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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Os cem anos da Revolução Manoel Hygino Há pouco, realizou-se a eleição presidencial na Rússia e Vladimir Putin superou os 69% das intenções de voto, de acordo com o último levantamento oficial autorizado antes da votação. O candidato comunista Pavel Grudnin alcançaria de 7% a 8%; o ultranacionalista Vladimir Zhirnovsky, de 5% a 6%; a jornalista liberal Xenia Sobchak, entre 1% e 2%; e o liberal Gregori Yalinski e o nacionalista Sergei Baburin, idem. O pleito não despertou interesse maior dos partidos comunistas do mundo e de seus ainda adeptos ou simpatizantes. Transcorrido um século do início da Revolução Russa, o interesse entre os defensores das ideias de Marx e de Lenin e do conflito não se mostram muito atentos, pelo menos aparentemente. A Revolução, que durou três anos e pôs fim à monarquia de Nicolau II, deixou um saldo de seis milhões de mortos, vítimas de massacres, fome e epidemia. Calcula-se que 1,5 milhão de russos abandonaram o país durante o período, que culminou com a assunção no poder dos bolcheviques. A história da Rússia, desde seus primórdios remotos até hoje, e a mais fascinante que há, segundo o professor Falcionelli, da Universidade de Mendoza, na Argentina, eu concordo plenamente. Alan Moorehead, autor inglês, em sua história da Revolução Russa, a seu turno, opina que “não existe sobre a terra assunto mais controvertido e o transcurso de quase meio século (quando ele publicou sua obra) não conseguiu abrandar os fortes sentimentos, as dissensões e aos desentendimentos entre os que viviam na Rússia naquela época. Muitas vezes fatos comuns são objeto de discussão entre testemunhas oculares e historiadores que se colocam em campos opostos e até mesmo os mais dedicados estudiosos discordam em questão de interpretação”. O quadro de hoje foi amainado, mas o tempo é ainda muito curto para uma interpretação desapaixonada e objetiva. Sem embargo, o registro se tem de fazer, embora tantas e tamanhas as diferenças entre 1917 e 2017. Moorehead faz questão de enfatizar a importância da Alemanha no processo de preparação para o movimento. É objetivo: “os alemães haviam tido estreitas relações com os partidos revolucionários russos a partir de 1915. Revoluções custam dinheiro e a revolução russa foi um negócio demorado. Onde Lenin e seus amigos acharam o dinheiro de que precisavam? Resposta mais clara foi procurada tenazmente pelo doutor Stephe T. Possony, professor de relações internacionais da Universidade de Georgetown, que empreendeu um minucioso estudo com um grupo de pesquisadores, seus discípulos. O assunto era de notório e amplo interesse, levando os Estados Unidos a uma definição de sua política mundial depois da 1ª Grande Guerra. Chegou-se a conclusões até certo ponto inesperadas. Entre elas, de que a ascensão dos nazistas na Alemanha esteve intimamente relacionada com a herança que Lenin deixara. “Justifica-se: sem as garantias de apoio dadas por Stalin, Hitler dificilmente teria ousado mergulhar o mundo em outro terrível conflito em 1939”. Acrescenta o historiador: “os atuais compromissos dos Estados Unidos na Europa e no Extremo Oriente, a queda da China, a Guerra Fria, os acontecimentos os da Coreia, a crise econômica no Oriente Médio, a corrida dos projéteis deferidos – tudo isso teve sua origem na tempestade que derrubou o Czar, em Petrogrado, em 1917”.

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