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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Um fantasma solto Manoel Hygino Ao fazer resenha da produção literária de Valdir de Aquino Ximenes, nascido em Fortaleza, formado em medicina e residente em Brasília, o escritor Anderson Braga Horta, em excelente artigo, pergunta: “médico romancista? Engenheiro poeta? – Ainda haverá quem estranhe. Pensar-se-á que o profissional de áreas de conhecimento embasadas antes em ciências ou tecnologias não se dá ao desfrute de escrever poemas ou histórias inventadas, ou não tem jeito para o negócio”. Anderson lembra os engenheiros calculistas Joaquim Cardozo e Samuel Rawet, destaques nacionais na poesia e no conto. O primeiro conheci em Belo Horizonte, ele – o grande responsável pelos complicados cálculos das criações de Niemeyer, depois do trágico desabamento do Pavilhão de Exposições, na Gameleira, que deixou um saldo de dezenas de mortos e feridos. A propósito, cabe registrar que Clauder Arcanjo, autor de “O Fantasma de Licânia”, nascido em Santana do Acaraú, Ceará, é graduado em Engenharia Civil pela Universidade daquele Estado, a quem se devem elogiados livros de poemas, contos e crônicas. Um polivalente vitorioso, o Clauder, produtor e apresentador do programa Pedagogia de Gestão pela tevê a cabo de Mossoró, membro de um punhado de prestigiadas Academias de Letras e de pesquisas Brasil afora, vencedor do Prêmio Geir Campos, da União Brasileira de Escritores. Não se esquecerá de que é também diretor-executivo da Sarau de Letras, revista e editora, crescentemente ganhando espaço no país por sua qualidade. Sânzio Azevedo, nome nacional, da Academia Cearense de Letras, na orelha do livro mais recente de Clauder, observa que Licânia, município do Estado, era calma até que apareceu por lá um fantasma, que passou a incomodar até o Padre Araqueto, o vigário. Ítalo Gurgel, o prefaciador, do Instituto Cultural do Oeste Potiguar e da Academia Cearense de Língua Portuguesa, tece elogios ao livro, mas quanto ao seu desfecho, acha melhor que o leitor vá ao final, até porque o autor advertira já no início – Licânia tem um único e mísero fantasma. E o fantasma furtou ou abduziu a jumenta, que gerou todo o escarcéu. A pequena cidade chegou praticamente a parar a sua atividade. Os apelos do vigário em nada resultaram, contratou-se um grande investigador, formou-se um batalhão de adolescentes para descobrir o ser que levava o desassossego às noites. O Sherlock Holmes e seus comandados em ação incessante. Nada de resultado positivo. Esta a história (?) desenvolvida por Clauder Arcanjo que, como redator, introduzia-se no texto, explicava-se, dava palpites, assumia compromissos com o leitor. O prefeito de Licânia confessa estar em ponto de decretar calamidade pública. Até os negócios nos botecos caíram a níveis nunca vistos e as meretrizes decidiram por férias coletivas. O investigador contratado argumentava ter aprendido com grandes mestres da investigação que o segredo e a discrição são a alma do negócio. A descrição das ações é feita em minúcias. O romancista comparece: “o mundo dos fantasmas em Licânia se resumia a um único (e mísero) fantasma; e permanecerá enfiado nas brumas do mistério. Deixo para a posteridade este cadinho de enigma”. Quem quiser participar deve recorrer ao romance.

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