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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A imortalidade Para tornar-se imortal, Zeus ao nascer pediu a Hermes que o levasse para junto do seio de Hera, quando esta dormia, e o fizesse mamar. A imortalidade, assim, depende de um ato ou de um fato, Em uma sucessão rápida e cambiante de impressões sobre um número finito de pessoas, sou levado a lembrar de que a imortalidade se faz presente, não pela visão do ser, mas pela memória de uma existência, que deixou marcas particularizantes. São imortais os humanos que mamaram nos seios de Atena, a deusa grega da sabedoria. Não é necessário que se tenha conhecido o ente animado pela existência física, suficiente a leitura de suas obras, a visão do conjunto de sua arte, a análise da correção de sua existência. Não precisamos descer ao Inferno de Dante, na companhia de Virgílio, representante maior da sabedoria humana, para de lá subirmos ao Paraíso em estado de perfeição. A perfeição é atributo dos deuses, não dos homens. O poeta florentino buscou a sua autorrealização obediente aos conceitos de sua época, firmado no convencimento da existência de vida além da morte, em presença da imortalidade. Se admitida a criação divina do homem, feito à imagem e semelhança do Criador, o ser humano foi concebido imortal. Os gregos foram mais objetivos. Eles criaram os deuses à sua forma e similitude, habitando o Monte Olimpo, aqui mesmo na Terra, e deram a eles os sentimentos humanos, dotados da faculdade de conhecer, perceber e apreciar, com disposições afetivas em relação à vida terrena. Por terem convivido com os sentimentos e a força criativa dos deuses do Olimpo, que com os homens ainda se misturam transmitindo valores em um plano superior, alguns se tornam análogos às divindades do classicismo greco-romanas. São os humanamente imortais. A ideia da imortalidade, como uma busca desesperadora, está presente no ser humano, por ser ele o único animal da face da Terra a ter certeza de que nasceu, está vivendo e morrerá um dia. Mas, sem a certeza da morte, os humanos não teriam prazer pela vida. Imagine-se, como na história de Gregory Widen no filme “Highlander – O guerreiro imortal”, atravessando os tempos, assistindo à evolução da humanidade e percorrendo o caminho trilhado por Connor MacLeod, nascido há mais de 400 anos nas colinas da Escócia! O excêntrico argelino Jean Richepin estava certo ao asseverar que “se fosse imortal inventaria a morte para encontrar algum prazer na vida” e o rei Salomão, por inspiração da pomba Butimar, com sabedoria, escusou-se de beber o vinho da imortalidade, para não ser o mais infortunado dos homens. No entanto, a procura da imortalidade está presente na consciência do homem e muitos a alcançam através de suas realizações terrenas. O próprio rei Salomão tornou-se imortal na lembrança dos homens. O filósofo inglês John Harris, professor do Instituto de Medicina, Direito e Bioética da Universidade de Manchester, durante o VI Congresso Mundial de Bioética, que ocorreu em São Paulo, afirmou que “estamos no limiar de uma era na qual, potencialmente, poderíamos criar imortais”. Declarou ele que “embora a ciência ainda esteja longe de poder cumprir essa promessa, as pesquisas em busca de novos tratamentos para doenças letais - que podem não apenas adiar a morte, como também, a longo prazo, estender a vida por muito tempo - avançam rapidamente. Por isso, questões aparentemente futuristas devem ser debatidas”. Independente do esforço da ciência, a imortalidade de alguns seres humanos já existe há muitos e muitos anos. Sem amparo da ciência, com os nomes gravados na memória coletiva e estribados no que fizeram, são imortais por terem aprendido a dar essência às palavras.

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