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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A mão forte de Francisco Manoel Hygino No Vaticano, convocada pelo papa Francisco, realizou-se, no passado fim de semana, a reunião de 190 representantes do alto clero de todo o mundo para discutir o tema (e o problema) “A proteção de menores na Igreja”. Por aquela época, bem próxima, o papa tomou outra atitude enérgica. Ele, que não titubeia diante de cardeais, expulsou um sacerdote goiano, de 45 anos, suspeito de abuso sexual contra ex-freiras e ex-noviças, perdendo o padre o status clerical. Significa que o padre, ou ex, ordenado há 19 anos, deixou de ser sacerdote, na punição mais grave que a Igreja Católica pode impor a um clérigo. A expulsão é o desfecho de investigação canônica contra o religioso, que, após passar por muitas dioceses no Brasil, atualmente responde ao bispo de Ciudad del Este, no Paraguai. Citado como molestador de pelo menos 11 mulheres, ele fora afastado temporariamente. Agora, a decisão é definitiva. Francisco, aliás, afirmou na histórica e recente abertura da cúpula do Vaticano: o “povo de Deus” espera “medidas concretas” contra a pedofilia. Para o pontífice, pedofilia não pode existir. Há uma aproximação de datas. Veja: Em um fevereiro não muito remoto, registrou-se o anúncio da renúncia de Bento XVI ao comando da Igreja Católica. Seu ato se tornou conhecido do mundo em pleno dia 28, em 2013, quando ele surpreendeu a cristandade. Uma sombra pairou sobre o trono de Pedro. Bento XVI foi o quarto pontífice a renunciar, antecedido por Gregório XII, em 1415. A renúncia não invalida os fundamentos e muito menos o que pregou Jesus de Nazaré, provocando, porém, um estremecimento talvez como da barragem da Vale, de 25 de janeiro em Brumadinho. Mas as posições de Francisco são inabaláveis, a despeito de tudo. Convém trazer do passado o que aconteceu com Bento XVI. Ele teria alegado problemas de saúde e desacordo com condutas sociais, como casamento entre pessoas do mesmo sexo e a necessidade de esses casais adotarem filhos, mas a realidade é outra, como se depreende dos murmúrios nos corredores da Santa Sé. Aliás, isso acontece há décadas, centênios, não há novidade. Vale a pena repetir: uma coisa é a religião católica, outra o Vaticano, que é um Estado e, como tal, tem suas mazelas, seus subterrâneos, suas podridões, como sublinhou o jornalista Oscar Andrades, em seu blog. No caso imediatamente precedente, seria o envolvimento do Vaticano no submundo do crime em operações financeiras. No caso mais recente, em que Francisco aparece aparentemente lançando chamas contra os abusadores sexuais é outro episódio. De todo modo há crime, com o que a Igreja não concorda e contra ambos Francisco se levanta com todo vigor e rigor, ainda, com autoridade da Igreja. Confessou a plenos pulmões: “Me traz à mente a cruel prática religiosa, difundida no passado em algumas culturas, de oferecer seres humanos – frequentemente crianças – como sacrifício nos rituais pagãos. Gostaria de reafirmar com clareza: se na Igreja for descoberto um só caso de abuso – que em si mesmo já representa uma monstruosidade, o abusador é um instrumento de Satanás, e a Igreja está diante de uma manifestação do mal”.

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