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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Uma voz ao longe Manoel Hygino Para os que residem em Belo Horizonte, um bom dia especialmente para meditar. É dedicado à Assunção de Nossa Senhora, embora não poucos aproveitam o ensejo para encerrar a semana, no que passou ser apelidado de Feriadão, a que os brasileiros são tão afoitos. Pois eu me valho de mensagem enviada em 17 de outubro de 2018, via e-mail, assinada pelo jornalista e escritor Emanuel Medeiros Vieira. Falecido em 29 do mês passado, natural de Santa Catarina e formado em Direito, começou a escrever aos 14 anos, lançando mais de 25 obras, na maioria romances (“Olhos azuis; ao sul do efêmero”); vencedor de prêmio da União Brasileira de Escritores, chegou a ser indicado pela Writers and Artists Association ao Nobel. Não participo de sua ideologia política, mas não posso deixar de elogiar sua produção literária e sua lhana conduta com os colegas de profissão. Preso pela ditadura, sofreu muito e, ao final da vida, foi vítima de um câncer de próstata. Na data referida inicialmente, mandou-me mensagem: “sem confetes, tua coluna é um verdadeiro roteiro humanístico e como estamos precisando desse tipo de postura nestes tempos! Vá em frente. És a voz de muitos que não têm voz! Meus cumprimentos!”. Escreveu-me: o que é verdade? Essa pergunta também foi feita a Jesus, durante o seu “julgamento”. A realidade é difícil? Os fatos são dolorosos? Então, muda-se o conceito e abandona-se a verdade. Num exemplo muito prosaico, “vendedores” viram “consultores” – consultores de perfume e de tudo. É o reino do eufemismo! Onde prevalece a propaganda, o mercantilismo, cerveja virou algo intrinsecamente ligada às festas de São João, tão enraizadas no Nordeste. Forrozeiros autênticos são abandonados pelos “sertanejos universitários” – que praga! Já não basta a dupla sertaneja/goiana Joesley & Wesley, patrocinada pelo BNDES, Caixa Econômica e outras instituições dominadas pelo gangsterismo e pelo banditismo, que estão ou estavam no topo da República? Nosso mundo acelera com velocidade estonteante a informação (não a “formação”). Acelerar e aprofundar não são verbos semelhantes. Ou não? Dispersei-me. O adjetivo pós-verdade adquiriu importância e significância que transcende o vernáculo e a semiologia da geopolítica internacional. Como alguém observou, o facciosismo fascista e a intolerância desumana hiperbólica, associam-se à hipocrisia flagrante que renega a veracidade factual do viver. (...) O niilismo está na soleira da porta. A verdade é o que é – segue sendo verdade, ainda que pensemos o revés, disse A. Machado. Qual é a primeira vítima de, por exemplo, numa guerra? É a verdade. Um poeta espanhol disse que a verdade nunca é triste... A busca de fabulação pode anestesiar a nossa dor, mas não pode prevalecer – senão será roubada a nossa autenticidade. E eu só posso pedir que alguém acredite em mim, se previamente eu acreditar fundamente no que digo. Ludwig Wittgenstein, acima citado, foi um filósofo austríaco, naturalizado britânico. Participou do chamado “Círculo de Viena”, que contribuiu para a renovação da lógica na década de 20 do século passado. Ele é considerado um dos pais da “filosofia analítica”. Estudou com Bertrand Russel (1892-1970) entre 1912 e 1913.

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