorte - um lindo relâmpago! – Que me trouxe lembranças da época de criança. - Naquela época, eu, como toda criança, tinha muito medo dos relâmpagos! Como minha família morava próximo ao Asilo São Vicente de Paula, e a relação com os velhinhos era muito próxima - uma das diversões era procurar explicação sobre o fenômeno, ouvindo as histórias – muitas das vezes estórias – contadas pelos eruditos moradores do asilo. Não obstante, cada um tinha suas tradições culturais diferentes, porém, todas as recitadas “histórias” eram bem vindas. Uns acreditavam que os raios eram lançados pelos “deuses ou pelos espíritos´. Mas tinha aquelas senhorinhas que nos orientavam a pedir nossos pais NÃO plantar algumas espécies de árvores perto de casa – outras pediam para colocarmos pneus de carro no telhado e Dona Zefa: “meu filho, quando começar os raios, cobrem os espelhos com um pano”! - Dizia a velha negra, muito religiosa com dois metros de altura. As grandes tempestades podem ser muito assustadoras. Quando uma tempestade acontece – nuvens escuras aparecem – chuvas fortes geralmente caem – ventos fortes e imprevisíveis e relâmpagos que cruzam o céu. - Como aconteceu hoje! Na época de criança, quando a tempestade era violenta, minha avó Alzira Ponciano, para despistar a sua ansiedade e nervosismo, fazia eu e outros netos a orar por algum tempo, era a maneira que ela encontrava para nos manter calmos, e sentir protegidos e seguros. Mas, quando estávamos longe dela, era banho de chuva e deitar nas enxurradas. Ainda deliciávamos das mangas contraídas ilicitamente do quintal de Sr. Zé Amaro e Dona Dica (as mangueiras ainda estão lá) Rua Dr. Veloso 1109. – Era manga misturada à água suja – guerra com bolinho de barro - a roupa, mais que parecia farda pós-guerra. O relâmpago (foto) de hoje 23 Janeiro 2023 remeteu-me a minha saudável infância! XXIII – I – MMXXIII. (*) José Ponciano Neto é saudosista, historiador e escritor. Membro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas e Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros.
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