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Mensagem: I`m just a man .. Sou apenas um Homem… Indo para o trabalho passo por um casal de índios venezuelanos, da tribo Warau, que chegaram em Montes Claros durante a Pandemia do Covid-19. Mais um problema a ser enfrentado pela Prefeitura Municipal e por toda a sociedade montesclarense. O mais grave: crianças pedindo esmola nos semáforos. “Mas não são crianças brasileiras. São índios venezuelanos que fazem cocô nas praças e não sabem conversar”. (Resposta de uma cidadã montesclarense) Tive notícia de que o Ministério Público Estadual e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social já tentaram algumas soluções para o “ problema”. Uma das alternativas foi leva-los (ao todo são 87 almas indígenas vivendo em uma casa alugada no Bairro Major Prates) para a antiga Fazendinha do Menor, hoje sob a responsabilidade da Universidade Federal de Minas Gerais. Interessante que durante o Natal várias igrejas evangélicas e também a Comunidade Católica de Nossa Senhora Rosa Mística, aqui no Bairro Ibituruna, se solidarizaram e promoveram algumas ações como distribuição de marmitex, fraldas ( sim fraldas uma vez que um deles já é montesclarense tendo sido nascido na Maternidade da Santa Casa de Montes Claros). Mas e o amanhã ? Pelas primeiras informações este irmãos venezuelanos não possuem Passaporte ou qualquer outro documento. Informação esta que precisa ser verificada pelo Poder Público Municipal junto à Polícia e a Justiça Federal. Obtivemos também a informação de que a Prefeitura Municipal de Montes Claros ajuizou uma “ Ação Civil Pública” na Justiça Federal solicitando providências uma vez que a questão envolve a União, o Estado e o Município de Montes Claros. Foi solicitado ao Poder Judiciário a imediata identificação dos venezuelanos que aqui aportaram. Tivemos a informação ainda de que eles aqui chegaram encaminhados por Secretarias Municipais de desenvolvimento de outras cidades. O problema está posto. E agora judicializado. E pasmem !! Existe decisão da Justiça Federal permitindo que crianças indígenas estrangeiras fiquem em semáforos por se tratar “ de respeito à cultura indígena dos povos” ( sic). Durma-se com um barulho deste, como dizia nosso saudoso Mestre do Jornalismo Elias Siuf. Resumo da Ópera : Hoje são aproximadamente 80 seres humanos venezuelanos jogados à própria sorte na nossa cidade. Vivem da esmola dos semáforos e de ações isoladas da Arquidiocese de Montes Claros na pessoa do Bispo Arquidiocesano e também de algumas igrejas evangélicas. Neste meio tempo uma brasileirinha índia nasceu na Santa Casa de Caridade de Montes Claros. Lembro-me aqui ( sempre gosto de associar a vida real a filmes) da obra prima “ O Homem Elefante” estrelado por Anthony Hoppes e já filmado em três versões e encenado no Imperial Theatre de Londres: O “ Homem Elefante” , John Merrick sofria de uma grave deformidade ( elefantíase) e era explorado nos Circos do subúrbio de Londres até que o Dr. Frederic Treves se compadeceu dele e o levou para o seu sítio nos arredores de Londres. Em busca de tratamento ( uma vez que também tinha problemas mentais) foi internado em um Hospício ( a contra-gosto do Dr. Treves ). Certo dia o “ Homem Elefante” foge do Hospício e é perseguido no Metrô de Londres por uma multidão enfurecida e também por vários policiais da Scotland Yard ( que na época não usavam armas). Encurralado, com fome, perseguido, humilhado, excluído, marginalizado ele foi cercado em um dos banheiros do Metrô. E a cena clássica, inesquecível, que merece ser vista e revista aconteceu ( sugiro assistirem ao filme- qualquer versão). Foi uma aula de respeito à Dignidade da Pessoa Humana prevista na Constituição Federal brasileira: Retornando ao filme : Quando o Policial da SY lhe questionou , “ Quem é você ?”. Ele balbuciou amedrontado : I`m just a man … Eu sou apenas um Homem… Qualquer semelhança com nossos irmãos índios venezuelanos não é mera coincidência. Gustavo Mameluque- Jornalista e Crítico de Cinema. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Colunista do montesclaros.com, do Jornal “ O Tempo”, da Revista Tempo e do Novo Jornal de Notícias de Montes Claros. Membro da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês da Santa Casa de Montes Claros.
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