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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A última carta de García Manoel Hygino As acusações eram de corrupção e, assim, o ex-presidente do Peru, Alan García, matou-se com um tiro na cabeça, em Lima, na quarta-feira, 17 de abril, não se conformando com a prisão a que seria submetido. A ordem judicial autorizava sua detenção sob argumento de ter recebido 100 mil dólares da Construtora Odebrecht, pagos como participação em uma conferência em São Paulo, em 2012. Em dezembro de 2018, o Uruguai rejeitara o pedido de asilo que lhe fora formulado, buscando proteção no consulado em Lima, após retido seu passaporte na investigação sobre propinas da empreiteira brasileira. Para o chefe do governo uruguaio, Tabaré Vásquez, não havia provas que sustentassem a alegação de que García era perseguido político. É desolador o amplo noticiário da imprensa internacional sobre o caso especificamente e tantos outros lembrados na ocasião. São tantos que a memória não consegue retê-los como conveniente. E mais alerta verificar que uma grande empresa do Brasil foi uma das patrocinadoras do descalabro. Ela própria reconheceu, em acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ter pago acima de US$ 800 milhões em países latino-americanos em propinas para se beneficiar com grandes obras de infraestrutura. Eis um recorte de jornal: “No Peru, a empresa disse que pagou US$ 29 milhões entre 2005 e 2014. O caso atingiu também os ex-presidentes peruanos Alejandro Toledo (2001-20016), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), todos sob investigação da promotoria.” Quando ainda se analisava o suicídio de García, a mídia, no dia 19, informava que um tribunal peruano ordenara a prisão preventiva do ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, com mais de 80 anos, já internado em uma clínica por causa de problemas cardíacos, preponderantemente resultantes das investigações a que se submetia por suposta lavagem de dinheiro da Odebrecht. Será que essa gente se julgava dona do mundo, da consciência das pessoas e do Poder Judiciário de todas as nações do hemisfério sul-americano? São perguntas que só os envolvidos poderão responder e os povos cujos mandatários estão sendo presos gostariam de saber. Como Vargas, que se matou no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, mas com um tiro no coração, Alan García escreveu uma última mensagem. Foi peremptório: “não houve, nem haverá contas, nem subornos, nem riqueza.” “Vi outros desfilarem algemados resguardando sua miserável existência, mas Alan García não tem por que sofrer essas injustiças e circos.” Adiante, como se lera a carta-testamento de Getúlio, García acrescentou: “Cumprido meu dever na política e nas obras realizadas a favor do povo, alcançadas as metas que outros povos ou governos não conseguiram, não tenho porque aceitar vexames”, escreveu numa parte da carta. “deixo para meus filhos a dignidade das minhas decisões, a meus companheiros um sinal de orgulho e meu cadáver como uma mostra do meu desprezo por meus adversários, porque já cumpri a missão a que me impus”. O presidente suicida estivera à frente dos destinos de sua pátria em dois períodos, 1985-1990 e 2006-2011.

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