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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Também me levanto para aplaudir os belos escritos de Isaías Caldeira, Juiz de Direito em M. Claros. E me apresso a dizer que ele não está só no ofício de poeta no instante em que também exerce as funções de julgador, respeitado, sucessor de Ulpiano e de Papiniano. Assim o fez o poeta ouro-pretano Alphonsus de Guimaraes (1870), por sinal patrono da Academia Mineira de Letras, e patrono das letras no Poder Judiciário de Minas. Lembro-me, cito que o Fórum de Montes Claros tem o nome de Antonio Golçalves Chaves, jurista celebrado, publicista, e governador de 2 estados brasileiros. Ancestral de extraordinários homens das letras de Minas, os irmãos João Chaves e Hermenegildo Chaves, este também uma legenda no jornalismo de Minas. Em homenagem ao juiz Isaías, peço que publiquem o poema abaixo, de Alphonsus de Guimaraes, para que todos testemunhem quanto devemos à magistratura de Minas, e também nas letras. Por fim, menciono que o poeta e juiz Alphonsus morou na eterna Conceição, do Mato Dentro, de José Aparecido de Oliveira, por sinal sobrinho da sua esposa, e a ela dedicou magistrais poemas da escorreita e difícil poesia simbolista. A Catedral Alphonsus Guimaraens Entre brumas ao longe surge a aurora, O hialino orvalho aos poucos se evapora, Agoniza o arrebol. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece na paz do céu risonho Toda branca de sol. E o sino canta em lúgubres responsos: ´Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!´ O astro glorioso segue a eterna estrada. Uma áurea seta lhe cintila em cada Refulgente raio de luz. A catedral ebúrnea do meu sonho, Onde os meus olhos tão cansados ponho, Recebe a benção de Jesus. E o sino clama em lúgubres responsos: ´Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!´ Por entre lírios e lilases desce A tarde esquiva: amargurada prece Poe-se a luz a rezar. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece na paz do céu tristonho Toda branca de luar. E o sino chora em lúgubres responsos: ´Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!´ O céu é todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem acoitar o rosto meu. A catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu. E o sino chora em lúgubres responsos: ´Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!´

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