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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Médicos e faculdades Manoel Hygino O Brasil é o oitavo maior mercado de saúde do mundo. Conta com 2,18 médicos para cada mil habitantes, formando o quarto maior país com população médica. Em outras palavras, somos uma população que carece ou precisa de assistência médico-hospitalar. Temos 6 mil hospitais e cerca de 2 milhões de enfermeiros, técnicos de enfermagem ou auxiliares, atendentes, ou o que o valha. Além disso, situamo-nos em 9º lugar no ranking de países com mais gastos em saúde, o que significa 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB). É um quadro de proporções gigantescas, principalmente se levarmos em consideração que esse mercado exige investimentos anuais de US$ 38 bilhões. Assusta-se, porque o negócio é em termos de dólares, num país em que há permanentes reclamações ou denúncias sobre a qualidade de atendimento à população pelo sistema ora vigente. Não se há de esquecer que o estabelecimento hospitalar que atende ao pobre é compelido a também servir aos privilegiados economicamente, ou pelo menos, os que detenham melhores condições socioeconômicas. É o caso, por exemplo, do candidato à presidência da República, obrigado a recorrer a uma Santa Casa, em 6 de setembro do ano passado, ao ser vítima de grave atentado em Juiz de Fora (Zona da Mata). Ainda bem que o hospital estava perfeitamente habilitado, técnica e profissionalmente. Não era da rede pública de saúde, mas estava habilitado a oferecer a assistência exigida naquelas circunstâncias. Atender à população é um fantástico desafio, mas um dever do Estado, inclusive no que tange ao problema dos médicos e sua qualidade técnica. Não formamos esses profissionais em número suficiente para suprir à demanda nem os que colam grau se sentem dispostos a se instalar em regiões distantes, que não contam com o instrumental necessário. Trata-se de drama, que a nação não conseguiu equacionar. Daí, o apelo aos médicos de outras nacionalidades, que têm, antes de tudo, de vencer a barreira da língua e se submeter às provas de revalidação de diplomas. Existiram aqui desde os governos petistas, os facultativos contratados com o governo de Cuba, mas o contrato esgotou. Esclareça-se: cerca de 8 mil profissionais cubanos, vieram ao Brasil para trabalhar no Mais Médicos. Em torno de 2 mil ficaram no país, muitos na esperança de serem readmitidos. Desses, cerca de 700 tiveram a situação regularizada, porque se casaram com brasileiros. O governo Jair Bolsonaro trabalha em alterações no programa Mais Médicos, que deve contemplar a reincorporação de profissionais da ilha. Eles foram desligados no fim de 2018, após críticas de Bolsonaro à sua qualificação. O governo quer editar até agosto uma medida provisória com as pretendidas mudanças, conforme noticiado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Pelo plano, cubanos que já atuaram no Mais Médicos voltariam à atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS) por dois anos e, terminado esse prazo, precisariam passar por revalidação do diploma. Começa tudo de novo. Mas o programa tem que dar certo, com urgência. A população não pode esperar indefinidamente assistência. No Hospital das Clínicas da UFMG, leitos estão fechados por falta de pessoal. Não se pode esquecer que há respeitáveis instituições interessadas em implantar faculdades, que podem suprir a demanda, formando médicos com capacidade profissional e consciência de suas obrigações com a sociedade e com o homem. As faculdades não podem ser meras fornecedoras de diplomas.

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