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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Perdemos um notável Manoel Hygino Na segunda-feira, 6 de abril, em meio ao torvelinho causado pelas providências que se tomavam para enfrentar os malefícios terríveis da pandemia do coronavírus novo, faleceu uma das mais queridas e admiráveis personalidades do cenário literário do Brasil. Mais do que homem de letras, Ângelo Machado foi um pesquisador singular no campo da arte e da ciência, nosso confrade na Academia Mineira de Letras. Na Casa de Alphonsus de Guimaraens e de Vivaldi Moreira, deixa um vazio imenso, porque ninguém como ele tinha qualidades, simpatia e conhecimento para ganhar espaço em torno de si. Já o demonstrara em suas aulas na universidade e em palestras pelo Brasil afora, que percorrera denodadamente, vencendo as próprias dificuldades e prováveis incompreensões do meio. Muito fanhoso, parecia impossível que pudesse dedicar-se ao magistério, mas exerceu a profissão em nível universitário durante 55 anos, após se formar doutor pela UFMG, onde se diplomara em 1957. Aposentado como titular de Neuroanatomia, concorreu a vaga para lecionar no Instituto de Ciências Biológicas da universidade, criando o Centro de Microscopia Eletrônica e o Laboratório de Neurobiologia do IC, tornando-se professor emérito da Federal. Nascido em família privilegiada, em que conquistaram prestígio notável Aníbal e Maria Clara Machado, que pontificara na cena teatral do Rio de Janeiro, da escritora Lúcia Machado de Almeida (cada um vale uma biografia inteira), deixou mais de quarenta livros publicados para crianças, sobre meio ambiente e peças de teatro, todos de grande popularidade e aplaudidas. Transcrevo algumas notas, em seguida, sem perder o ensejo para lamentar seu passamento, pois tinha menos de noventa aninhos bem vividos e felizes. Merecia mais, e nós também. Natural de Belo Horizonte, Ângelo Machado era cientista, ambientalista e escritor. Suas obras literárias já receberam vários prêmios, destacando-se: o Jabuti, Adolfo Aizen e o Selo de Altamente Recomendável da FNLIJ. Pela peça de teatro O Casamento da Ararinha-Azul, recebeu também o prêmio Sesc-Sated de melhor texto de teatro infantil de 1996. Foi professor do Departamento de Zoologia da UFMG, onde fez pesquisas principalmente sobre libélulas. Membro da Academia Brasileira de Ciências, tem numerosos trabalhos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais. Participou de organizações ambientalistas como a Conservação Internacional do Brasil, da qual era presidente, e Fundação Biodiversistas. Há 25 anos desenvolveu atividades visando a proteção do meio ambiente, destacando-se aquelas voltadas para a educação ambiental para crianças e jovens. Entre seus livros há infantis e juvenis e um de humor para adultos. Pela Editora Lê, além de O Menino e o Rio (novela), hoje com 19 reimpressões, publicou: A barba-do-velho-da-barba, A viagem de Tamar e O Casamento da Ararinha Azul, nas versões novela e teatro, O Boto e seus amigos, além da versão teatral de Chapeuzinho Vermelho e o Lobo-Guará e O Menino e o Rio. Sua obra literária tem como tema dominante as questões ambientais e caracteriza-se por um fino senso de humor.

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