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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O baixo nível Manoel Hygino O baixo nível do vocabulário, usado no desenrolar dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado Federal, constituída especificamente para a Pandemia, causa espanto. Em verdade, na Câmara Alta do Congresso jamais se terá apelado tanto para palavreado tão áspero, ferindo normas do decoro. As discussões se aproximam às de torcedores de futebol, acirrados pelo excesso etílico ou pelas drogas. Choca o brasileiro que se acostumara, no decorrer de décadas, a ver os solenes, respeitosos e sábios discursos de senadores que honraram a Casa nos períodos no Palácio Monroe, no Rio de Janeiro, capital da República. Ao mandar mensagem ao escritor Danilo Gomes, nascido e de infância em Mariana, um dos maiores cronistas atualmente do Brasil, adverti-o de que, ano que vem, ele ingressa na lista dos 80 anos, passando assim a octogenário, com o país possivelmente ainda em fase de pandemia, embora declinante. Com o bom humor de sempre, o confrade na Academia Mineira de Letras me responde: “Mestre Hygino, de fato, octogenário é palavra feia. Mais feias ainda são: pústula, escrófula, octossílaba, silabário, Hitler, Stalin, Mao, Mussolini, Lênin, osteoporose, esdrúxulo, báratro, etc. Aí entra um pouco de política, de cambulhada. Pandemia é mesmo um vocábulo que nos causa aflição. Já estamos de, - com perdão da má palavra-, saco cheio, que os latinistas da paróquia chamam ´bagus plenus´ (latim de taberna da Idade Média). A pandemia não vai embora pro raio que a parta tão cedo, você, doutor em Medicina e outras ciências, sabe disso melhor que nós, leigos e atarantados, embora vacinados. E a eficácia dessas vacinas? Confio muito não. O coração deste velho vilacarmense anda apertado. Mas Deus proverá”! O homem deste país, entretanto, não se sentirá sequer surpreso, se considerar o palavreado do próprio presidente, em praça pública ou exatamente por nela se encontrar, quando os vocábulos servem, antes e acima de tudo, para ofender, com especial ênfase os profissionais da Imprensa ou membros da CPI do Senado, chamados de pilantras. É no mínimo, lastimável, principalmente na hora que vivemos.

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