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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O briguento Putin Manoel Hygino A natural predominância do noticiário sobre a pandemia no Brasil, simultaneamente com o conturbado momento político que a nação atravessa, não me permitiu conhecer o resultado do plebiscito em torno da sucessão do poder na Rússia. A União Soviética já terminara há bem tempo, mas os métodos empregados para se definir quem governaria a grande nação não variam suficientemente. A própria ascensão de Vladimir Putin ao comando em 1999/2000, primeiramente como premier, e, em seguida, como presidente, ainda está envolta em detalhes misteriosos que somente o tempo conseguirá, talvez, revelar. Para se melhor conhecer os desvãos dos fatos, há de se estudar muito, ler muito, conversar, estudar. Foi o que fez Macha Gessen (e o nome coaduna com o significado em língua portuguesa – macha) jornalista russa, autora de mais de vinte livros, editora da revista Snob, testemunha de parte da história mais recente de sua pátria, ao publicar “A face oculta do novo Czar”, o título português. Para se sentir as raízes mais distantes do problema, há de se reportar à segunda grande guerra. Gessen evoca: “A cidade soviética de Leningrado, onde Vladimir Putin nasceu, no ano de 1952, foi, para aqueles que ali viviam, um lugar de fome, pobreza, destruição, violência e morte, Tinham-se passado apenas oito anos desde o fim do célebre cerco à cidade. Tudo começou, em 8 de setembro de 1941, quando as tropas alemãs conseguiram cercar Leningrado, deixando-a incomunicável, e só terminou 872 dias depois. Morreram mais de um milhão de civis, vitimados pela fome ou pelos bombardeios que aconteciam sem trégua enquanto durou o bloqueio. Quase metade dessas pessoas morreram tentando fugir de lá”. No pós-guerra cresceu a criança, já com fama de briguento. Rapazinho, sonhava tornar-se agente da KGB, assumir os destinos do país e dominar o mundo. A evolução da personalidade do jovem e sua pertinácia na busca de concretização de seus anseios são descritas em minúcias, enquanto a nova Rússia procurava assumir seu papel histórico. Os pais do futuro presidente eram um inválido e uma mulher que quase morreu de fome, mãe de dois filhos também falecidos; um bebê e outro na infância. Putin viveu, vamos dizer, no fundo de um quintal, num pátio coberto de lixo e cheio de marginais. “Aquele pátio era uma coisa”, disse um dos biógrafos, um ex-colega de Putin e seu amigo de infância, Viktor Borienko. “Um bando de marginais. Uns sujeitos sujos, com a barba por fazer, com cigarros e garrafas de vinho vagabundo nas mãos. Sempre bebendo, xingando, arranjando brigas. E Putin ficava no meio disso tudo...”. E, assim, chegou à escola, com modos de brigão. Putin foi excluído do grupo dos jovens pioneiros, um castigo raro, exótico, geralmente reservado aos alunos que, por perder anos, viviam repetindo as matérias, sendo considerados casos perdidos. Não trazia no pescoço o lenço vermelho, símbolo da organização comunista para crianças de dez a quatorze anos. Para Putin, a credencial de delinquente era sinal de status. No entanto, soube vencer as adversidades, entrou para a KGB, aprendeu sambo, a autodefesa sem armas. Com ela, passou de jovem brigão a adolescente aplicado, e com metas bem definidas.

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