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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O impasse na fronteira Manoel Hygino Nos Estados Unidos, o superastro Donald Trump insiste, em meio a problemas internacionais muito sérios, em construir um muro para separar a nação do Norte do México, fazendo de conta ignorar de onde vieram extensas regiões para formar o território de Tio Sam. Na parte de baixo do continente, o Brasil enfrenta incessantemente ingresso de venezuelanos através de Roraima, que já se sente prejudicado por milhares de pessoas que se viram obrigadas a fugir da falta de liberdade e de alimentação em sua pátria. A governadora do Estado, Suely Campos, para tentar pelo menos amenizar a situação, entrou com ação no Supremo Tribunal Federal pedindo que o governo feche temporariamente a fronteira. Explica-se: “é preciso resolver os impactos da migração e proteger o povo de Roraima”. A chefe do Executivo tem lá suas razões, que não são as de Trump com relação ao país vizinho. Diante dos 500 a 700 hermanos da Venezuela, que passam diariamente por seu limite territorial, Suely argumenta: “O Estado já está sobrecarregado. Como é o menor Estado da Federação, com 520 mil habitantes, temos acréscimo de 10% da nossa população. O desequilíbrio social e econômico que essa forte migração está causando em nosso Estado não foi previsto em nenhum tratado internacional”. O presidente da República já esteve por lá e prometeu medidas em caráter de urgência para reduzir o impasse, antes que se torne inviável uma solução. Como a responsabilidade sobre a guarda das fronteiras é da União, a governadora declara que “o que é feito não atende aos anseios de que o Estado precisa”. Alerta, ainda, para quadro da assistência aos venezuelanos, já que “nos hospitais aumentou a demanda acima de 2.000%. Estamos vivendo epidemia de sarampo. A fronteira precisa ser fechada até que esses problemas sejam contornados”. Para a ONG denominada Conectas, que acompanha de perto a situação, a solicitação é de “disparate”. Disse Camila Assano, de mencionada organização: “é uma iniciativa que vai na contramão dos que se empenham para encontrar uma solução satisfatória para o fluxo migratório. Não leva em consideração nem mesmo a dimensão geográfica da fronteira com a Venezuela, que é seca e extensa. Além disso, é uma medida que, se implantada, seria desumana, pois aumentaria o sofrimento e estimularia o ingresso informal, já que, hoje, os venezuelanos que buscam auxílio procuram o posto da Polícia Federal na fronteira, permitindo ao poder público ter controle sobre a situação”. Dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) apontam que os venezuelanos são maioria entre os estrangeiros que pedem refúgio ao Brasil. Dos mais de 86 mil pedidos de reconhecimento de refúgio em análise, um terço, ou seja, cerca de 28 mil solicitações, é de venezuelanos. Cuidemos, nós, do problema, porque Caracas não está nem aí. Tenta salvar-se Maduro, em meio ao clima que criou para si desde que sucedeu a Chávez, sem meios e modos de tirar a nação do caos. E, evidentemente, é proibido contestar ou protestar: o opositor Leopoldo Gómez foi condenado a 14 anos de prisão por “incitar a violência” em manifestações de rua, em 2014. A promotora-geral que cuidou do caso foi exilada. De longe, denunciou a fraude judicial de que foi obrigada a participar.

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