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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: 30 de agosto. Hoje, M. Claros tem novo encontro com o dever de gratidão. Chega aos 90 anos, jovem, alegre, sempre disposta e alerta, a Irmã Guido, do Colégio Imaculada Conceição, da Congregação do Sagrado Coração de Maria. Embora Guido sugira nome brasileiro, a Irmã Guido é belga. Poucas pessoas em Montes Claros - pouquíssimas - a superam em identificação com a cultura à qual se entregou integralmente ainda por volta dos 20 anos. Deixou a Belgica e veio para o Brasil aí pelos anos 50, ou pouco antes. Jamais teve sotaque, e qualquer interlocutor terá dificuldades em identificar na sua fala escorreita uma belga, alguém que trocou um dos países mais civilizados e atualizados do mundo por uma nação emergente, silvestre flor do sertão (´Sempre Viva´) das Américas; ermo, remoto lugar periférico do planeta. Veio da Bélgica, como padres e freiras, na dobra do século XX. A ajuda franca que prestaram à cidade - que à época tinha 20 mil habitantes, ou 3 mil, como nos dias das irmãs Odília, Beata e Canuta - a ajuda que trouxeram sem nada pedir torna a Bélgica nossa segunda irremovível pátria. Muitos de nós amamos a Bélgica como nossa terra genuína, graças aos padres e freiras que a predicação cristã enviou nesta direção. Uma legião deles: Beata, Canuta, Odília, Francisco Morreau, Amando, Estanislau, Pedro, Ciardo, Malvina, Chantal, Irene, Verla, tantos, tantas. (E sempre haverá um nome a ser acrescentado aqui). É preciso lembrar que a alta cultura belga (que acumula 11 prêmios Nobel, e que se opôs vigorosamente a Hitler) junto com padres e freiras nos enviou o que temos de mais precioso e nobre. Vale citar: a escola, o teatro, o jornal e, acima de tudo, princípios e valores; Fé - no que a palavra tem de superior, sem dogmatismos. Pois bem. Hoje, a gratidão de Montes Claros vai se re-unir em torno de Irmã Guido, para retribuição, pálida, comovida, permanente. E onde cabe um pedido: fica, segue conosco pelos próximos 90 anos. (´Senhor, já é tarde. Fica conosco´). Então, nosso olhar, agradecido, deve voar sobre o oceano e pousar em Berlaar, perto de Antuérpia, no minúsculo cemitério canônico que guarda as relíquias de abnegadas almas que se entregaram a nós, numa lista principiada pela Irmã Malvina. Se, como acreditamos, a Vida não cessa, há festa, hoje, no Céu e na Terra. (Na foto, duas das primeiras freiras belgas que chegaram a M. Claros, pouco depois da estreia, do dealbar dos anos 1900)

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