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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O Ceará como é (ou foi) Manoel Hygino As lutas travadas no Ceará ao longo dos tempos vêm de longe e roubaram muitas e muitas vidas. Os tensos acontecimentos de agora já se tinham registrado, de algum modo, nos anais da história. O jornalista Lustosa da Costa, já falecido e com quem mantive correspondência, escreveu e se pode repetir sem medo de errar: “O que é bom no Ceará dura pouco. O governo de Franco Rabelo, apoiado fervorosamente pela sociedade, é deposto pela contra-revolução do Cariri, que reuniu beatos e cangaceiros, abençoados pelo padre Cícero Romão Batista, o patriarca de Juazeiro, e liderado por José de Borba Vasconcelos e pelo médico Floro Bartolomeu. Gostosamente, o presidente Hermes da Fonseca, títere nas mãos de Pinheiro Machado, cuja candidatura ao Palácio Catete Rabelo se recusara apoiar, nomeia interventor do Estado, a 15 de fevereiro de 1912, o general Setembrino Carvalho”. Os ódios acumulavam-se. Vicente Deodolindo Loyola, de O REBATE, para evitar agressões físicas, se refugia numa fazenda. Deodolindo, cidadão corajoso, fica em Sobral, disposto a tudo. Grupo de quarenta a cinquenta vai à sua casa a fim de puni-lo por suas ousadias. Deodolindo, que mantém seu jornal, está só e vai à porta, apertando um objeto volumoso às mãos. Grita: “O primeiro que entrar vira bagaço, porque estouro esta granada nos seus peitos”. Os manifestantes, enfurecidos, saem em busca de atos menos arriscados, recordando atentados recentes, em Fortaleza, contra o general Thomaz Cavalcante e o deputado Gentil Falcão. Gentil Falcão? Que nome! O Ceará é de gente brava. É o que se constata por fatos, sucessivos, inclusive os de 2020. Um deputado com motoniveladora tentando destruir barricadas de amotinados em quartel. Lustosa da Costa já contava: Em 1922, vereador em Sobral, Chico Monte está de baixo, com o governo de Idelfonso Albano que sucedeu a Justiniano de Serpa, falecido no exercício do mandato e suscita o ódio dos “marretas”. Os correligionários lhe estimulam as estrepolias. A 7 de março, de manhã, numa roda no bar Itatiaia, os amigos lhe dão corda. Dizem-lhe que o novo chefe do destacamento policial, tenente Antônio Castello Branco, veio para Sobral só para lhe quebrar a castanha, por encomenda do chefe rabelista Dondon Pontes, em cujo hotel se encontrava hospedado. Para cúmulo do azar, entra no bar um democrata, Francisco de Freitas, a quem se atribuíam críticas a Chico Monte. Este o desacata. Freitas foge para o café da Maria Felismina, vizinho. Chico o segue, de arma na mão, atropelando mesas e cadeiras e lhe espeta a faca no traseiro. Sangrando e humilhado, Freitas vai, disposto, ao Hotel do Norte reclamar providências do policial. Este tenta fazer corpo mole, sai, primeiro, à procura do delegado de Polícia, Júlio Aragão, na Praça do Menino Deus, que desparecera. Convenientemente, viajara para sua Fazenda Mato Grosso. Volta ao hotel. Dondon insiste em que prenda Chico Monte que se encontra em atitude de desafio, na esquina da Praça do mercado, diante da loja de Eloi Sabóia. Nada. Ele resiste. Por fim Maria Felismina lhe lança, no rosto, na presença de todos os hóspedes, o desafio mortal: “Tenente, se o senhor não tem coragem, vista minha saia e me empreste sua farda que eu prendo o homem”.

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