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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: MEUS MORTOS (por Isaías Caldeira Veloso) “Carrego meus mortos do lado esquerdo do peito, por isso ando assim, meio de banda´. Drumond não me conhecia, mas nos conhecia. Enterrei meus pais, irmãos, uma tia que foi minha mãe também, outros tios, primos, amigos. Tudo gente que eu amava. É um peso danado trazê-los comigo no peito. Vezes há em que ameaçam implodir este edifício onde habitam sob forma de saudade. E a dor que causam é tanta que penso desalojá-los, rompendo o fio que nos separa. E, desfeita a chama da vida, buscar noutro coração o ´habite-se´ de alguém que tenha a mesma vocação amorosa e o mesmo vezo à doação. Seria, como eles, saudade também. Mas, a razão me diz que é inócuo antecipar a sentença a que todos fomos condenados, no plano material. Numa hora incerta, provarei o sentido do nada, do não ser, liberto dos sentidos que me sustentam a existência. Então, vou conversando com esses entes, nessa linguagem transcendente em que a voz é a do silêncio, com o qual os faço ver que continuam aqui, vivos, como testemunham os seus incontáveis gestos de bondade na memória de tantos. Não. Meus mortos não me pesam, em verdade. Não pesa quem amamos! “Mas como dói“!

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