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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O homem e a mídia Manoel Hygino Quer se queira, ainda que não se queira, os jornais têm uma história e um papel importantíssimo para a humanidade. A despeito de sua idade, eles são a síntese da vida dos povos modernos, desde que surgiram os tipos. Depois, apareceu um novo tempo, o dos instrumentos eletrônicos de comunicação, a mídia – como denominados comumente. Eles representam a nova crônica, um novo tempo e ajudam a definir o futuro das pessoas, das nações e dos povos. Mas o jornal, a despeito da concorrência, não morreu. Resiste. Em novembro de 2018, completou cem anos a “Gazeta do Norte”, fundada em minha cidade natal por José Tomás de Oliveira, advogado procedente do Nordeste, que se transferiu a Montes Claros, onde constituiu família, gerou filhos e se dedicou à imprensa. Um dos filhos, Jair, continuou , manteve a folha. A Gazeta teve precioso papel no desenvolvimento social e político da cidade e da região. O correr dos dias se encarregou de revelar sua importância. Enquanto existiu, abrigou não poucos jovens e, em suas páginas, expôs opiniões sobre episódios e acontecimentos marcantes na vida municipal, estadual e nacional. Quando Gandhi foi assassinado na Índia, um rapazelho se indignou e decidiu redigir um texto, que mereceu publicação. O meninote se entusiasmou e continuou e, em seguida, ousou chegar às redações de Belo Horizonte, depois do Rio de Janeiro – capital da República, dirigiu sucursal da maior revista editada no Brasil, foi diretor e presidente de organização jornalística. Mas o semanário de José Tomás e de Jair Oliveira cumpriu sua missão, e por múltiplas razões, encerrou de vez sua circulação. Sic transit gloria mundi. Décio Gonçalves Queiroz, entrou em cena, nos anos 60, com “O Diário de Montes Claros”, em uma cidade com 100 mil habitantes, que também assistiu ao lançamento de “O Jornal de Montes Claros”, de Oswaldo Antunes, egresso de “O Diário” de Belo Horizonte. Dois periódicos, com expressiva tiragem, que caracterizavam uma época nova e progressista para sua gente, não mais a aldeia provinciana e doce, embora a fama brava, como observou o também jornalista Paulo Narciso, bem sucedido na imprensa da capital e que voltara à terra natal. Os três jornais não mais circulam, seus fundadores e proprietários já se foram, Décio em novembro, e, com dor e respeito, faço o tríplice registro. Algumas folhas encerraram atividades, mas a obra que construíram está em nosso espírito e coração. Em outras palavras, não morrem propriamente. A história de cada um – jornal, e de seus fundadores e dirigentes – perdurará muito, porque é como diz Paulinho Narciso: as produções do espírito não se inclinam à lei da morte, e persistem e prosseguem, duram, porque destinados a uma instância superior da vida evanescente.

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