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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Não à clandestinidade Manoel Hygino Passado o tão angustiosamente esperado jogo entre as seleções do Brasil e da Bélgica, só nos resta voltar a conviver (se é que interrompemos) o cotidiano brasileiro, com todas as suas dúvidas e inquietação. Não há outro jeito, se bem que, dos dias passados, ficasse a marcação cerrada da imprensa, principalmente da Inglaterra, sobre Neymar, o nome mais visado da equipe verde-amarela. Os jornalistas do Reino Unido – por sinal não tão unido como antes e como talvez desejariam – ironizavam o “player”, julgando sua atuação com a camisa 10 de “constrangedora e falsária”. Foi ridicularizado por seu mergulho extravagante contra o México, exagerando e tentando enganar os árbitros. Para o “Daily Mail”, ele “fez mais cortes de cabelo do que gols”, apresentando-se três visuais diferentes desde o início da Copa. Agora a imprensa de todas as capitais noticia o ressurgimento, com vigor, do transporte ilegal para a população da região metropolitana e cidades próximas, embora as mais distantes permaneçam como dantes. Veículos foram recolhidos em Belo Horizonte, em dias recentes e condutores multados, mas o problema não sofreu solução de continuidade. Em maio de 2014, Reinaldo Azevedo, na “Folha de S. Paulo”, já advertia para o caso de um deputado estadual surpreendido em reunião na sede da paulistana Transooper, cooperativa de vans e micro-ônibus, de que era presidente de honra, em companhia de 13 pessoas, que, segundo a polícia, eram ligados ao PCC. Um assaltante de banco foragido participava. Ainda, segundo as autoridades policiais, o encontro tinha também o objetivo de planejar novos incêndios contra coletivos na capital bandeirante. Os veículos lá atacados, e muitas vezes destruídos, pertenciam invariavelmente a empresas privadas e não a tais cooperativas. Não há um só jornalista ou um só político de São Paulo que ignore o fato de que o PCC se imiscuiu na área de transportes por meio de cooperativas. Em 2006, foi preso um sujeito chamado Luiz Carlos Efigênio Pacheco, então presidente da Cooper-Pam. Conhecido como “Pandora”, o homem foi acusado de financiar uma tentativa de resgate de presos de uma cadeia de Santo André. Ele negou ligação com o crime organizado, mas disse que, por ordem do então secretário de Transportes da gestão Marta Suplicy, levou para sua cooperativa integrantes do PCC. O chefão petista repeliu as acusações. “Só não pode repelir a sua óbvia proximidade com as ditas cooperativas e o incentivo que deu, ao longo de sua carreira, a essa, vá lá, “modalidade de transporte”. Será que em Belo Horizonte o fato se repete? Mesmo que não seja assim, compete às autoridades fazer o que fazem, combatendo a clandestinidade e a morte nas ruas e estradas, que pode recrudescer com a nova avalanche de perueiros ou que outro nome se lhes queira dar.

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