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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Aconteceu em Salinas Manoel Hygino O visitante ingressou na minha sala de trabalho e, após os cumprimentos de praxe, entregou-me o respectivo diploma, apondo-me às costas a toga que consigo trazia, declarando-me membro da Academia de Letras de Salinas, perpetuando o ato, sem convidados, com uma foto histórica. Assim, José Prates, presidente do sodalício, a ele me integrou. Aconteceu há exatamente 20 anos, que se completara no ano que começou. Foi quando José Prates lançou “O tropeiro e o menino”, com quase quinhentas páginas, relatando um pouco de suas aventuras pelo mundo, porque – depois de considerado suspeito pelo regime militar – andou pelo Peru, França, Argentina, Chile e Guiné-Bissau. De volta, assentou-se provisoriamente em Brasília, onde fez boas relações e construiu amizades. Tanto que o livro referido foi patrocinado pelo Fundo da Arte e da Cultura do Distrito Federal. O prefácio é do coronel Afonso Eliodoro, companheiro de Juscelino nas horas boas e más e ex-presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. Agora, porém, com a calamidade que desabou líquida e em grande quantidade sobre a cidade e outras, alcançando o sul da Bahia, achei que seria de bom alvitre lembrar o povo operoso da região, que jamais perdeu sua esperança em melhores tempos e mais sorte. As imagens coloridas mas dramáticas de televisão, com ruas, praças e habitações tomadas pela água suja invasora, muito destruiu com a correnteza, fazendo imaginar o que sobrará dos belos dias, principalmente os de feira, que forma o grande “círculo de cultura do povo” aos sábados. Depois de toda a dor das horas presentes, o menino de antes do período de exceção, que tanto brincara naquele lugar, “poderá medir com o olhar e os passos das correrias de criança, os espaços da praça, divididos pelo mercado, evidenciando imponentes o sobrado do coronel, o fórum, a igreja e o grupo escolar, onde avançará no mundo encantado da cultura letrada e aprendendo a libertar a palavra dos livros”. Poderá talvez olhar para aquelas crianças que trabalham duro para levar umas poucas coisas para vender na cidade. Enfim, libertaria a alma com a presença dos roceiros que traziam o alimento para o corpo e a doçura da palavra para o espírito, de quem com eles se encontrasse, “assuntando a sua fala poeirenta, seca e plena da gostosura do melado da cana”. A experiência de agora é dolorosa, marcará um tempo na lembrança do povo de Salinas e das demais cidades e localidades próximas, mas não apagará a esperança dos que creem no futuro e na felicidade.

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