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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: As Letras por aí Manoel Hygino O mundo em papel não para de rodar. É assim mesmo. Faz parte do todo. Enquanto escrevemos, o planeta gira e os acontecimentos mais graves se registram. Estrangeiros fugindo de perseguições desembarcam nesta terra que tem novo governo, mas milhares dos nossos escapam, buscando melhor sorte lá longe. Mia Couto, o conceituado autor da costa Leste da África, viajou para Belo Horizonte para encontro com seus leitores e com os de Guimarães Rosa, em programada noite dedicada a “Grande Sertão: Veredas”, não o seu livro favorito, ora recebendo edição nova. Rosa ganharia nova idade, tornando-se centenário em 2008, mas ganhou bilhete para a viagem sem volta. O autor de Cordisburgo, de passagem terrena cheia de malabarismos, retratados em sua apropria produção literária, serviu à diplomacia brasileira, depois de servir à polícia mineira. Andando aí pela terra sertaneja, assimilou costumes e personagens e saiu contando suas coisas e causos, enquanto as filhas cuidavam do patrimônio. Deu até briga na Justiça, enfrentando o escritor goiano Alaor Barbosa, que militou com sucesso na imprensa escrita; não tinha medo. Enfim, é nascido em Morrinhos, tem certas características de Cordisburgo, com sua imensa e belíssima gruta que Deus largou em Maquiné para alegria dos homens. Por antecipação divina, talvez, Mia Couto também deixou Moçambique quando um terrível ciclone fazia seu ensaio sinistro, largando milhares de casebres destruídos, centenas de vítimas fatais, muitos estropiados, falta de medicamentos e alimentos, de médicos. Daí, os bombeiros que atuavam na localização de corpos e restos sobrados do caos em Brumadinho voarem para o Leste da África para ajudar no possível. Nessa hora, não consta surgimento de interessados em negócios de petróleo, inclusive o Brasil, para a mãozinha salvadora. Negócio é negócio, amores à parte. Mia veio para cá, porque não é técnico em salvamentos humanos ou em recuperação de habitações. Mas não é só. Simultaneamente quase, o autor mineiro Ronaldo Cagiano, nascido na gloriosa Cataguases, sentiu o ânimo e a paciência esgotados, depois de aposentar-se. Habitando a maior cidade do hemisfério Sul, foi sequestrado com a esposa, ameaçados de morte. Percebendo chegada a hora, juntou as roupas, tomou o avião de carreira e desembarcou em Lisboa. Estaria bem perto dos fundadores da terra brasílica, longe dos eficientes bandos de ladroagem. No mês de fevereiro, juntou-se às equipes que montavam as “Fronteiras Literárias”, na capital lusa. E tinha razão. Ligou-se a escritores brasileiros residentes no exterior que organizavam o projeto. Sobressaíram as escritoras Andrea Zamorano e a idealizadora da proposta, Else Vieira, professora de literatura brasileira no Queen Mary, de Londres. A temática predominante era a extraterritoriedade e a literatura diaspórica, que ganha espaço mundo afora. Porque aqui estava difícil. Enfim, algo notável: um Encontro Mundial de Escritores Brasileiros no Exterior, com organização da Fundação José Saramago. Bem longe do país que ostenta a segunda maior carga tributária da América Latina, se puseram em ação e lograram sucesso. Uma pena que não fosse, aqui e agora!

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