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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Lembrar é preciso III Ao ser convidado pelos diretores da Editora Alcance, do Rio Grande do Sul, para participar da audaciosa antologia poética “Poetas Pela Paz e Justiça Social”, que reuniu 500 poetas brasileiros, lembrei-me, em uma primeira pesquisa de memória, de Aroldo Pereira. Para dizer sobre/de Aroldo Pereira, de quem me lembrei, pesquisei no Google e navegando descobri que ele é natural Coração de Jesus, cidade que me acolheu, por um largo espaço de tempo, e deu-me o honroso titulo de Cidadão Honorário. Todos nós sabemos que ele é poeta, ator, agitador cultural e compositor, mas eu não sabia que ele era integrante do Grupo de Literatura e Teatro Transa Poético, que desde os anos 80 desenvolve um trabalho performático com poesia, música e teatro. Vocalista da banda punk Ataq. Cardíaco, no final dos anos 70, tem canções gravadas por Élcio Lucas e Deusdeth Rocha. Todos nós temos ciência que ele foi homenageado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que deu seu nome ao Centro Acadêmico de Letras, mas eu não sabia que ele é verbete do Volume II da Enciclopédia da Literatura Brasileira, organizada por Afrânio Coutinho (estou presente no Volume I da mesma Enciclopédia). Aroldo Pereira reside em Montes Claros/MG, onde, em 1987, idealizou e é o curador, por mais de vinte anos consecutivos, do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético (www.psiupoetico.com.br), através da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Cultura, onde foi, até 2008, Secretário Adjunto de Cultura. Ele recebeu em 2006 a mais alta condecoração do Governo do Estado de Minas Gerais, a Medalha da Inconfidência e em 2007 recebeu a Medalha do Sesquicentenário de Montes Claros, onde também é cidadão benemérito. De uma das orelhas de seu livro “Cinema bumerangue”, da lavra de Jorge Mautner, extraí-se que “Aroldo Pereira é um poeta mineiro do Brasil-universal que já tem quatro livros publicados. Sua poesia é uma mescla, ora com tons de concretismo, ora com tons românticos. Às vezes são poemas onde ele indica seu itinerário como em “Árvore”, onde começa citando Jack (deve ser Kerouac) e termina dizendo: “não fujo do fato / na minha cabeça reluz torquato” – sem dúvida o poeta se refere a Torquato Neto, um dos alicerces literários do tropicalismo, que se suicidou. Em outro poema, nomeado “Cinema bumerangue”, Pereira torna-se concreto, ziquezagueante e kaótico. Em mais um outro poema, intitulado “Poesia”, me parece que a intenção é resgatar a chamada poesia panfletária, por muitos considerada “demagógica”. Ainda em uma outra poesia, o poeta se torna lacônico e pergunta em uma só frase-poesia-interrogação-filosofia-à-queima-roupa: “há quanto tempo ser poeta é estar no poder”.

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