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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Morte no Caribe Manoel Hygino Em 7 de julho, Jovenel Moise, presidente do Haiti, foi morto a tiros, em plena madrugada, em sua casa na capital. Todo o mundo ocidental lamentou, e Joe Biden, dos Estados Unidos, declarou: “Estamos chocados e tristes com o terrível assassinato e condenamos o ato hediondo”. Martine, a esposa, 47 anos, ferida gravemente, foi transportada a Miami, tendo o primeiro-ministro, Claude Joseph, assumido o governo interinamente. Moise, 53 anos, ficaria no cargo até fevereiro de 2022, mas seus opositores e inimigos foram mais rápidos. Com isso, o Haiti se mantém como a nação mais perigosa do continente, além de a mais pobre. É bom lembrar que o Haiti e a República Dominicana ocupam a antiga ilha Hispaniola, em que as naus de Colombo vieram dar no final do século XV, descobrindo o que se apelidou de Novo Mundo. Passei, há muito anos, por Porto Príncipe, capital do Haiti, e pude sentir a pobreza de seu povo, enquanto no outro pedaço a República Dominicana buscava afirmar-se. Vargas Llosa, que bem conhece a região, afirmou: “A República Dominicana é um país pobre que melhora; o Haiti, um país miserável – o mais atrasado do hemisfério ocidental, que piora sem trégua, afundando sua gente infeliz, cada dia mais, num inferno de fome, desemprego, violência e desespero”. A República Dominicana, apesar de suas dificuldades, de seus ditadores (lembremos Trujillo) e dos exploradores do povo - tem atrativos, - lá se encontra, por exemplo, a primeira Universidade das Américas – bons hotéis e, por bom tempo, Punta Caña que atrai viajantes de todo o planeta. No Haiti, nada disso existe e, ainda, suporta tremores de terra, alguns com dimensões de terremotos. Os jovens haitianos, que brigam nas ruas, transformadas em campos de batalha, descrevem “Pas de Travail. Nous sommes foutus (não temos trabalho, nós estamos ferrados)´. Lá se fala também o francês e ninguém acredita que as coisas vão melhorar. Algumas dezenas de haitianos vieram para o Brasil e aqui procuram pelo menos sobreviver. A morte de um presidente causou manifestações de solidariedade, mas quem irá, de fato, tirar a nação e aquele povo do Caribe da miséria?

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