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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Grão Mogol enfrenta a violência Manoel Hygino Impressiona e traumatiza, às vezes. Os bandoleiros estão soltos e agindo em todo o território. Não há exatamente maior risco aqui e ali, porque a violência se disseminou por todos os estados e regiões. A criminalidade atua, poderosa, nas grandes cidades e nas pequenas, nas áreas rurais. Em tempo passado, um pequeno grupo de marginais agia em algum lugar para eventuais furtos e assaltos. Tudo ganhou dimensão atemorizadora. O poder público não tem condições de manter uma força armada pronta em todos os recantos, todos os dias e horas, para enfrentar a marginalidade. Esta evoluiu, aprimorou-se, adquiriu novos conhecimentos, dispõe de armas modernas e eficientes e meios de comunicação adequados a suas ações. A polícia fica em delegacias, desprovidas de maiores e mais eficazes recursos, esperando que os criminosos apareçam. Os resultados são os já sabidos. Em Grão Mogol, como pude ler, logo que os ponteiros dos relógios passaram das 12 da noite, no dia 6, indivíduos encapuzados e com armas longas atacaram um comércio. A PM, ao aproximar-se do local, ouviu explosões e disparos. O telefone 190, muito útil, sem dúvida, recebeu notícia de que explosivos eram utilizados para abrir cofres de uma agência bancária. Os delinquentes destruíram parte das instalações e fizeram reféns. Cerca de dez malotes foram levados por dez autores, enquanto alguns intimidavam moradores das vizinhanças. Em seguida, percorreram as ruas fazendo disparos, usando munição calibre 556, ou seja, de fuzil. A polícia agiu, ouviu populares e recorreu a câmeras de segurança. O jornalista Alberto Sena, que deixou a capital para residir na aprazível cidade, bela e histórica, acha que a população precisaria ser mais enfática em sua autodefesa. Diz ele: “Grão Mogol já não pode ser mais considerada um lugar onde a tranquilidade era marcante”. As portas e as janelas das casas antigamente ficavam abertas, as chaves dos carros na ignição. “Adeus, criminalidade zero na sede do município, porque, na zona rural, fazendeiros e sitiantes estão vindo para os centros urbanos acalentados pela ilusão de ‘mais segurança’. Ali, também a violência campeia”. Curioso, mas convém destacar: a agência dos Correios em Grão Mogol só tem um funcionário e atende também à demanda do Banco do Brasil, cujas instalações foram pelo espaço. A cidade, pela qual tantos se apaixonam, entre os quais o empresário Lúcio Bemquerer e o escritor Haroldo Lívio, não merece o deus dará. Foi a primeira cidadela da civilização mineira em ampla zona geopolítica, quando do apogeu da mineração diamantífera, como ponderou o próprio Haroldo. Lá, se encontra o maior presépio do mundo, magnífica atração turística ainda não suficientemente explorada. Todo esse patrimônio requer, precisa de proteção. O sertão está sendo invadido como nunca. O fato mencionado se deu exatamente dois dias depois de um assalto a banco em Buritizeiro, do outro lado de Pirapora, às margens do São Francisco. Ninguém está mais imune. Em Santa Maria do Suaçuí, no Leste mineiro, a única agência dos Correios foi assaltada cinco vezes nos últimos tempos. Na semana passada, aconteceu mais um assalto e a população ficou sem os serviços temporariamente. É um quadro sucinto do Brasil, hoje.

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