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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Os reis magos Manoel Hygino O Rio Grande do Norte, que atravessa um dos períodos mais dramáticos de sua história com a Covid-19, pela falta de adequadas condições para atender a sua população, me vem à cabeça, porque – pelo Natal de 2018 – o escritor Franklin Jorge me enviou uma joia. Trata-se de “Actas Diurnas”, bela edição do Novo Jornal em parceria com Ludovicus Instituto Câmara Cascudo, contendo crônicas de Luís da Câmara Cascudo. Pois a terceira crônica do memorialista potiguar chama especialmente a atenção dos brasileiros, até há algum tempo muito interessados nas lições da religião que os lusitanos para cá trouxeram. Informa que, dos quatro evangelistas, apenas Mateus toca no assunto (II, 1-12), enquanto Lucas, Marcos e João silenciam. E registrou parcamente, no capítulo II, versículo I: Ecce Magi ab Oriente Venerunt Jerosolyman – isso é, “uns magos vieram do Oriente a Jerusalém”. Não acrescenta quem eram os visitantes, quais os nomes, o que foram ali fazer. Tudo o que mais se sabe foi obra do folclore, da cultura popular; até os visitantes procedentes do Oriente adquiriram feições próprias, nomes, o que eram, frutos da devoção do mundo católico. A visita de personagens reais ao Messias fora profetizada nos Salmos de Davi e Salomão e em Isaías. Mas os cristãos simpatizaram com aqueles senhores que tinham vindo de tão longe procurando o Rei dos Judeus, guiados por uma estrela milagrosa. Nunca mais foram vistos na vida de Jesus. Consta que São Tomé ainda os encontrou velhinhos, em algum lugar não sabido, e os teria abençoado. Quem disse, onde, quando? Mortos, seus corpos ficaram na Pérsia, e Helena, mãe do Imperador Constantino, levou-os para Constantinopla, por ele fundada. Emest Hello, em “Physionomies dos Saints”, informa que “Sainte Helenne les fit deposer avec magnificence dans la Brasilique de Sainte Sophie”. Mas a comparação das datas revela incongruências. Santa Helena faleceu em Roma, no ano 327, enquanto a Basílica foi construída em torno de 531 e inaugurada em 537, no reinado de Justiniano. Desse modo, o templo não existia na época da santa. Consta, ainda, que o bispo Eustaquilo teria levado as relíquias para Milão, séculos depois. Em 1162, o imperador Frederico Barbaroxa destruiu a cidade e os três magos foram transportados para Colônia, na Alemanha, onde devem permanecer. Cascudo observa que a palavra “mago” quer dizer sábio, doutor, sabedor. Assim os três magos eram tidos, Maggi, como os considerou Mateus, uns sábios. Mas existe na igreja de São Vital, em Ravena, Itália, um mosaico dos Reis Magos, com coroa real e nomes. Data do século VII, constando a sigla SCS, Santos. O Rei Negro é o último, que fica perto do Deus Menino.

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