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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: DRENAGEM URBANA E SEUS FUNDOS DE VALES. O Brasil... ou melhor, o mundo vem sofrendo com chuvas torrenciais, provocando inundações e deslizamento de barrancos - eventos que ceifaram muitas vidas. Associado as tragédias há um CONJUNTO DE DESACERTOS que envolvem: casas construídas sem projetos de maneira descontrolada em áreas de riscos e a falta de drenagem eficiente. Drenagem Urbana sustentável é essencial para garantir a segurança da população e a revitalização urbanística de uma cidade. Entretanto, com a ALTA IMPERMEABILIDADE das sub-bacias urbana é inegável que para projetar um canal de Fundo de Vale demanda cálculos das vazões superficiais com muitos estudos, visando segurança há longo prazo - obedecendo ao “crescimento vegetativo hidráulico” da cidade, ou seja: a diferença da taxa de infiltração - cada ano menor - e o aumento da taxa de escoamento devido à impermeabilização das vias públicas pelo asfalto. No passado havia alguns engenheiros sanitaristas que criticavam a canalização dos cursos d’água (sub-bacias) e os canais de concreto dos fundos de vales receptores - defendiam a renaturalização desses canais objetivando um balanço hídrico suficiente para diminuir o pico de vazão em caso de tempestades. Hoje trabalham construindo canais em forma de caixotes - inclusive redimensionando os canais sanitários existentes. Não deixa ser um exemplo brilhante de drenagem. Em Seul capital da Coréia do Sul - fizeram um projeto de revitalização urbanista no seu principal fundo de vale – no rio Cheonggyecheon – plantaram arvores nas APP’s, colocaram bancos de jardins e tudo mais. Tudo muito bonito! A cidade só crescendo impermeabilizando suas vias de tráfegos; resultado: nas primeiras tempestades, uma em 2011 e outra em 2020, os eventos carregaram tudo, trazendo consequências letais, muitas vidas se foram – o canal do fundo de vale não suportou, transbordou, inundando a capital. Em Montes Claros nos anos 80 e 90 o ex-secretário de Serviços Urbano, Sr. Jorge Tadeu Guimarães – o idealizador e executor do Parque Guimarães Rosa (Sagarana) - preocupado com as inundações que ocorriam entorno desse parque, solicitou do “Projeto Soma” o redimensionamento do canal do rio Vieiras e da rede da Rua Espírito Santo – a obra foi paralisada, mas deu tempo para construir uma calha de drenagem no seu interior do Parque. Já a Praça da Igreja Rosa Mística – atípica, sempre foi problemática - é uma situação irreparável, o nível da praça é abaixo da “maximorum” do Canal do Rio Vieiras – sempre haverá refluxo com as recorrências das tempestades. Voltando aos fundos de vales canalizados, seriam muito importantes que sejam dimensionados considerando todas sub-bacias hidrográficas impermeáveis. Devido à redução da recarga de águas subterrâneas a aceleração do escoamento superficial. É indubitável que a solução no tratamento de fundo de vale seja com canalizações associadas às Avenidas Sanitárias, pois, a gestão das águas urbanas, além da visão higienista, o escoamento é mais rápido devido à redução das “curvas naturais” afastando o lixo para locais distante da cidade. - Infelizmente o lixo é evidente em vias pública. Outra condição importante dos canais quando bem dimensionados ajudam a evitar inundações. Entretanto, têm cidades que dimensionam seus canais de fundo de vale SEM CONSIDERAR a bacia hidrográfica urbana de contribuição TOTALMENTE IMPERMEABILIZADA. Na medida em que o desenvolvimento avança, os bairros aumentam suas vazões pluviais - o que era bem dimensionado - passa ser obsoleto. – É planejar visando o futuro. Um Plano Diretor de Drenagem Urbana visa à redução dos riscos sociais e hidrológicos – passando a combater todos os problemas sanitários e ambientais. Neste contexto. Com relação aos riscos sociais nos fundos de vales, Montes Claros é uma cidade de bons exemplos, aos longos dos anos, as habitações desordenadas, praticamente acabaram; casas foram retiradas das margens dos rios dando lugar às avenidas sanitárias. Perigo mesmo, somente com as casas suspendidas nos morros. As recorrências de chuvas de 50 a 100 anos são as piores – no pretérito - a cidade contava com uma TAXA de infiltração no solo MUITO ALTA – não existiam quintais concretados e ruas asfaltadas. Hoje a taxa é baixíssima – pouca água infiltra no solo – a tendência a Tx cair mais. . Percebesse que o desenho da cidade influencia diretamente na drenagem urbana, quanto mais intensifica e acelera a urbanização, mais água drenada para os canais receptores nos fundo de vales. É utopia ter certeza que os canais estarão dimensionados para os 50 –100 anos vindouros. É esquematizar! A proatividade é o remédio que evita grandes inundações e consequentemente reduz as fatalidades! - Será que nossos canais de fundo de vales suportarão 80 milímetros (80 litros por metro quadrado) de chuva em um período de 24 horas? (...) Abre aspas- “A Lei Federal N. 11.445/2007 estabelece diretrizes nacionais e o Item “d” - do inciso I - do Art. 3º define quanto à drenagem: - d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: constituídos pelas atividades, pela infraestrutura e pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas, contempladas a limpeza e a fiscalização preventiva das redes; (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)” - Fecha aspas. Em tempo: Como Técnico em Meio Ambiente acompanhei o inicio de algumas obras dos canais e redes de esgoto por meio do Programa Brasil - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD - IV – II – MMXXII (*) José Ponciano Neto é Técnico em Recursos Hídricos e Meio Ambiente - Hoje APOSENTADO depois de 50 anos de serviço, dos quais, 39 anos em uma empresa de Saneamento Básico. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros - Membro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas

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