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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Destino escrito com caneta tinteiro park 51 Alberto Sena O casal Cesário Peixoto e Josefina (Sinhazinha) era compadre dos meus pais. Eles haviam batizado a minha irmã mais idosa, Terezinha Batista Murça – Tê chamada, hoje com 88 anos, cheia da graça de Deus. O menino, pois que mantenho com todo carinho o espírito infantil, vivia o período do quinto ao sétimo ano de vida, na década de 50, quando aconteceram as experiências a serem contadas, tudo ocorrido em Montes Claros, onde nasci, terra pela qual sou apaixonado, e será tema do meu próximo livro, se Deus quiser. Cesário Peixoto era um homem de estatura baixa, com protuberância abdominal acentuada. Gostava de cheirar rapé, se não me engano, fumava charuto. Tinha o nariz de tamanho acima da média, usava chapéu de feltro e vestia terno de linho. Além de gostar de comer colher de sopa cheia de pimenta malagueta, antes de dar a primeira garfada no prato, ele contumaz criador de galos de briga. Galos índio, principalmente, os mais valentes. Aos domingos, pai e ele se encontravam na rinha da Praça de Esportes, e lá, em companhia deles, assistíamos os mais violentos embates entre índios galos e galos de outras raças. Acontecia com frequência de um dar uma esporada fatal no adversário e este sangrar ali mesmo na rinha. Sob os gritos dos apostadores vencedores e perdedores. Não estou criticando o costume, não era bom, mas era um costume e foi abolido pelo então presidente da República, que encalacrou o Brasil ao renunciar mandato pensando que o povo iria levá-lo nos braços de volta ao poder. Deu no que deu. Ter proibido as brigas de galos foi o maior feito de Jânio Quadros. A amizade do meu pai com Cesário Peixoto era ao ponto de ele, a mulher e a filha deles irem lá em casa almoçar e nós também íamos à casa deles para almoçar ou mesmo fazer uma visita cordial, em uso naquela época, nem tão longe assim como se pode depreender. Cesário Peixoto foi muito importante para o menino. Por duas razões: ter me ensinado a jogar damas foi uma delas. Ele possuía um tablado enorme, pelo menos aos olhos do menino. As pedras eram proporcionais ao tamanho do tablado. Eram pintadas de vermelho e azul. Aprendi a jogar e fui tão bem que ganhava dele todas as partidas. Foi indo, foi indo, ele me disse: - Vou dar a você esse jogo de damas de presente. E deu. Este foi um dos meus primeiros espantos. Dei pulos de alegria e não parava de jogar com os irmãos e com quem chegasse em casa para fazer uma simples visita. O outro presente recebido das mãos de Cesário Peixoto, que para mim teve um valor simbólico enorme, como se fora um sonho premonitório, foi uma caneta tinteiro Park 51. De tanto gostar de vê-lo escrever com a caneta, cresci o olho. E ele entendeu e me perguntou um dia: - Gostou da caneta? - Gostei – eu disse, com sorriso banguela. - Quando você aprender a ler e a escrever, lhe darei a caneta. Para mim foi o máximo. Não demorou muito e já estava na escola aos sete anos e juntando uma ficha aqui e outra ali, aprendi a ler e a escrever e Cesário Peixoto cumpriu com o prometido. Fiquei todo metido. Naquela época não era comum uma criança de sete anos possuir uma caneta tinteiro Park 51. Penso, hoje, aos 68 anos, que essa caneta foi marcante para mim ao ponto de determinar o que eu poderia ser ao longo da vida profissional, jornalista e escritor. Jornalista sou desde aos 17 anos, com carteira assinada a partir de1969 e registro profissional no Ministério do Trabalho. Se, antes, de fato já me chamavam de escritor, agora, de direito, o sou ao publicar o livro “Nos Pirineus da Alma”, sobre as duas experiências no Caminho de Santiago de Compostela, na França e na Espanha. Posso estar enganado, e se eu estiver enganado, por favor, me corrijam. Mas, o leitor não acha que essa caneta Park 51 foi determinante na minha vida profissional? Pensando bem, essa é a melhor parte do meu caminho. Entre o “jogo” (de damas – Cesário Peixoto gostava era do carteado no Clube Montes Claros) e a Park 51, fiquei com a caneta tinteiro, e o significado disso é da maior importância para um escriba de mais de meio século de serviços prestados. *Quem se interessar em adquirir o livro Nos Pirineus Da Alma, em Belo Horizonte é encontrado na Savassi, nas livrarias Ouvidor, Scriptum e Savassi Livros. Em Montes Claros, nas livrarias Palimontes, Nobel e Thais. Pode ser enviado pelos Correios, basta manifestar o interesse e entraremos em contato.

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