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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Brasil x Metano Manoel Hygino Qualquer que seja o resultado das eleições do ano que vem, que parece aproximar-se com mais velocidade à medida que os dias passam, o Brasil já precisa ir pensando em como cumprir os compromissos assumidos por Bolsonaro na COV26. Embora não tenha participado dos trabalhos pessoalmente nos debates na Escócia, ele apareceu perante todos os países representados na reunião em manifestação virtual. Uma das promessas diz respeito à redução do desmatamento no Brasil, um tema indesviável em todas as entrevistas do presidente, considerando que temos a maior reserva florestal do planeta. Segundo as fontes oficiais, preservamos essa riqueza, mas organismos internacionais, mesmo os nossos que atuam no campo de pesquisas, afirmam que não é assim exatamente. Mas a situação terá de mudar, a partir de agora, com ou sem Bolsonaro. O cerco ao desmatamento começa a se fechar. No evento ligado à Convenção do Clima (COP-26), 30 instituições financeiras de diversos países que administram US$ 8,7 trilhões em ativos se comprometeram a eliminar por completo investimentos em atividades vinculadas à derrubada de florestas. O objetivo é sufocar cadeias de suprimentos de commodities agrícolas que não são comprovadamente sustentáveis. Um dos focos do projeto é a preservação da Amazônia. Falando-se em agricultura, a questão nos toca de perto e profundamente, por motivos sabidos. Mas a questão se casa diretamente com a outra promessa. Também assinamos acordo, comprometendo-nos a reduzir em 30% as nossas emissões de gás metano, até o ano de 2030, balizando-nos pelos números de 2020. Esse gás é emanado das minas de carvão a céu aberto ou da pecuária, e aí nos toca. O danado do gás é produzido por ruminantes, como bois e ovelhas, e se acumula no rúmen, um dos quatro estômagos dos animais, até sair-lhes pela boca como um arroto. O gás tem um efeito estufa, cerca de 80 vezes mais forte que o dióxido de carbono e é responsável por 30% do aquecimento do planeta desde a revolução industrial. O Brasil e a Argentina estão entre os cincos grandes geradores de metano no mundo, porque tem dos maiores rebanhos bovinos, cabendo-nos agora cuidar da diminuição do maligno produto. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi incisivo: “Precisamos agir para reduzir nossas emissões de metano mais rápido possível. Juntos, estamos nos comprometendo em reduzir nossas emissões em 30% até 2030. Hoje, nações responsáveis por cerca da metade de todas as emissões assinaram esse acordo, e ele fará uma grande diferença”. Agora é com os pecuaristas e o governo.

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