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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 20 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A filha de Florival e Anésia Manoel Hygino - Jornal Hoje em Dia Espinosa é cidade do Norte de Minas, na região limítrofe com a Bahia, distante 700 quilômetros de Belo Horizonte e a cerca de 600 metros de altitude. Cerâmica, laticínios, confecções, lojas e supermercados alimentam a sua economia. O ciclo do algodão se exauriu, com as lavouras destruídas pelo bicudo – o inseto, é claro. À beira da sua principal avenida, está a sepultura da finada Amélia, assassinada pelo amante. Para lá se fazem romarias, queimam-se velas junto a uma capelinha erguida por um devoto, que considerava a defunta uma alma milagrosa. Dali é a família de Carmen Lúcia Antunes Rocha, presidente do STF, que não aprova “presidenta”, flexão inventada por Rousseff. Sucederá a Ricardo Lewandowski, que presidiu as reuniões do Senado no histórico impeachment, que não considerou a perda por Dilma dos direitos políticos por oito anos. A ministra, nascida em Montes Claros, pegou uma penca de abacaxis, a começar pelo reajuste dos salários dos membros do STF, contra o qual se posicionam todos os cidadãos, de cujos bolsos, já furados, se colhe a receita para cobrir o bolo. Eliane Cantanhede observa que a presidente da mais alta Corte de Justiça do país é “tida e havida como austera, poderia dizer, por exemplo, que não é de aumentar salários já altos, e pagos por toda a sociedade brasileira, enquanto 12 milhões de desempregados estão na rua da amargura. Reajustados os proventos dos ministros, os demais virão em cascata e os contribuintes ficam sob o impacto do volume de suas águas, sujeitos a toda espécie de desconforto, dores e demais riscos. Mas Carmen Lúcia, de antemão, não admitiu a elevação, por questão de consciência. Ela é, antes e acima de tudo, do povo e da lei, não tergiversa ou procrastina, como boa parte dos mineiros do Norte do Estado. O que ela adora, e o disse, são as tardes de terça-feira, das reuniões da 2ª Turma do STF, a que pertencia. Para ir à sede da Justiça do país em Brasília, dirigia seu próprio carro, e não para fazer charme: é inclinação pessoal. Declara não gostar muito de festas, mas de “processos”, e isso continuará acontecendo. Presidente, vai ter muita luta à frente, mas dispõe de serenidade com altivez, e isenção. A filha do sr. Florival e de Anésia, lá de Espinosa, não é de fugir aos embates. Se depender dela, não permitirá que o Supremo Tribunal Federal seja usado como alavanca salarial, como denunciado pelo colega, ministro Gilmar Mendes. Essas mulheres do Norte não são fáceis. Lembrem-se de Maria da Cruz, que armou uma rebelião às margens do São Francisco, e de Dona Tiburtina, amada e contestada por não poucos, brava e solidária, personagem da Revolução de 1930. O Brasil tem confiança. No julgamento que manteve a prisão do ex-senador Delcídio do Amaral, em novembro último, ela foi peremptória: “aviso aos navegantes: nas águas turvas, criminosos não passarão na muralha da desfaçatez e não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro”. Tudo muito claro.

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