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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Surge português na Ásia Manoel Hygino O Sri Lanka se encontra ainda sob efeitos traumáticos dos atentados do fim de abril. Os mortos contados e o número de feridos nos hospitais era superior a 300. A nação tem 21 milhões de habitantes, dos quais os católicos perfazem 1,2 milhão, cerca de 7% da população. Os budistas são 70%, os hinduístas 12% e muçulmanos 10%. A coexistência religiosa está em jogo. Os principais alvos dos criminosos foram quatro hotéis e três igrejas. O Estado Islâmico reivindicou o ataque. O Sri Lanka é uma das grandes atrações para turista em toda a região, por suas praias idílicas e belezas naturais. Pablo Neruda, o grande poeta chileno, Prêmio Nobel, que por lá passou, pela terceira década do século passado, comentou: “em Colombo, não se notava aparentemente nenhum sintoma revolucionário. Tudo estava oculto numa tranquilidade opressiva. O país produzia para os ingleses o chá mais fino do mundo”. E Colombo era a capital do país como hoje. Durante a guerra colonial, os holandeses da África do Sul ali foram confinados, quando ainda Ceilão. Neruda lentamente foi conhecendo a ilha. Junto a uma porta humilde, certa noite, surpreendeu-se com a emanação do aroma inconfundível do país; uma mistura de jasmins, azeite de coco, frangipana e magnólia. Confesso que “sentia-se embriagado pelo enigma de um sentimento indecifrável, de um ritmo que saía de toda a terra, uma terra sonora, envolta em sombra e aroma. Percebeu que os colonizadores ingleses desconheceram a música nativa, um distanciamento que nunca teve fim. “E significou um alheamento, um desconhecimento total dos valores e da vida daquela gente”. No entanto, se os ingleses tinham muito a ver, não viam ou faziam pouco, como a caçada de elefantes. Os enormes animais tinham procriado demais e danificavam as plantações. Preparavam-se meios de afastá-los, cercando-os junto a um rio de um lado, e de fogo, fogueiras e tantãs de outro, impelindo-os a um recanto da selva. Fazia-os andar até determinado ponto, em que não poderiam escapar ao cerco. Uma aventura perigosa, mas a que os animais não resistiam. Presos pela pata traseira com cordas grossas a vigorosas árvores, reagiam muito tempo e jejuavam coagidos. Alimentados apenas com brotos e grelos dos arbustos prediletos, e, depois de muito sacrifício, eles começavam a comer e já se podia dizer que estavam aptos, ao trabalho como os demais. Isto é, domesticados. Com o ser humano, tudo é mais difícil. Daí, o que aconteceu com determinadas regiões submetidas aos europeus. Os graves e dolorosos acontecimentos de abril de 2019, no Sri Lanka, o demonstram à suficiência. O que pouco se comenta, nos dias dolorosos de hoje, é que os portugueses passaram por aquela região. Antes dos holandeses e dos britânicos, os ibéricos lusos lá estiveram com a conquista do Reino do Jafanapatão, entre 1505 a 1658. Pelo que se depreende, e se confirma, os portugueses estavam altamente interessados àquela altura em tomar uma boa parte do mundo. O Ceilão Português era um território no atual Sri Lanka, o que representa um período expressivo de sua história. Os portugueses encontraram primeiramente o Reino de Kotte, com quem assinaram um tratado. O Ceilão Português foi estabelecido através da ocupação de Kotte e a conquista de reinos circundantes. Em 1665, a capital do Ceilão Português foi transferida de Kotte para Colombo, onde está até hoje. A introdução do cristianismo provocou atritos com o povo cingalês, mas permaneceu até hoje custando muitas vidas. E almas.

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