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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Minas sem fim Manoel Hygino Jornal da capital dedicou quatro páginas de sua edição de 14 de outubro à saga dos cavaleiros do Apocalipse, em matéria extensa assinada por Gustavo Werneck e que apresentou longo depoimento de Rogério Faria Tavares, presidente da Academia Mineira de Letras, em segundo mandato. Era espaço suficiente para que o dirigente do sodalício focalizasse dois protagonistas das letras do Estado, em época marcante da vida brasileira: 1922. Foi quando nasceram Otto Lara Resende, em São João del-Rei, e Paulo Mendes Campos, em Belo Horizonte. Otto era filho de Antonio de Lara Resende, ex-aluno do histórico colégio do Caraça, pelo qual passaram figuras da maior expressão na política e da cena intelectual da velha província. Era estabelecimento de profundo rigor na prática religiosa e no ensino, símbolo de uma era de educação rígida e severa. Muito já se escreveu sobre o educandário, inclusive cenário do filme “Caraça, porta do céu”, produzido inteiramente e filmado cá nas montanhas. Fundador do Instituto Padre Machado, Antônio Lara Resende trouxe-o para Belo Horizonte e, quando para cá se transferiu, mantendo o mesmo rigorismo do educandário dos padres, o que conduziu a uma querela pública quando expulsou alguns estudantes, não passíveis de penalidades maiores (nesse período, o autor destes registros, ligado a entidade de jovens, teve atuação direta e pessoal). Pois Otto fora aluno, no Instituto Padre Machado, quando conheceu, aos 15 anos, Paulo Mendes Campos, que jogava basquete no time antagonista do Colégio Santo Antônio. Rogério Faria Tavares, em minúcias e fiel às fontes, a vida de Paulo Mendes Campos e Otto Lara Resende, que se tornariam dois dos mais lidos e comentados autores brasileiros no gênero ou gêneros a que se dedicaram, alcançando aplauso em todo o país. Inquestionáveis se demonstram as qualidades de Otto (que nascera asmático) e de Paulo, filho de Mário Mendes Campos, médico conceituado e escritor da melhor qualidade. Mas o que se publicou é apenas o que se diria de dois dos quatro cavaleiros do Apocalipse. Faltam, ainda, dois outros: Fernando Sabino e Hélio Pellegrino, que merecem lugar ao sol, neste ano centenário. Paulo é citado e repetido em trecho de uma crônica: “Na velha cidadezinha de São João del-Rei, e cujo prefeito recebe 900 cruzeiros mensais, há mais asas do que inquilinos”. Otto Lara Resende anota: “Mineiros fora de Minas, que carregamos. Minas para lá de suas fronteiras, também nós sabemos que Minas existe e não se acaba”.

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