Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: Parece 1974 Manoel Hygino Assisto com profunda preocupação aos acontecimentos mais recentes no Brasil, causados pela tensão que habita toda a nação, apenas parcialmente pela Covid que já exterminou 567.862 vidas até a última sexta-feira, dia 20. Outras milhares ainda serão ceifadas, considerando a média de óbitos registrados. Mas acompanho os dias de hoje na política com os mesmos olhos de inquietação de agosto de 1954, que impeliram à morte o presidente da República. Josué Montello – jornalista, escritor e diplomata, além de acadêmico, examinava também aquele ano preocupado. Julgava que a crise, então reinante, tinha dupla origem: a luta contra o poder emergente de Samuel Wainer, diretor da Última Hora, ligado a Vargas, e a do atentado contra um oficial da Aeronáutica, morto nas proximidades da residência do jornalista Carlos Lacerda. Para Montello, tudo mais se inseria nessas vertentes, inclusive os desmandos da guarda pessoal de Getúlio, principalmente seu chefe, Gregório Fortunato. A tensão se generalizava nas ruas, na mídia, nos debates no Congresso, nas divisões dos comandos das três armas. O próprio presidente temia vencer nas eleições de 1954. Outubro se tornara um caldeirão fervente. O acadêmico antevia o pior, mesmo o impensado. Montello confessou ter medo da “combustão constante que vai incendiar o país, se não houver o bom-senso necessário para amainar as chamas com alguns baldes de água fria”. Naquele momento calculava os perigos: “as acusações mais veementes já foram feitas; já houve sangue derramado; as medidas judiciárias, parlamentares e policiais já transpuseram a zona do acatamento respeitoso, para penetrar na zona das humilhações inaceitáveis – com a ameaça de levar o presidente da República ao inquérito policial-militar” – que naquela ocasião já se realizava no Galeão. O vice-presidente, Café Filho, em vez de tomar o partido do companheiro de governo, eximindo-o de responsabilidade nos motivos da crise, resolveu assumir uma posição conciliadora. Era tardia. O carro já adiantara aos bois. Houve a reunião na manhã do dia 24, no Catete. Balas de revólver pararam o coração de Vargas. Felizmente, o ainda pior não aconteceu. Uma revolução.

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima