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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Mário Genival Tourinho Petrônio Braz Observa Huberto Rohden que “o Universo seria incompleto sem o homem. Faltaria o fator autodeterminante, para completar os fatos alo-determinados, extra-hominais. No homem converge a pirâmide cósmica num ápice culminante”. O primeiro homem veio de uma evolução imperfeita para o perfeito. Sendo o homem a essência do Universo, essa busca da perfectibilidade nele está presente desde toda a eternidade. Está presente na potencialidade evolutiva e se apresenta mais evidente em pessoas privilegiadas. Os filósofos gregos, especialmente Sócrates, inquiriram sobre o homem, na busca da compreensão do móvel de suas ações. A filosofia colocou o homem no centro de suas discussões, tornando-se uma forma de entendimento da própria vida. Não precisamos, todavia, do socorro da filosofia para definir Mário Genival Tourinho, sua função social, sua natureza e até mesmo o seu destino. Genival Tourinho é um homem, como são todos os homens. Um homo sapiens, no sentido mais elevado da classificação antropológica. Homem econômico, se ficarmos com Marx, homem instintivo se preferirmos Freud, homem problemático se adotarmos Marcel. Um ser racional e um ser político. Todo ser humano tem uma trajetória, que se define desde o nascimento. Conheci Genival Tourinho no internato do Instituto Padre Machado, em Belo Horizonte, há algumas dezenas de anos, melhor não dizer quantas, mas foi nos embates da vida pública que nos conhecemos melhor, por comungarmos os mesmos ideais. Para falar dele ou sobre ele bastaria o uso da memória, que é vida real. Mas foi necessário escrever para lembrar, pois o esquecimento, como afirmou Drummond, ainda é memória. Todavia, não foi necessário o apelo a Marcel Proust para a busca do tempo perdido. Mesmo a distância, sempre estivemos unidos pela força de um ideal maior: A liberdade e a busca da Justiça. Nosso apego, o apego de Minas à liberdade nos foi legado pelos conjurados do São Francisco, pelos inconfidentes de Vila Rica, pelos indígenas que habitavam nossas montanhas, nossos cerrados e as margens de nossos rios, e lutaram contra o forasteiro invasor ou, quem sabe, pela revolta da própria terra, que se extrai da poesia de Pablo Neruda. Genival Tourinho é um mineiro que se destacou na tribuna pública do Congresso Nacional, onde revelou a sua personalidade pelas vertentes maiores da coragem e da independência. A coragem, como entendida por Napoleão Bonaparte, não se pode simular; é uma virtude que escapa à hipocrisia. Como mineiro, teve ele, na sua mais autêntica expressão, uma dimensão eminentemente ética e desassombrada. Ele redimensionou os conceitos partidários definindo o seu comportamento por valores pessoais, sempre agindo “sans peur et sans reproche”. Embora tenha sido autêntico representante da política mineira, Genival Tourinho não se limitou a agir no silêncio dos gabinetes. Revelou-se na tribuna, impulsionado pela pujança de seu temperamento e pelo seu espírito audacioso, em um dos momentos mais difíceis da vida brasileira, anos intranquilos e turbulentos do chamado Período Revolucionário. Em uma análise mais genérica temos que ver o advogado, o político, o deputado, o administrador do IPSEMG, o Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. A sua trajetória começa com o advogado e está com o advogado, depois de passar por tantos outros Genivais. Pelo desempenho de suas atividades, pela força de sua mineiridade, está relacionado entre os nomes de maior expressão deste País. Não do Brasil de tanta corrupção, mas do Brasil de Afonso Augusto Moreira Pena, Crispim Jacques Bias Fortes, David Campista, Afrânio de Melo Franco, Pandiá Calógeras, Olegário Maciel, Bernardo Monteiro, Artur da Silva Bernardes, Camilo Pinheiro Prates, Juscelino Kubitschek, José Maria Alkmim, Magalhães Pinto, Tancredo Neves e outros tantos de igual valor, que fizeram o Estado de Minas Gerais respeitado no cenário nacional.

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