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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Porque maio chegou Manoel Hygino O calendário social e religioso do interior brasileiro fixou o quinto mês do ano para as coroações, que marcaram intensamente gerações. Mas ainda outros fatos relevantes distinguem maio para os aqui nascidos, sem que sequer o saibam. Nele, por exemplo, nasceu em Beja, Portugal, no dia 2, em 1458, a menina que recebeu o nome de Leonor, muito usado pela alta nobreza lusitana. Pois esta Leonor era bisneta de dom João I, de Portugal, e de dom Felipe de Lancastre, da Inglaterra. Como era comum, então, nos palácios, casou cedo, aos 14 anos incompletos, com dom João II, tendo um único filho, Afonso, que – parece seguindo uma destinação histórica – também cedo faleceu, em um desastre, aos 16 anos. Mesmo rodeada pelo luxo e bisbilhotices da corte, Leonor cumpriu papel de alta relevância para Portugal, iniciando em 1498 o primeiro grande Hospital de Caldas e o mais antigo hospital termal do mundo, projeto avançado de assistência, além da Misericórdia de Lisboa, ponto de partida de notável obra disseminada em todo o mundo luso. Uma delas, a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte que, neste 21 de maio, comemora 120 anos consolidada não só como centro de tratamento, mas o maior complexo assistencial filantrópico de Minas Gerais e um dos três maiores do Brasil, admirável núcleo de ensino e pesquisa. Neste maio, enquanto se regozija aqui pelo trabalho que se mantém vivo por tantas décadas, um diretor da instituição, convidada especialmente, a representa em Macau, na China, a que chegaram as naus lusas, instalando ali também uma Santa Casa, que ora comemora 450 anos de excelentes serviços à comunidade. Gloriosa Leonor, que não legou herdeiros, mas sim o patrimônio de solidariedade e amor que divide, todos os dias, todos os meses, todos os anos, pelos cinco continentes, nas pequenas cidades e em núcleos populacionais de expressão e grandeza. Neste 21 de maio, na antiga Maternidade Hilda Brandão, na SCMBH, será lançado um livro sobre os 120 anos de vida e trabalho da instituição. A publicação é mais do que uma síntese do que foi e é a Santa Casa, aqui nascida em 1899, encerrando um século e milênio do calendário. A publicação agora lançada é mais do que a simples história da Santa Casa, pois corresponde a uma síntese do processo de desenvolvimento da primeira cidade do Brasil construída para sede de governo estadual. Estas páginas retratam 120 anos de dedicação à causa de servir aos que sofrem e precisam de solidariedade e apoio. Os sacrifícios e o desvelo de quantos estiveram à frente dos destinos da instituição bem como de seus corpos assistenciais e auxiliares, sobremodo dignos e devem ser utilizados para acompanhar tão extenso tempo de atuação aos que, nos séculos passados e no atual, ainda precisam de recorrer à ajuda de suas comunidades para sobreviver e dar fim a suas doenças. Quantos se dedicaram desde o princípio a ajudar seus irmãos em dores? Quantos milhões foram atendidos nestas doze dezenas de anos em esforços em benefícios de nossos irmãos, brasileiros ou não, homens e mulheres, adultos e crianças? Esta vale uma prestação de contas começada em 21 de maio de 1899 e que abrange um tempo sem fim, porque as necessidades e imposições humanas não têm limite.

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